Descrição de chapéu Copa do Mundo Feminina

Meia que levou Holanda à final largou o judô e usa camisa 14 do ídolo Cruyff

Jackie Groenen marcou o gol da vitória sobre a Suécia na semifinal do Mundial

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São Paulo

Quando a meio-campista holandesa Jackie Groenen, 24, foi questionada por sua treinadora, antes da Eurocopa de 2017, se queria usar a camisa 14 da seleção no torneio, ela não hesitou. Jogar com o número de seu maior ídolo nas costas era a realização de um sonho de criança.

A jogadora já atuava com essa numeração em seu clube à época, o alemão FFC Frankfurt, mas o significado de usá-lo com o uniforme laranja, assim como Johan Cruyff, era muito mais especial.

“Não porque eu quero ser igual ao Cruyff, mas sim porque é muito legal poder vestir seu número. É uma sensação boa, como se [o número] pertencesse a mim”, disse Groenen, autora do gol da vitória por 1 a 0 sobre a Suécia, nesta quarta-feira (3), que colocou a Holanda na final da Copa do Mundo da França.

Jackie Groenen (à dir.) comemora o gol que colocou a Holanda na decisão do Mundial
Jackie Groenen (à dir.) comemora o gol que colocou a Holanda na decisão do Mundial - Benoit Tessier/Reuters

O responsável por introduzir a obra do craque a ela foi seu pai, grande admirador do ex-jogador de Ajax, Barcelona e da seleção holandesa, morto em 2016, aos 68 anos.

“Nós tínhamos uma pequena TV no carro, na qual eu assistia aos vídeos de [Johan] Cruyff. Meu pai gravava todos os jogos dele”, conta a atleta, que recentemente assinou contrato com o Manchester United, tornando-se a primeira estrangeira a defender o clube inglês.

Os vídeos do eterno camisa 14 eram, além de inspiração, uma forma de passar o tempo durante as viagens da Bélgica, onde viveu durante a infância e a adolescência, até a Alemanha, onde atuava pelo Essen-Schönebeck. O percurso era feito em cerca de duas horas.

Hoje, uma foto de Cruyff de costas, com a camisa 14 da Holanda, é a imagem de capa da atleta em sua página no Twitter.

Na Euro-2017, disputada na Holanda, Groenen foi um dos destaques da equipe que se sagrou campeã inédita. O título europeu representou a maior conquista da história do futebol feminino no país e igualou o recorde dos homens, que também conquistaram a competição uma única vez, em 1988.

Quando atuou no Chelsea, de 2014 e 2015, a meio-campista ganhou o apelido de “The Ant” (a formiga, em inglês), em razão de seu trabalho incansável na marcação e na cobertura de espaços na faixa central do campo.

Mas brigar no meio de campo com apenas 1,63 m é tarefa árdua. Para compensar o físico, Groenen precisa fazer a leitura do jogo com inteligência. E para isso, se inspira em outro baixinho que, assim como Cruyff, também fez história no Barcelona: Andrés Iniesta.

“Eu vejo como ele se move com liberdade, como ele movimenta o jogo, como defende. Por um lado eu simplesmente gosto de assistir, por outro eu posso melhorar o meu próprio jogo”, afirma.

O grande desempenho na campanha vencedora da Eurocopa lhe valeu um lugar na seleção do campeonato.

A carreira promissora no futebol, contudo, quase deu lugar a uma trajetória que também prometia bastante em um outro esporte.

Jackie Groenen começou a praticar judô na infância. Seus resultados desde pequena pareciam acenar para um futuro proeminente na modalidade. Campeã nas categorias sub-15, sub-17 e sub-20 na Holanda, ela conquistou uma medalha de bronze no European Cadet Championships de 2010. Mas uma lesão na região lombar forçou-a a tomar a decisão de focar o futebol.

“Eu tinha 16 anos quando fiz minha última luta. Penso que o judô me ajudou muito no futebol”, diz a camisa 14, que deixou os tatames para brilhar nos gramados.

 
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