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Presidente do Corinthians não reconhecia ninguém no hospital, diz médico

Andrés Sanchez passou uma semana internado após ter inflamação no cérebro

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São Paulo

Quando Andrés Sanchez deu entrada no hospital São Luiz, na quinta-feira (8), ele não conseguia nem reconhecer as pessoas a sua volta de tão forte que era a dor que ele sentia na cabeça. Jorge Kalil, médico e diretor-adjunto de futebol Corinthians, relata momentos de apreensão após receber o presidente do clube na porta da unidade hospitalar.

"A dor dele era tão forte, mas tão forte, que ele queria bater com a cabeça na parede", contou Kalil à Folha, que prontamente iniciou o tratamento para o quadro de encefalite viral, uma inflamação no cérebro.

Na noite anterior, Andrés estava no Rio de Janeiro, onde passou o Carnaval. Após se sentir mal, ele entrou em contato com o médico e decidiu voltar a São Paulo. O cartola foi direto do aeroporto para o hospital, até então consciente. No caminho, porém, as dores começaram a ficar mais intensas. 

"As dores aumentaram no carro. Quando chegou [ao hospital], ele não reconhecia mais ninguém. As pessoas que estavam lá falavam para, pelo amor de Deus, fazer alguma coisa para passar a dor dele", relembra o diretor-adjunto do clube.

Andrés Sanchez, presidente do Corinthians, no CT do Parque Ecológico
Andrés Sanchez, presidente do Corinthians, no CT do Parque Ecológico - Peter Leone/futura Press/Futura Press/Folhapress

As primeiras horas dentro do hospital foram determinantes para a recuperação do presidente do Corinthians, que teve alta na sexta-feira (15). Andrés recebeu altas doses de antibióticos e antivirais. Segundo Jorge Kalil,  se não tivesse sido prontamente atendido, ele corria risco de sofrer um AVC.

"Quando nós fizemos a tomografia, ele estava com um grande edema cerebral, o cérebro não cabia mais dentro do crânio", conta o médico. "Eu já o mediquei e fui muito agressivo na medicação porque era tudo ou nada, podia acontecer o pior ou podia ter um AVC hemorrágico."

Cerca de 12 horas após dar entrada no hospital, o dirigente estava fora de perigo. Segundo o médico, ele também não ficou com nenhuma sequela. Mas o susto o fez mudar alguns de seus hábitos, sobretudo parar de fumar.

"Ele está melhor do que antes porque agora ele parou de fumar e está se alimentando corretamente", diz Kalil. "Ele era totalmente desregrado [com a alimentação]. Sem horário para almoçar, jantar, tomar café, nada. Às vezes, ele nem almoçava ou nem jantava."

Após passar o fim de semana em repouso, Andrés Sanchez voltou a trabalhar no Parque São Jorge nesta segunda-feira (18), porém seguindo rigorosamente as orientações médicas sobre não fumar mais e manter uma alimentação regrada, principalmente com muitas frutas.  "Não sei quanto tempo isso vai durar, mas vou ficar cobrando para isso durar uma eternidade", afirmou o médico. 

Enquanto ele esteve internado, os médicos fizeram de tudo para mantê-lo desligado de seu trabalho. "Eu sequestrei o celular dele e levei para minha casa", contou Jorge Kalil. Mesmo, assim, o cartola assinou dois documentos relativos ao Corinthians depois que saiu da UTI e foi para o quarto.

Apesar de ter recebido alta, ainda não está definido se Andrés Sanchez viajará amanhã para Itu, onde o Corinthians enfrentará o Ituano na quarta-feira (20), pelo Campeonato Paulista.  "O clube viaja para Itu amanhã à noite e, até lá, nós vamos ver. Um dia de cada vez", explicou o médico.

Andres Sanchez está na presidência do Corinthians desde fevereiro do ano passado, quando venceu as eleições no Parque São Jorge. Ele já havia sido presidente do clube entre 2007 e 2011.​

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