Descrição de chapéu Copa América

Copa América triplica uso do VAR na comparação com Mundial

No Brasil, consulta ao árbitro de vídeo foi feita 33 vezes

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São Paulo

Alvo de reclamações da seleção argentina por não ter sido usado em lances capitais na semifinal e na disputa de terceiro lugar, o árbitro assistente de vídeo (VAR) foi acionado o triplo de vezes na Copa América do Brasil em comparação com a Copa do Mundo da Rússia, quando a ferramenta fez sua estreia em torneios da Fifa.

Nas 26 partidas do torneio sul-americano, foram 33 intervenções, média de 1,27 por partida. O número é superior ao total de vezes que o VAR foi acionado nas 64 partidas do Mundial de 2018: 26 vezes, segundo levantamento feito pela Folha ao final do torneio —uma média de 0,41 intervenção por confronto.

Sete jogos da Copa América não contaram com revisão de vídeo, seis na fase de grupos e o Brasil e Argentina, na semifinal.

Após ser expulso na final da Copa América contra o Peru, Gabriel Jesus saiu da campo revoltado e empurrou o monitor do VAR na beira do gramado, que teve que ser segurado por um funcionário para não cair no chão.
Após ser expulso na final da Copa América contra o Peru, Gabriel Jesus saiu da campo revoltado e empurrou o monitor do VAR na beira do gramado, que teve que ser segurado por um funcionário para não cair no chão. - MAURO PIMENTEL/AFP

O número de decisões alteradas também cresceu, porém de forma mais discreta. Na Copa da Rússia, o árbitro mudou sua marcação em pouco mais da metade (57%) das vezes em que o VAR foi acionado. Já no Brasil, esse número sobe para 63%.

Na final entre Brasil e Peru o árbitro chileno Roberto Tobar foi duas vezes até o monitor do VAR para revisar um lance, ambas por pênaltis marcados. As duas decisões foram mantidas após o juiz conferir a jogada novamente.

Outro ponto de atenção é a demora para o desfecho do lance. Após a Copa do Mundo, a Fifa dizia ser necessário, em média, 79,6 segundos para uma análise completa do VAR. Nas 18 primeiras partidas da Copa América, a demora foi de quase 2 minutos e meio em média, de acordo com balanço divulgado pela Conmebol sobre a fase de grupos.

As duas partidas que mais geraram reclamação da arbitragem envolveram a Argentina, que fez uma queixa em razão do não uso do VAR em lances que poderiam ter mudado o rumo da partida.

Contra o Brasil, da semifinal, os supostos dois lances de pênalti para os argentinos e não revisados em vídeo pelo juiz Roddy Zambrano revoltaram Lionel Messi, para quem a Conmebol teria beneficiado a seleção brasileira.

“Houve pênaltis bobos durante toda a Copa América e hoje não marcaram um em Otamendi. Nem sequer consultaram o VAR”, disse o atacante após a eliminação. A Federação Argentina de Futebol (AFA) enviou uma carta à Conmebol não só endossando o julgamento do jogador, mas ampliando a reclamação para toda a organização do torneio, inclusive a presença do presidente Jair Bolsonaro no estádio.

Na disputa de terceiro lugar, mais uma vez os argentinos reclamaram do não uso da ferramenta. Dessa vez no lance que expulsou Messi do jogo e que não foi revisto pelo árbitro Mario Díaz de Vivar. Para o atacante, se tratou de uma represália por ele ter criticado a organização na partida anterior.

“A corrupção e os juízes não deixaram as pessoas aproveitarem, e o futebol foi arruinado”, disse ele, que ainda afirmou achar que o torneio estaria "armado" para a vitória brasileira.

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