Descrição de chapéu Pan-2019

Com quase 2 m, brasileira se destaca no basquete dos EUA

Stephanie Soares, 19, integra a seleção na disputa do Pan de Lima

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Lima (Peru)

Quando as atletas da seleção brasileira feminina de basquete chegam ao ginásio para treinar, às vésperas da estreia nos Jogos Pan-Americanos de Lima, Stephanie Soares se destaca em meio às demais.

Mesmo num esporte acostumado com a presença de gigantes, a ala-pivô de 1,98 m chama a atenção por ser bem mais alta do que a maioria de suas companheiras. A média de altura das brasileiras convocadas para o Pan é 1,80 m.

Mas esse não é o único trunfo da caçula da equipe. Aos 19 anos, ela disputa a NAIA, segunda liga universitária em relevância nos Estados Unidos (EUA) —atrás da NCAA— pela The Master's University, da Califórnia. Em sua primeira temporada, Stephanie registrou média de 16,2 pontos, 13,4 rebotes e quase cinco tocos por partida.

Jogadora de basquete Stephanie Carmem Soares em ação pelo Mustangs
Jogadora de basquete Stephanie Carmem Soares em ação pelo Mustangs - Mustangs / Divulgação

Os números da caloura impressionaram e a fizeram entrar numa lista da ESPN americana com os principais nomes prospectados para o futuro na WNBA (principal liga profissional dos EUA). Também chamaram a atenção da seleção brasileira, para a qual ela foi convocada pela primeira vez no ano passado.

Natural de Americana (SP), Stephanie começou a praticar basquete por influência dos pais, o brasileiro Rogério e a americana Susan, ambos ex-jogadores.

Nem Paula nem Hortência, mas sim os pais, além do avô, outro ex-atleta da modalidade, são citados pela jovem como suas referências no esporte. “Eu não era muito de ver basquete, era mais de jogar mesmo”, diz.

A família faz parte do Atletas em Ação, grupo religioso que existe desde 1966 e tem atuação mundial por meio de projetos esportivos.

Rogério, que também defendeu a The Master's University no passado, é amigo do atual treinador de Stephanie no time da universidade.

O comandante logo foi conquistado pela gigante brasileira, capaz de enterrar com certa facilidade, algo que a maioria de suas companheiras de profissão não consegue. A cesta fica a 3,05 metros de altura tanto para homens quanto para mulheres.

 

Apesar de ter as ferramentas para isso, a brasileira conta que nunca enterrou durante um jogo oficial, apenas em treinamentos, e que hoje muitas meninas mais novas do que ela já o fazem nos EUA.

Para Stephanie, a altura é um diferencial não apenas para ver as adversárias de cima, pegar rebotes ou dar tocos, mas também na vida pessoal.

“É uma boa oportunidade de conhecer pessoas novas, porque elas sempre vêm e perguntam a minha altura e o que eu faço. É um jeito de fazer novas amizades”, afirma. “A parte ruim é ter que pagar mais para ter uma cadeira melhor no avião”.

Após receber algumas oportunidades de entrar em quadra no Sul-Americano do ano passado, Stephanie se manteve entre as convocadas para um capítulo importante da cada vez mais longa tentativa de reconstrução da seleção feminina brasileira.

A equipe nacional estreia no Pan de Lima nesta terça (6), às 15h30 (de Brasília), contra o Canadá. Esse será o primeiro torneio do Brasil sob o comando de José Neto, um dos técnicos mais vitoriosos no basquete masculino do país.

Porto Rico e Paraguai serão os outros adversários da primeira fase, que vai até quinta (8). As semifinais estão programadas para a sexta (9), e as disputas de medalha, para o sábado (10).

As jogadoras mais conhecidas do grupo que está em Lima são as pivôs Clarissa, 31, bronze no Pan de Guadalajara, e Érika, 37, também presente na conquista da medalha pan-americana há oito anos e que defende a seleção há quase duas décadas.

Principal nome do país na modalidade atualmente e única representante nacional na WNBA, a pivô Damiris, 26, não foi liberada para essa competição.

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