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Federer e Nadal se reencontram em Wimbledon 11 anos após final épica

Tenistas duelam na sexta por um lugar na decisão do Grand Slam britânico

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São Paulo

Onze anos após o último duelo entre eles em Wimbledon, na final de 2008, o suíço Roger Federer, 37, e o espanhol Rafael Nadal, 33, voltarão a duelar no Grand Slam britânico, desta vez pelas semifinais.

Nesta quarta (10), Federer superou o japonês Kei Nishikori por 3 sets a 1 (sua centésima vitória no torneio), enquanto Nadal derrotou o americano Sam Querrey sem perder nenhuma parcial.

Na sexta (12), ainda sem horário definido e com transmissão do SporTV 3, o 40º capítulo da rivalidade entre os dois maiores vencedores de Grand Slam do tênis masculino (o suíço tem 20 títulos, e o espanhol, 18) será como a sequência de uma trilogia que, por vários motivos, acabou adiada e lançada distante das três obras originais.

De 2006 a 2008, Federer e Nadal decidiram todas as edições de Wimbledon. Nos dois primeiros confrontos, o suíço levou a melhor e chegou a cinco títulos consecutivos na grama inglesa —algo que só ele e o sueco Björn Borg conseguiram entre os homens.

Mas no terceiro duelo, quando ele tinha a chance de se isolar como recordista, quem saiu de quadra vitorioso após quatro horas e 48 minutos de partida foi o espanhol, por 3 sets a 2 (6/4, 6/4, 6/7, 6/7 e 9/7). Até hoje, essa é a final mais longa da chave masculina de simples em Wimbledon.

Para além do tempo, é a sucessão de acontecimentos daquela partida que a coloca num lugar de distinção na história do tênis.

A reconstrução de Federer em quadra após dois sets perdidos, as duas paralisações causadas pela chuva (um ano antes da inauguração do teto na quadra central no All England Club), bolas arriscadas e certeiras em momentos decisivos e a tensão de uma partida que só acabou quando já estava perto de anoitecer em Londres e já se temia pelo adiamento dela para o dia seguinte: todos esses elementos compõem a narrativa daquele jogo.

Some-se a isso o fato de que, na ocasião, o suíço de 26 anos já era um tenista consolidado e estava havia 231 semanas na liderança do ranking mundial. Nadal, 22, não era um novato. Acumulava quatro troféus de Roland Garros (hoje são 12) e um mês antes castigara o rival na final em Paris cedendo apenas quatro games.

Mas o jovem espanhol, que jogava com camiseta regata e uma longa bermuda, até então não havia convencido o mundo de que seu poderio era capaz de ir muito além do saibro. Com aquela vitória, ele se tornou apenas o terceiro na história a ganhar Roland Garros e Wimbledon no mesmo ano —o suíço faria o mesmo em 2009. Algumas semanas depois, desbancou o rival da primeira posição do ranking.

"Tive a sorte de as pessoas falarem sobre o meu jogo com o Bjorn em 1980 como um dos grandes jogos. Mas eu estava assistindo à final de 2008 e dizendo para mim mesmo: 'Essa é a melhor partida que já vi em Wimbledon'", afirmou o ex-tenista americano John McEnroe à BBC no ano passado.

A final entre Borg e McEnroe (vencida pelo sueco e que teve um tiebreak de 22 minutos) no mesmo local, 28 anos antes, costuma ser apontada como a maior rival do "Fedal" de 2008 na escolha das melhores partidas da história do esporte.

O fato de Nadal e Federer, junto ao sérvio Novak Djokovic, ainda serem os maiores protagonistas do tênis 11 anos depois diz muito sobre o quanto a dupla leva a sério suas carreiras. Ambos passaram por lesões graves nos últimos anos, mas voltaram a conquistar torneios importantes e dominar o circuito.

Federer parabeniza Nadal pela vitória na final de Wimbledon em 2008
Federer parabeniza Nadal pela vitória na final de Wimbledon em 2008 - Ryan Pierse - 7.jun.08/AFP

Em 2017 e 2018, o suíço deixou de lado a temporada de saibro. Já o espanhol por diversas vezes esteve longe de priorizar as competições na grama. Neste ano, porém, os dois chegaram em boas condições tanto na terra batida de Roland Garros quanto em Wimbledon.

Na França, um dia de ventania forte não permitiu que os veteranos atingissem o nível que deles se esperava. Nadal venceu com tranquilidade, pela 24ª vez no confronto (são 15 vitórias de Federer).

As esperanças de um grande embate se renovam para a semifinal de Wimbledon, onde ambos atuaram bem até aqui e, em caso de más condições climáticas, agora terão um teto para abrigar o espetáculo e luz artificial para iluminá-lo.

Na outra semifinal da chave masculina, o líder do ranking, Djokovic, 32, enfrentará Roberto Bautista Agut, 31, surpresa do torneio e que disputará pela primeira vez um jogo dessa fase em um Grand Slam.

Embora o favoritismo seja todo do sérvio, atual campeão em Londres, o espanhol venceu os dois confrontos entre eles neste ano e perdeu apenas um set no torneio até aqui, mesma quantidade de Djokovic e Nadal e um a menos do que Federer.

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