Descrição de chapéu Campeonato Brasileiro

Ministério Público pede bloqueio de R$ 9,6 mi de Figueirense e dirigentes

Ação é para que o clube pague salários atrasados dos atletas que entraram em greve

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Rio de Janeiro

O Ministério Público do Trabalho de Santa Catarina pediu nesta sexta-feira (23) o bloqueio de R$ 9,6 milhões do Figueirense para pagamento de salários atrasados dos atletas.

A ação movida pede o bloqueio de bens de 12 réus,  entre dirigentes do clube, como o presidente Cláudio Honigman, a empresa Elephant e seu administrador, Cláudio Vernalha,  até que a quantia pedida seja atingida.

O Ministério Público também quer que o Figueirense pague todos os tributos devidos, como FGTS, verbas rescisórias e indenizações. O órgão fiscalizador abriu três inquéritos contra o clube desde 2015. São 177 ações trabalhistas contra o time catarinense.

Jogadores do Figueirense antes de jogo contra a Ponte Preta, pelo Brasileiro da Série B
Jogadores do Figueirense antes de jogo contra a Ponte Preta, pelo Brasileiro da Série B - Matheus Dias-20.ago.19/FFC

O Figueirense afirma que os dirigentes e o departamento jurídico do clube não foram notificados da ação.

Na última terça (20), os jogadores do time se recusaram a entrar em campo para enfrentar o Cuiabá, pela Série B do Campeonato Brasileiro. Eles reclamam de repetidos atrasos nos pagamentos de salário, direito de imagem e recolhimento de contribuições. A equipe sub-20 e sub-23 também entraram em greve logo depois.

O Figueirense é uma sociedade anônima desde 2018 e o futebol é administrado pelo grupo Elephant.

“Não começou de uma hora para a outra. São reiterados atrasos. O clube deixa passar três meses e paga um salário. Depois espera quatro meses e paga dois. Chega a hora em que o atleta fica com a faca no pescoço”, afirma o advogado Filipe Rino, representante legal do grupo.

Pessoas próximas aos jogadores disseram à Folha que alguns deles venderam carros para pagar contas acumuladas. Há casos de atrasos de pensão alimentícia, e garotos das categorias de base estão ameaçados de despejo por não receberem a ajuda de custo.

Antes da partida entre Cuiabá e Figueirense, apenas três jogos do Campeonato Brasileiro não aconteceram por WO. Um deles, entre Coritiba e Santos, em 1989, pela primeira divisão, não teve relação com atrasos de pagamentos.

Em 2014, pela Série D, os jogadores do Grêmio Barueri se recusaram a jogar contra o Operário do Mato Grosso. Reclamavam de quatro meses de salários atrasados. Três anos depois, o Mogi Mirim deu WO em jogo diante do Ypiranga, pela Série C, também em protestos contra falta de pagamentos.

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