Descrição de chapéu Copa América

Messi e Argentina voltam ao Maracanã com decepção de 2014 ainda viva

Jogo contra Venezuela será no mesmo estádio da derrota na final do Mundial

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Rio de Janeiro

Não é segredo que Lionel Messi considera a final da Copa do Mundo de 2014 um momento chave da sua carreira. Não de forma positiva. “Poderia ter mudado tudo na minha trajetória pela seleção”, diz.

Cinco anos depois da derrota para a Alemanha, o camisa 10 e a Argentina voltam a jogar no Maracanã. A equipe enfrenta a Venezuela nesta sexta (28), às 16h, pelas quartas de final da Copa América.

Claro que a circunstância não é a mesma. O Mundial vale muito mais que a competição continental. Não será uma final (embora, se vencer, a Argentina continuará com a possibilidade de voltar ao Rio para a decisão), e a previsão é de que o estádio não esteja lotado. A organização não divulga parcial de quantas entradas foram vendidas.

Messi, o técnico da Argentina Sabella e, ao fundo, Mascherano, após a derrota para a Alemanha na final da Copa de 2014
Messi, o técnico da Argentina Sabella e, ao fundo, Mascherano, após a derrota para a Alemanha na final da Copa de 2014 - FABRICE COFFRINI-13.jul.2014/AFP

“Foi o período que mais gostei de estar na seleção”, afirmou Messi, sobre o mês que passou no Brasil e o comando do então técnico Alejandro Sabella. Com problemas de saúde, ele nunca mais trabalhou em uma partida de futebol após aquela final contra os alemães.

O torneio no Brasil em 2014 enche o atacante de sentimentos contraditórios. Foi seu melhor momento pela Argentina, o que mais aproveitou e se sentiu feliz. Mas terminou com a maior tristeza da sua carreira.

Ele atuou bem, fez quatro gols e foi eleito o melhor da Copa. Mas recebeu o troféu com a expressão de quem havia acabado de chegar ao velório de um parente querido.

Messi elogiou Sabella, mas foi um dos astros a manejar nos bastidores para mudar o esquema da equipe após a apertada vitória por 2 a 1 na estreia. A linha de cinco na defesa foi considerada conservadora demais por parte do elenco.

Outros jogadores que estiveram em campo naquela tarde no Maracanã confessam que a partida não sai da cabeça. Agüero, que entrou em campo no intervalo, é um deles.

A final foi a desgraça de Higuaín, o início de sua sina de ser visto como atacante que falha na hora decisiva e perde gols em finais. Ele perdeu uma enorme oportunidade no início do jogo.

A decisão também colocou no vocabulário do futebol do país a frase “era por abajo!”, simbolizando o desespero de ver o atacante reserva Palacio, já na prorrogação, tentar encobrir o goleiro Neuer quando um toque rasteiro resultaria em gol.

Até Messi perdeu uma chance que, em circunstâncias normais, marcaria. “Não era para ser. Não foi culpa de ninguém individualmente. Não era para ser”, constata.

A Argentina está hospedada na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio, longe dos pontos turísticos. Como fez na última vez em que esteve na cidade. Isso não impediu que torcedores argentinos fossem até o local para entoar gritos de incentivo e tentar ver os atletas, especialmente Messi.

Para agradá-los de alguma forma, um dirigente ou funcionário da federação vai até eles, recolhe algumas camisas e as leva para pegar autógrafos.

Foi na despedida do Mundial há cinco anos que Messi (e sua geração) passou a ser conhecido por chegar a finais e não vencer. Aconteceria também na Copa América de 2015 e 2016.

Para Messi, mesmo que contraditório, voltar ao Maracanã será especial. Para o restante da seleção argentina também. E até para a torcida.

Foi no calçadão de Copacabana, dois dias antes da estreia naquela Copa, que surgiu a música “Brasil, decime que se siente” (Brasil, me diga como se sente, em espanhol), que virou o hino da seleção que quase ficou com o título mundial e voltou a ser cantada na Copa América deste ano, mas com menor paixão.

Também no Rio, como resposta, os cariocas inventaram a canção que rebate os argentinos, afirmando que mil gols só Pelé fez e lembrando dos problemas de Maradona com drogas.

Na porta do hotel da seleção argentina na Barra da Tijuca, na última terça (25), os cerca de 30 argentinos presentes começaram a provocar os brasileiros, com bom humor, cantando a música que lembra a vitória nas oitavas de final da Copa do Mundo de 1990.

Um pequeno grupo de brasileiros se reuniu e respondeu com outra criação carioca de 2014. “Boi, boi boi, boi da cara preta. O Messi não tem Copa, quem tem Copa é o Vampeta”.

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