Descrição de chapéu Campeonato Brasileiro

Como Carille ajeitou Corinthians, e Felipão perdeu o seu Palmeiras

Treinadores chegam ao dérbi em posição diferente da que ocupavam há um mês

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São Paulo

Corinthians e Palmeiras viviam fases bem diferentes no momento em que o calendário do futebol brasileiro foi pausado para a disputa da Copa América. Fábio Carille era cobrado pela produção inconsistente e pelas dificuldades ofensivas alvinegras. Luiz Felipe Scolari via elogios à defesa alviverde e tinha de responder se o título do Campeonato Brasileiro estava bem encaminhado.

Essas realidades mudaram desde que a competição foi retomada, há menos de um mês. O Palmeiras perdeu a consistência na zaga, indo de líder disparado e grande favorito ao título nacional a segundo colocado. A equipe ainda foi eliminada da Copa do Brasil pelo Internacional e chegou a sofrer na Copa Libertadores diante do frágil Godoy Cruz. Nesse período, o Corinthians cresceu na tabela e apresentou um futebol mais convincente.

Carille prometia evolução após a parada no calendário, com um tempo maior para treinamentos, e está entregando essa melhora. A defesa se tornou mais firme com o reforço do beque Gil, elogiado pelo comandante. E, impulsionada pelo ótimo momento do meia Pedrinho, a criação com a bola melhorou muito.

Foram nove gols marcados e três sofridos nas cinco partidas disputadas desde o retorno às competições. Antes criticado por se limitar a um jogo reativo, baseado em contra-ataques, o time tem controlado mais a bola. Na vitória por 3 a 1 sobre o Fortaleza, por exemplo, a equipe teve 56,6% da posse, de acordo com o Footstats, mesmo atuando fora de casa.

 

“Estou muito feliz pelo desempenho coletivo e pela produção individual também. A gente tem atacado bastante, isso aconteceu mesmo contra o CSA, que foi um resultado magro [1 a 0]. Essa é a nossa busca, estou muito feliz”, disse, dando crédito a Pedrinho pelo crescimento. “Quando eu cobrava, era porque sabia do potencial. Ele tem qualidade e está assumindo a responsabilidade.”

Melhor na defesa e no ataque, o Corinthians vem de quatro vitórias e um empate. A equipe passou sem sustos pelo Montevideo Wanderers na Copa Sul-Americana e colecionou pontos importantes no Brasileiro, diminuindo consideravelmente a enorme distância que o separava do então líder Palmeiras.

 

No momento da parada para a Copa América, a diferença era de 13 pontos. Agora, o time alvinegro se vê com a chance de ficar apenas dois pontos atrás do rival. Para isso, precisa vencer o confronto direto marcado para este domingo (4), no estádio de Itaquera, e ganhar também do Goiás na próxima quarta (7), no mesmo local – em jogo atrasado da sétima rodada.

Para impedir a aproximação do adversário e brigar pela ponta, que lhe foi tomada pelo Santos, o Palmeiras terá de mostrar recuperação após uma sequência difícil. Até fazer 4 a 0 no Godoy Cruz, na última terça (31), acumulava cinco partidas seguidas sem vitória. No Brasileiro, foram conquistados apenas dois pontos dos últimos nove possíveis.

 

Também são ilustrativos os números apresentados pela defesa, que tinha sido vazada apenas nove vezes em 33 jogos até a parada, com uma média impressionante de 0,27 gol sofrido por partida. Desde o retorno, a equipe tomou sete gols em sete confrontos, e nem está incluída na conta a derrota por 2 a 1 para o Guarani em um amistoso.

Toda a sequência gerou questionamentos e protestos por parte da torcida. Jogadores como Deyverson e Dudu foram alvos de cobranças, dirigidas também a Scolari. Além do desempenho, provocou irritação a reação do treinador à eliminação na Copa do Brasil diante do Internacional: “Ninguém morreu”.

A situação piorou em seguida, e, quando a série sem triunfos chegou a cinco jogos, torcedores subiram o tom dos protestos, com gritos como “time de pipoca”. A sequência negativa foi interrompida na vitória sobre o Godoy Cruz, porém o clima ainda está longe de ameno no ex-líder do Brasileiro.

Tudo, porém, pode mudar no dérbi. O histórico do clássico entre os arquirrivais mostra que ele pode alterar rumos, interrompendo ou iniciando crises. O Palmeiras tem a vantagem de um tempo maior de preparação, já que atuou na terça-feira, dois dias antes do adversário, e aposta no duelo para recuperar o rumo.

“É um jogo importante, que pode nos dar confiança”, afirmou o meia Hyoran, um dos que procuraram minimizar os problemas recentes enfrentados pelo time. “Estamos em duas competições e brigando com reais possibilidades de ganhar o título. Só temos que trabalhar e melhorar nosso futebol”, concordou o volante Bruno Henrique.

 
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