Quando os carros da F-1 ligarem os motores no circuito Albert Park, em Melbourne, para o GP de abertura da temporada, no domingo (17), às 2h10, novas regras serão colocadas em prática na categoria.
A ideia por trás das mudanças é aumentar a competitividade e deixar as corridas mais emocionantes, com muito mais ultrapassagens.
Essa é mais uma tentativa da Liberty Media, controladora da categoria, para atrair um público maior, seja em audiência nas transmissões das provas ou em vendas de ingressos para GPs e o consumo de produtos licenciados.
Além disso, a categoria sofreu a maior mudança no grid de largada desde 1950, com 12 mudanças de piloto.
O pentacampeão Lewis Hamilton marcou a pole position da prova e vai largar na frente. O inglês da Mercedes vai dividir a primeira fila com Valtteri Bottas. Sebastian Vettel, da Ferrari, e Max Verstappen, da Red Bull, ficaram com a segunda fila.
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DANÇA DAS CADEIRAS
Entre os pilotos, a principal mudança foi a troca entre Sauber (agora Alfa Romeo) e Ferrari. Kimi Raikkonen, que estava na escuderia italiana, volta para sua primeira equipe na F-1 e Charles Leclerc assume seu posto como companheiro de Sebastian Vettel.
O finlandês correrá ao lado do italiano Antonio Giovinazzi, que, pela primeira vez na carreira, será piloto titular de uma equipe de F-1.
Outra mudança que deu o que falar foi a ida do australiano Daniel Ricciardo para a Renault. Para o seu lugar, a Red Bull, que usa motores Honda a partir desta temporada, promoveu o francês Pierre Gasly, que correu em sua filial, a Toro Rosso, em 2018.
A equipe trouxe de volta o russo Daniil Kvyat, que correu na categoria de 2014 a 2017, e apostou no estreante tailandês Alexander Albon.
A McLaren também apostou na juventude e, após a saída de Fernando Alonso e Stoffel Vandoorne, terá o estreante Lando Norris, 19, e o espanhol Carlos Sainz Jr, 24, como seus pilotos titulares.
A Williams também terá uma configuração totalmente nova de pilotos após a saída do investidor Lawrence Stroll, que comprou os espólios da Force India para formar a equipe Racing Point, e consequentemente de seu filho, o piloto Lance Stroll.
O estreante britânico George Russel e o veterano Robert Kubica, que volta à F-1 após nove anos, dirigem para a equipe britânica, que dispensou o russo Sergey Sirotkin.
Por fim, na ex-Force India, Esteban Ocon abre espaço para o filho do dono, que terá como companheiro de time o mexicano Sérgio Perez.
ASA DIANTEIRA
A asa dianteira foi redesenhada. A peça ganhou aletas mais simples e terá um acréscimo de 20 cm na largura e 2 cm na altura, além de ser 2,5 cm reposicionada à frente.
A nova configuração diminui a turbulência no ar na parte de trás do carro, o que possibilita que os adversários se aproximem mais facilmente para realizar a ultrapassagem, especialmente nas curvas.
Pelo mesmo motivo, as pranchas laterais foram reposicionadas e ficaram menores. As peças estão 25 cm mais baixas e se aproximaram do bico em 10 cm para reduzir o impacto aerodinâmico.
Essa solução diminui o risco de perda de controle numa tentativa de ultrapassagem com os monopostos tão próximos uns dos outros.
ASA TRASEIRA
Assim como a dianteira, a asa traseira sofreu mudanças para facilitar as ultrapassagens.
A peça ficou 10 cm mais larga e irá gerar mais vácuo para quem vem atrás. Ela também está mais alta (2 cm) e, nos dias de chuva, deve aumentar a altura do spray gerado pelas rodas.
Já a abertura do sistema de redução de arrasto aerodinâmico (DRS) foi aumentado em 2 cm, ampliando sua relevância em cerca de 25%. Por causa da mudança da asa traseira, os retrovisores também foram reposicionados.
MENOS PNEUS E MAIS LUZES
A Pirelli simplificou o sistema de cores para identificação dos tipos de pneus. Até o ano passado, cada tipo tinha uma cor, mas agora serão apenas três tonalidades: branco para compostos mais duros, amarelo para os médios e vermelho para os macios.
As variações “supermacios”, “ultramacios” e “hipermacios” serão identificados em escala de C1 a C5, mas seguirão a nomenclatura simplificada.
Também está previsto para esta temporada um jogo adicional de lanternas que serão instaladas nas laterais da asa traseira. O objetivo é melhorar a visibilidade dos monopostos em condições climáticas desfavoráveis e também nas provas noturnas.
CARROS MAIS BEBERRÕES
Enquanto a indústria automotiva trabalha duro para criar carros cada vez mais econômicos, na F-1 a história é outra, pelo menos nesta temporada.
Cada carro poderá usar até 110 kg de combustível ao invés dos 105 kg permitidos até 2018. Segundo a FIA, desta forma, os pilotos irão aproveitar mais dos motores sem se preocupar muito com o consumo. Tudo para priorizar a disputa na pista.
PONTO EXTRA
O piloto que fizer o melhor tempo da corrida ganha um ponto extra na classificação geral. A premiação, porém, só será dada se o competidor terminar entre os dez primeiros do GP em questão.
SEGURANÇA ACIMA DE TUDO
A temporada 2019 marcará a estreia de um acessório nada convencional: a luva biônica.
Os pilotos usarão esse equipamento para agilizar o atendimento médico em caso de acidente. As peças foram desenvolvidas pela FIA e contam com sensores que medem os sinais vitais, como o nível de oxigênio no sangue. Com isso, os médicos conseguirão analisar a condição clínica do piloto antes de chegar ao local.
Já os capacetes terão um novo padrão, fruto de um estudo de 10 anos. Feito de materiais compostos, o equipamento possui maior proteção balística. Visualmente, a principal mudança é no tamanho do visor, que ficou 1 cm mais baixa.
Também para aumentar a segurança, quando uma corrida for reiniciada após a entrada do safety car, as ultrapassagens só poderão ocorrer a partir do momento que os carros cruzarem a linha de chegada. Até o ano passado, as ultrapassagens eram permitidas assim que o safety car fosse recolhido aos boxes.
Na TV
GP da Austrália de F-1
2h10 (de domingo), Globo
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