Vice da CBF diz que pediria dispensa se fosse Neymar

Francisco Noveletto afirma ser uma opinião pessoal sobre o estado emocional do jogador

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São Paulo

​Vice-presidente da CBF, Francisco Novelletto disse nesta terça (4) que, se fosse Neymar, pediria dispensa da seleção brasileira na Copa América. Mas ele defende que a entidade não deve tomar a iniciativa de cortar o jogador da delegação por causa da acusação de estupro.

"A CBF não pode julgar o Neymar. Isso não é papel dela. Mas imagina como está a cabeça dele com essa situação toda. Se eu fosse ele, pediria dispensa por tudo o que envolve esse momento", disse o dirigente, que também é presidente da Federação Gaúcha de Futebol.

Neymar domina a bola no peito durante treino da seleção em Teresópolis
Neymar domina a bola no peito durante treino da seleção em Teresópolis - Mauro Pimentel-2.jun.19/AFP

Em entrevista a um programa do SBT do Rio Grande do Sul, ele chegou a comentar sobre a possibilidade do aparecimento de um novo vídeo gravado pela mulher que acusa o jogador. Mas questionado pela Folha, afirmou que estava apenas reproduzindo algo que ouviu em emissoras de televisão.

"Eu vi em programas de TV comentários sobre isso. Não que eu tenha conhecimento do assunto. Eu dei uma opinião pessoal, não estava falando em nome da CBF", completou.

Horas antes, ao SBT ele havia dito que a pressão da imprensa durante a Copa América poderia ser demais para o principal jogador de Tite.

"Se o Neymar vier, é capaz de o Brasil não chegar. Eu conheço a imprensa. A imprensa vai pegar no pé. E tem muito mais coisa para aparecer. Amigo meu do Rio de Janeiro disse que tem mais um vídeo para ser jogado na rua. Se eu sou o Neymar... Veja, se eu tivesse que apostar, se eu tenho 10 fichas e me perguntassem no que eu apostaria: aposta se vem ou se ele vai pedir licença? Aposto que ele não virá e que ele pedirá licença. Ele não tem condições psicológicas para enfrentar uma Copa América e um batalhão de jornalistas", afirmou para a emissora gaúcha.

Em Paris, para onde viajou por causa de congresso da Fifa, o presidente da CBF, Rogério Caboclo, disse que não há nenhuma intenção de cortar o atacante da seleção. 

O primeiro teste da reação da torcida com o caso Neymar será nesta quarta (5), quando a seleção vai fazer amistoso contra  o Qatar, no estádio Mané Garrincha, em Brasília. Sera o último jogo antes da estreia brasileira da Copa América, dia 14, diante da Bolívia.

​Neymar foi acusado de agressão sexual contra uma brasileira em Paris. No sábado, o jogador se pronunciou por meio de um vídeo publicado em seu Instagram. Na postagem, o camisa 10 da seleção brasileira se defende da acusação e expõe as conversas com a suposta vítima, exibindo também imagens da mulher nua e seminua –com o rosto e partes íntimas borradas.

A Polícia Civil foi até a Granja Comary no domingo (2) buscar explicações do atleta. O jogador ainda não havia voltado de um período de folga, concedido a todo o elenco, e não foi ouvido pelos policiais. Na entrevista coletiva no centro de treinamento da seleção, Neymar foi defendido pelos colegas.

Na manhã de segunda-feira (3), o Instagram já havia apagado o vídeo no qual Neymar se defende. Em entrevista à Band, o pai do jogador disse que prefere que seu filho tenha cometido um crime de internet a um crime de estupro.

Na entrevista coletiva, o técnico Tite se disse incapaz de julgar seu comandado.

Também na segunda, a Polícia Civil voltou à Granja Comary, desta vez para intimar Neymar a depor sobre a acusação na sexta-feira (7), no Rio de Janeiro. Os advogados do jogador tentam postergar o depoimento para uma data que esteja disponível na agenda dele.

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