Bubka e Popov negam propina por Rio-2016, e COI diz que investigará

Ex-governador do Rio acusa ex-atletas e membros do COI

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São Paulo

O ex-nadador Alexander Popov, da Rússia, e o ex-saltador Sergei Bubka, da Ucrânia, negaram as acusações feitas pelo ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral (MDB), de que eles receberam propina para votar pelo Rio de Janeiro na eleição que escolheu a cidade como sede da Olimpíada de 2016.

Nesta sexta-feira (5), o Comitê Olímpico internacional afirmou em nota que deu seguimento ao caso após o depoimento de Cabral. A entidade diz que está cobrando esclarecimentos de seus membros e que adotou novas práticas "em relação à boa governança e, em particular, ao procedimento de eleição de cidade-sede."

"O COI está totalmente empenhado em lidar com quaisquer questões, incluindo aquelas que tenham ocorrido antes das profundas reformas da Agenda Olímpica 2020", diz a nota. ​

Cabral depôs na última quinta-feira ao juiz Marcelo Bretas no processo em que é acusado de ter pago US$ 2 milhões (R$ 7,6 milhões, em valores atuais) ao senegalês Lamine Diack, ex-presidente da federação internacional de atletismo, para influenciar na escolha da cidade como sede dos Jogos. Também são réus no processo o ex-presidente do COB (Comitê Olímpico do Brasil) Carlos Arthur Nuzman e o ex-diretor da Rio-2016 Leonardo Gryner. 

Popov e Bubka são membros do COI e votaram na escolha da sede da Olimpíada de 2016. Citado por Cabral, o ex-nadador negou a versão dada pelo ex-governador. "Eu nem votei no Rio de Janeiro" disse Popov à agência russa RIA Novosti.

Bubka se defendeu através de suas redes sociais. "Eu rejeito completamente todas as falsas alegações feitas pelo ex-governador do estado do Rio, que atualmente está cumprindo uma longa pena de prisão por corrupção", escreveu ele.

Quatro cidades eram candidatas na eleição para 2016, realizada em 2009. Além do Rio, Madri, Tóquio e Chicago disputaram o pleito. A vitoriosa seria escolhida por eliminação. A cada rodada de votação, a cidade menos marcada é retirada da disputa, iniciando nova votação.

Na primeira, a cidade brasileira teve 26 votos, enquanto a norte-americana foi eliminada com 18. Caso a candidatura carioca tivesse perdido os até nove votos supostamente comprados para a concorrente, a cidade não teria passado.

Após a primeira rodada, o Rio manteve larga vantagem sobre as demais, tendo atraído os votos dos eleitores das cidades eliminadas. Na última votação, superou Madri com 66 a 32 votos.

“Era fundamental ter a garantia desses votos. Depois foi a política. A política com ‘p’ minúsculo na primeira fase e a com ‘p’ maiúsculo na segunda e terceira fases", disse Cabral.

Desde o início do ano, o ex-governador vem confessando os crimes que lhe são atribuídos. O objetivo é tentar reduzir suas penas, que já somam 198,5 anos em nove condenações. Ele é réu em outras 20 ações penais na Justiça Federal e três na estadual. ​

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