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Federer busca 9º título de Wimbledon contra maior algoz recente

Suíço derrota Nadal no 40º duelo entre eles e enfrentará Djokovic na decisão

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São Paulo

O período de quase cinco anos em que Roger Federer, 37, ficou sem ganhar títulos de Grand Slam poderia ter durado menos tempo não fosse Novak Djokovic, 32. Principal algoz recente do suíço, o sérvio o derrotou em quatro jogos dos torneios mais importantes do tênis de 2014 a 2016.

O jejum de Federer, iniciado após a conquista de Wimbledon em 2012, só terminou após o troféu no Australian Open de 2017. Há dois anos e meio, Federer retornou em grande estilo depois de ficar seis meses afastado do circuito por lesão. Desde então, triunfou duas vezes em Melbourne (2017 e 2018), uma em Wimbledon (2017) e voltou a liderar o ranking mundial (hoje é o terceiro colocado).

Mas essa nova versão do veterano tenista, com golpes mais agressivos e a cabeça mais relaxada, ainda tem um desafio a superar: enfrentar Djokovic em um Grand Slam.

Isso acontecerá no domingo (14), às 10h, na decisão de Wimbledon, para a qual o suíço avançou após derrotar o espanhol Rafael Nadal, 33, na semifinal, nesta sexta-feira (12).

A última vitória de Federer contra o sérvio em um dos quatro grandes torneios foi na semifinal de Wimbledon em 2012. Depois disso, ele perdeu duas finais seguidas para o oponente (2014 e 2015) na grama inglesa, além de uma decisão no US Open (2015) e uma semifinal no Australian Open (2016).

Desde o retorno do suíço às quadras, foram dois confrontos e duas derrotas, nos Masters de Cincinnati e Paris do ano passado, com jogos disputados em melhor de três sets. O retrospecto geral entre eles mostra equilíbrio, 25 vitórias de Djokovic e 22 de Federer, mas o sérvio venceu 8 dos últimos 10 jogos disputados.

"Dependerá muito de quem está melhor no dia, quem está em um lugar mental melhor, quem tem mais energia sobrando e quem é mais duro quando realmente chega a hora da decisão", disse Federer, que nunca bateu Nadal e Djokovic numa mesma edição de Grand Slam.

Para voltar a encarar o atual líder do ranking mundial, e em uma partida melhor de cinco sets, Federer entrará embalado após superar o espanhol no 40º jogo entre eles.

Numa de suas melhores atuações recentes, o octocampeão de Wimbledon derrotou Nadal por 3 sets a 1 (7/6, 1/6, 6/3 e 6/4) nesta sexta (12), em três horas e dois minutos de jogo. Foi a 16ª vitória dele sobre o rival (a 6ª nos últimos 7 jogos) e a terceira no torneio.

As outras duas haviam sido nas finais de 2006 e 2007. O único revés do suíço contra o espanhol na grama de Londres foi na decisão de 2008, considerada um dos maiores jogos da história do tênis.

Se não foi um épico como aquele confronto de 11 anos atrás, o jogo desta sexta teve grandes momentos de ambos e um final de partida emocionante. No fim, venceu quem se manteve consistente por mais tempo. Surpreendentemente, pelo histórico dos dois, esse alguém foi Federer.

No primeiro set do "Fedal 40", a única chance de quebra de saque foi de Federer, mas ele mandou a bola na rede após uma longa troca e não aproveitou. A decisão foi para o tiebreak, e o suíço venceu cinco pontos seguidos para fechar em 7 a 3.

Cada uma das duas parciais seguintes foi dominada por um deles. Nadal voltou forte após perder o tiebreak e quebrou o saque de Federer duas vezes para vencer o segundo set por 6/1.

No terceiro, foi o suíço quem abriu vantagem no início e liderou até fechar em 6/3. Destaque para dois pontos em que ele venceu ralis com mais de 20 trocas de bola sob ameaça de perder o saque.

Diferentemente de quando ganhou a primeira parcial, Federer se manteve no jogo no início do quarto set e voltou a quebrar o serviço do rival.

Rafael Nadal durante a partida contra Federer na semifinal de Wimbledon
Rafael Nadal durante a partida contra Federer na semifinal de Wimbledon - Adrian Dennis/Reuters

O final da partida foi disputado em altíssimo nível, como se cada ponto em jogo valesse anos da carreira de dois dos maiores da história do tênis. Quando Nadal sacava em 3/5, o suíço chegou a ter dois match points, que foram salvos pelo espanhol após bons saques.

No game seguinte, Federer serviu, teve que salvar break point, viu Nadal se livrar de mais dois match points até que, na quinta chance de fechar o jogo, enfim o fez e garantiu a vaga na sua 12ª final de Wimbledon.

Se ambos tiveram desempenho parecido no percentual de pontos vencidos com o primeiro saque (74% a 73% para o espanhol), o suíço fez a diferença com seu segundo serviço (61% a 48% em pontos ganhos com ele) e nas subidas à rede (76% a 55%).

Também levou a melhor no número de aces (14 e 10) e duplas faltas (1 e 4). Mais agressivo, ele disparou 51 bolas vencedoras contra 32 do rival e cometeu apenas dois erros não forçados a mais (27 e 25).

Campeão em 2003, 2004, 2005, 2006, 2007, 2009, 2012 e 2017, o suíço também tem três vices no Grand Slam britânico (2008, 2014 e 2015). No ano passado, parou diante do sul-africano Kevin Anderson nas quartas de final. O último a derrotá-lo em uma decisão na grama inglesa foi justamente Djokovic.

Também nesta sexta, o sérvio, tetracampeão do torneio (2011, 2014, 2015 e 2018), teve boa atuação e bateu o espanhol Roberto Bautista Agut (22º do ranking) por 3 sets a 1 (6/2, 4/6, 6/3 e 6/2) para avançar à decisão.

Novak Djokovic comemora após vencer o espanhol Roberto Bautista Agut na semifinal de Wimbledon
Novak Djokovic comemora após vencer o espanhol Roberto Bautista Agut na semifinal de Wimbledon - Ben Stansall/AFP
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