De jogador recepcionado por centenas de palmeirenses no aeroporto de Guarulhos, em fevereiro de 2017, Miguel Borja, 26, agora vive seu ocaso no Palmeiras. Há dois anos no clube, o atacante colombiano passa pelo seu pior momento e já deixou até de ser relacionado para jogos do time em 2019.
Na atual temporada, o centroavante atuou em 13 das 27 partidas (48,1%). Borja foi titular em 12 e anotou três gols. Em relação às outras 14 partidas que não participou, em dez jogos o atacante ficou na reserva o tempo todo.
Em três apresentações, ele tinha condições de estar entre os convocados, mas não foi relacionado e em uma não pôde atuar por estar contundido.
Essa fase apenas como opção no banco nunca havia acontecido com o atleta. Os períodos de maior ausência aconteceram no pós-Copa do Mundo. Quando retornou, em 5 de julho de 2018, só voltou a defender o clube em 5 de agosto depois de passar por cirurgia no joelho direito.
O camisa 9 viveu altos e baixos com todos os treinadores, mas apenas Luiz Felipe Scolari deu demonstração de que vai escalá-lo em casos excepcionais. Isso ocorreu na última quarta-feira (15).
Com Deyverson pendurado com dois cartões amarelos, Felipão lhe deu uma oportunidade contra o San Lorenzo (ARG), na Libertadores. Substituído por Arthur Cabral aos 15 minutos da etapa final, Borja deixou o gramado vaiado por parte da torcida.
Scolari pode dar a ele uma chance nesta quarta (22), caso opte por escalar os reservas contra o Sampaio Corrêa, em São Luís (MA), na partida de ida das oitavas de final da Copa do Brasil, às 19h15.
Quando questionado sobre o atacante, Scolari justifica que ele está passando por avaliações da comissão técnica.
O que fez Felipão desistir de vez de Borja ocorreu no primeiro clássico contra o São Paulo. O Palmeiras venceu por 1 a 0 no Pacaembu, no dia 23 de março. Porém, o técnico se irritou com o que julgou ser displicência do centroavante.
Depois desse jogo, ele foi titular contra o Novorizontino, no dia 30 do mesmo mês, no primeiro jogo das quartas de final do Campeonato Paulista e só voltou a ser escalado no dia 15 de maio, quando completou 100 partidas pelo clube.
Maior contratação da história do Palmeiras, Borja fechou acordo no dia 9 de fevereiro de 2017. O valor da transação foi de 10,5 milhões de dólares (R$ 43 milhões, no valor atual) por 70% dos direitos econômicos. O pagamento foi feito pela patrocinadora Crefisa como cota de patrocínio.
Em menos de três meses, teve com Eduardo Baptista a primeira crise. Substituído cinco vezes em sequência, perdeu a paciência ao ser substituído contra a Ponte Preta, na semifinal do Paulista. Irritado também com as vaias, chutou um copo d'água ao chegar no banco de reservas.
"Naquele momento, ele estava de cabeça quente. O Borja estava em processo de adaptação, chegando a um novo clube, outra cultura. Precisa ter paciência", disse Baptista, que escalou Borja em 13 jogos, nove como titular, nos quais marcou 4 gols.
Duas partidas depois, após a derrota na Libertadores para o Jorge Wilstermann, na Bolívia, Baptista foi demitido. A diretoria trouxe Cuca, que fora campeão brasileiro em 2016.
Bastaram dois meses para o novo técnico se convencer de que Borja não era o titular. Nesse período, nos primeiros 15 jogos, Cuca o escalou desde o início em seis. Se em público ele defendia o colombiano, internamente, segundo a Folha apurou, cansou de reclamar com a diretoria que precisava de outro jogador para a posição com urgência.
O Palmeiras foi ao mercado, mas não conseguiu trazer Richarlison, ex-Fluminense, nem Diego Souza, então no Sport. O clube, no dia 11 de julho de 2017, anunciou o atacante Deyverson, ex-Alavés (ESP), por R$ 18 milhões.
Cuca perdeu o emprego no dia 13 de outubro. Nos 34 jogos de sua segunda passagem, Borja atuou em 23. Desses, em sete saiu do banco de reservas. Ele marcou 3 gols.
Das 11 partidas com o interino Alberto Valentim, atuou em sete e foi titular em todas. Nesse período, fez quatro gols.
Sob a direção de Roger Machado, Borja conseguiu mostrar faro de artilheiro. Das 44 partidas do treinador, o colombiano disputou 23, todas como titular. Marcou 15 gols e terminou como artilheiro do Paulista e da Libertadores.
Esse desempenho o ajudou a ser convocado para a Copa do Mundo da Rússia. Porém, dos cinco jogos da Colômbia no Mundial, Borja atuou apenas seis minutos contra Senegal. Quando retornou, Roger Machado havia sido demitido.
No rodízio implantado a partir da chegada de Felipão, o atacante ficou no time considerado titular para a Copa do Brasil e a Libertadores.
Dos 30 jogos com o técnico em 2018, Borja jogou 21 (19 como titular) e marcou 5 gols. Em outras seis partidas, ficou na reserva, mas não entrou.
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