Descrição de chapéu Copa América

Argentina bate Venezuela e enfrenta Brasil na semifinal

Lautaro e Lo Celso fizeram gols que garantiram clássico na Copa América

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Rio de Janeiro

Brasil e Argentina foi a final de Copa do Mundo que a Alemanha não deixou acontecer. Cinco anos depois, as duas seleções enfim vão se enfrentar em uma competição oficial em território brasileiro. Será pela semifinal da Copa América, terça (2), no Mineirão.

O confronto se tornou realidade depois da vitória da Argentina por 2 a 0 sobre a Venezuela, nesta sexta (28), no Maracanã. Os gols foram marcados pelo atacante Lautaro Martínez aos 11 min do 1º tempo e pelo meia Lo Celso aos 28 do 2º.

As duas seleções poderiam ter decidido o título mundial em 2014. O time de Lionel Messi chegou à final, mas o Brasil caiu na fase anterior, goleado por 7 a 1 pelos alemães no mesmo Mineirão.

Messi e Lautaro Martínez comemoram primeiro gol da Argentina contra a Venezuela, nas quartas de final da Copa América
Messi e Lautaro Martínez comemoram primeiro gol da Argentina contra a Venezuela, nas quartas de final da Copa América - Mauro PIMENTEL/AFP

A lembrança do resultado sobrevoou o Maracanã. Foi usado como arma pela torcida argentina, maioria no estádio, para zombar do rival da próxima semifinal. Os brasileiros responderam com os gritos de “pentacampeão” e a lembrança que apenas Pelé fez mil gols (e que Maradona era usuário de cocaína). A tensão aumentou quando reapareceu o “Brasil decime que se siente” (Brasil me diga como se sente, em espanhol), febre da Copa de 2014 e criada pelos argentinos para lembrar a vitória sobre a seleção verde-amarela em 1990.

Isso pode ser um motivo de preocupação para o jogo do Mineirão, já que há espaço para ainda mais tensão e não há separação de torcidas nas arquibancadas.

A partida desta sexta foi a primeira da seleção argentina no Rio de Janeiro depois da queda diante dos alemães há cinco anos. E como aconteceu naquela tarde, o time foi melhor em campo e criou mais chances. Só que desta vez, venceu.

Pode ser o jogo que a organização da Copa América pediu a Deus para esquentar um torneio que até agora tem sido morno e com estádios sem lotação máxima, como aconteceu neste Argentina e Venezuela. O público pagante foi de 42.495 pessoas. A capacidade total é de 78 mil.

 

Será a primeira vez que as duas seleções vão se enfrentar em uma partida de mata-mata pela Copa América no Brasil. Na última vez que o país sediou o torneio, em 1989, houve este confronto na fase final, mas se tratava de um quadrangular em que os quatro times jogavam entre si. Foi a última competição continental da carreira de Diego Maradona.

Os adversários já fizeram jogos eliminatórios no Brasil, mas não em torneios relevantes. Em 2012, a equipe dirigida por Luiz Felipe Scolari venceu por 2 a 1 no Serra Dourada pelo Superclássico das Américas. Foi por este troféu que aconteceu o último confronto de mata-mata entre eles. Na China, em 2014, o Brasil também levou a melhor: 2 a 0.

No jejum argentino de 26 anos sem conquistas de expressão, a seleção brasileira é uma das principais carrascas, especialmente na Copa América. Duas vezes, em 2004 e 2007, obteve vitórias na final sobre o rival da próxima terça-feira. Em 1995, passou nas quartas graças a um gol de Túlio usando o braço que empatou o jogo e o levou para os pênaltis.

A última vez que a Argentina levou a melhor sobre o Brasil em um mata-mata desta competição aconteceu em 1993, nas quartas de final. Foi o ano do último título obtido pela seleção que na época ainda tinha remanescentes do elenco campeão do mundo de 1986, como o zagueiro Oscar Ruggeri.

O mesmo que quase detonou uma crise no futebol do país ao fazer críticas ao diretor de seleções Cesar Luis Menotti. Com a Argentina patinando no torneio e jogando mal, o ex-defensor e comentarista de TV chamou o dirigente de preguiçoso por não ter viajado para acompanhar a delegação.

Menotti, técnico campeão mundial em 1978, alegou ter de ficar em Buenos Aires por problemas médicos.

A vitória sobre a Venezuela foi o melhor momento da Argentina na Copa América deste ano. Não apenas pelo resultado, mas pelo desempenho. Isso graças, em parte, à mudança feita pelo criticado treinador Lionel Scaloni. A entrada de Acuña no lado esquerdo do meio-campo deu à equipe uma profundidade que não tinha antes.

Pode ser uma paz passageira porque eventual derrota no Mineirão faria retornar todas as críticas e o pedido do reinício do trabalho com outra comissão técnica. Mas a vitória e classificação para a final, deixando para trás o Brasil, seria capaz de dar à Argentina um bem-estar que não encontra desde 2014, antes da decisão contra a Alemanha.

E também faria sua torcida perguntar, cantando ainda mais forte, como o Brasil se sente.

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