Sexto colocado do ranking mundial de tênis de mesa, o carioca Hugo Calderano, 23, é o melhor atleta não oriental dessa lista: está atrás de quatro chineses e um japonês. O segundo melhor jogador das Américas também é brasileiro. O veterano Gustavo Tsuboi, 34, ocupa a 32º posição, uma à frente do americano Kanak Jha, 19.
Pela distância para os principais adversários é possível dizer que o atual campeão dos Jogos Pan-Americanos defende seu título individual em Lima com o mesmo favoritismo que os chineses carregam nos torneios internacionais.
Após duas vitórias tranquilas na competição e o ouro em duplas com Tsuboi, na noite desta terça (6), ele disputa as semifinais do individual nesta quarta (7), a partir das 14h (de Brasília). A decisão está marcada para o mesmo dia, às 21h15.
Bruna Takahashi, 19, também joga pelas semifinais individuais, às 13h desta quarta, embalada por uma grande virada contra a americana Lily Zhang. Tsuboi e Jéssica Yamada, no individual, perderam e estão fora da disputa por medalhas.
Quando venceu o Pan de Toronto, há quatro anos, o carioca ainda começava a aparecer para o mundo. Em seguida, na Olimpíada do Rio-2016, chegou às oitavas de final e igualou o melhor resultado de um brasileiro, obtido pelo xará Hugo Hoyama em Atlanta-1996.
A ascensão internacional de Calderano o tornou uma celebridade no seu meio. Em Lima, ele é o mesa-tenista mais assediado por fãs, não apenas brasileiros, que gritam seu nome e pedem fotos após as partidas. Seu perfil no Instagram tem 67 mil seguidores.
O brasileiro não tem problema em assumir que é o mais cotado à medalha de ouro individual. “Eu sei lidar bem com essa pressão”, afirma. Mas ele também sabe que isso o torna o alvo mais visado pelos adversários.
“O Pan nunca é um evento fácil. Todos os países lutam muito, e o clima no ginásio é completamente diferente das outras competições internacionais. Você tem que estar sempre focado e bem tecnicamente”, diz.
Calderano mora na Alemanha e passa a maior parte do tempo competindo na Europa. Com o evento no Peru, sua família aproveita uma oportunidade mais próxima para o ver em ação. Elisa (mãe), Marcos (pai) e Sofia (irmã) estão acompanhando o torneio.
“O nervosismo e a emoção vendo ele jogar hoje são iguais aos de quando ele era mirim. A sensação é quase igual, uma mãe torcendo pelo filho, independentemente de ele ser top 10 do mundo ou estar jogando na escolinha”, diz Elisa.
Ela conta que a família absorveu bem o sucesso obtido pelo atleta ao longo dos anos: “Para as pessoas de fora parece que as coisas foram muito rápidas, mas a gente vê que isso foi sendo construído aos poucos, então vai se acostumando”.
Na visão da mãe, o filho também se habituou com o patamar que alcançou. “Se você quiser ser o melhor, tem que chegar num campeonato onde vai ser o favorito e lidar com a pressão, encarar e ganhar. Ele lida super bem, não perde um continental há muitos anos, mas para a gente, como torcedor e família, é uma pressão a mais também”, diz.
Não só de Calderano vive a equipe brasileira em Lima. O país já conquistou, além do ouro com a dupla masculina, uma medalha de prata nas duplas mistas, com Bruna Takahashi e Gustavo Tsuboi, e um bronze nas duplas femininas (Takahashi e Jéssica Yamada).
No Pan de Toronto, o Brasil conquistou sete medalhas em quatro categorias do tênis de mesa e foi disparado o país mais vitorioso no esporte. No individual masculino, levou ouro, prata e bronze.
Desta vez só são permitidos dois representantes por nação no individual, mas o número de categorias passou para sete. Com os resultados obtidos até agora no Peru, os mesa-tenistas brasileiros poderão sair com o mesmo número de medalhas do evento.
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