Polícia cumpre mandados de busca e apreensão na sede do Cruzeiro

Autoridades investigam supostos crimes na gestão de Wagner Pires de Sá

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Belo Horizonte | UOL

A Polícia Civil de Minas Gerais cumpriu mandados de busca e apreensão nas dependências do Cruzeiro Esporte Clube e nas residências de dirigentes e agentes ligados à cúpula da agremiação nesta terça-feira (9).

Os agentes foram à sede administrativa do clube, aos dois centros de treinamento (Toca da Raposa I e Toca da Raposa II), à sede da Máfia Azul (torcida organizada) e às sedes das empresas IMM Assessoria e Consultoria Esportiva (ligada a Itair Machado) e Status Assessoria (ligada a Sergio Nonato dos Reis).

Wagner Pires de Sá, presidente do Cruzeiro
Wagner Pires de Sá, presidente do Cruzeiro - Vinnicius Silva/Cruzeiro

Também foram alvos dos mandados de busca e apreensão as residências do presidente do clube, Wagner Pires de Sá, do vice de futebol Itair Machado, do diretor-geral Sergio Nonato dos Reis, dos agentes Carlinhos Sabiá e Ângelo Pimentel e do empresário Cristiano Richard, responsável por emprestar R$ 2 milhões aos mineiros em março do ano passado.

Em 26 de maio de 2019, foi divulgado pelo Fantástico —e confirmado pela Folha— que a polícia abriu investigação após denúncias de lavagem de dinheiro, falsidade de documentos e falsidade ideológica.

As autoridades investigam uma denúncia de que o clube tenha cedido percentuais de dez jovens – menores de 18 anos– das categorias de base para quitar uma dívida de quase R$ 2 milhões com um empresário. Além de ser considerado crime negociar o trabalho de um menor de idade, o repasse de direitos econômicos de atletas é proibido pela Fifa.

Em abril, a Folha noticiou que o Cruzeiro é o clube que mais acumulou débitos com a União (Imposto de Renda, débitos tributários e previdenciários, PIS, Cofins, FGTS, INSS e Contribuição Social sobre o Lucro Líquido), mesmo depois de o governo federal perdoar dívidas milionárias de entidades esportivas pelo Profut (Programa de Modernização da Gestão de Responsabilidade Fiscal do Futebol Brasileiro).

São R$ 17 milhões em situação irregular, inscritos em setembro de 2018, na Dívida Ativa. O passivo, que inclui débitos em situação regular (esses parcelados ou em discussão judicial), do clube mineiro com a União é de R$ 54,8 milhões de acordo com a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional.

Em nota, a diretoria do Cruzeiro disse apoiar as investigações, mas lamenta que as operações ocorram às vésperas das quartas de final da Copa do Brasil.

"O Clube informa que entregou às autoridades toda a documentação solicitada para a investigação. [...]O Cruzeiro Esporte Clube informa que continuará à disposição das autoridades competentes para quaisquer tipos de outros esclarecimentos necessários", diz o texto.

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