O que ainda pode acontecer no caso da acusação contra Neymar

Investigação contra atacante foi arquivada; suposta vítima é alvo de inquéritos

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São Paulo

A Justiça arquivou nesta quinta (8) o inquérito do caso em que o atacante Neymar é acusado de estupro e agressão por Najila Trindade. O atacante será investigado, nesse caso, somente se surgir novas provas.

No entanto, outros desdobramentos virão. A modelo e o jogador são alvos de investigações decorrentes da denúncia de maio.  

O atacante do PSG ainda pode ser enquadrado por crime de internet. Isso porque, ele postou conversas de WhatsApp e imagens dela nua. Desde junho, a Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI), da Polícia Civil do Rio Janeiro, investiga o caso. O jogador prestou depoimento no dia 6, e a Polícia Civil do Rio ainda não decidiu se Neymar cometeu crime virtual ou não.

Enquanto isso, a modelo é alvo de dois inquéritos: o de tentativa de extorsão e o de denunciação caluniosa.

Neymar, livre da acusação de estrupo, é alvo de inquérito sobre crime de internet - Nacho Doce/Reuters

Najila e Neymar se conheceram por meio de mensagens em uma rede social. Após isso, o jogador comprou passagens e bancou a hospedagem para conhece-la em Paris. Ambos se encontraram nos dias 15 e 16 de maio no Sofitel Arc De Triomphe na capital francesa. De volta ao Brasil, Najila registrou boletim de ocorrência acusando o jogador de estupro e agressão no dia 31 de maio, na 6ª Delegacia de Defesa da Mulher.

Veja que desdobramentos o caso pode ter

Neymar absolvido

Polícia Civil e o Ministério Público não encontrarem provas para indiciar Neymar por estupro e agressão. Com isso, a juíza Ana Paula Vieira de Moraes, da Vara de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, encerrou o caso. O atleta está livre de responder pelos crimes de agressão e estupro contra a modelo, no entanto, o inquérito poderá ser reaberto se houver novas provas.


A delegada Juliana Lopes Bussacos, da 6ª Delegacia de Defesa da Mulher, e as promotoras Flávio Merlini e Estefânia Paulin, da Vara de Violência Doméstica e Familiar, afirmaram que esgotaram todas as diligências e não encontraram provas para indicar o atacante. “Pedimos várias vezes provas e a própria Najila não ofereceu. Foram exaustivas diligências. O laudo do médico onde foi atendida pela primeira vez, ‘ah eu perdi’", disse Paulin. 

Outro suposto crime de Neymar

O jogador ainda pode ser responsabilizado por crime virtual. Ele é investigado em um inquérito na Delegacia de Repressão a Crimes de Informática (DRCI), do Rio de Janeiro, por ter divulgado fotos íntimas da modelo. No dia 1º de junho, um dia depois de Najila registrar o boletim de ocorrência em São Paulo, o atacante postou, no Instagram, um vídeo com imagens dela nua e as conversas pelo WhatsApp na tentativa de mostrar que o sexo foi consensual. O Instragam, na ocasião, removeu o vídeo.
 
A Polícia Civil do Rio instaurou o inquérito no dia 3 de junho para averiguar se houve crime virtual. Neymar prestou depoimento, no Rio, no dia 3 de junho e responsabilizou sua assessoria pela publicação do vídeo. Ele também disse que não sabe como anexar mensagens de Whatsapp em um vídeo no Instagram. Alex Bernardo, assessor de marketing do atleta, confirmou a versão do jogador em seu depoimento no dia 14 de junho. A Polícia Civil do Rio ainda não concluiu se Neymar cometeu algum delito com a divulgação do vídeo. 

Segundo o artigo 218 do Código Penal, crime virtual consiste em “oferecer, trocar, disponibilizar, transmitir, vender ou expor à venda, distribuir ou divulgar por qualquer meio —inclusive por meio de comunicação de massa ou sistema de informática ou telemática– […], sem o consentimento da vítima, cena de sexo, nudez ou pornografia”. A pena prevista é de reclusão de um a cinco anos.

Najila investigada


Najila irá responder a dois inquéritos abertos pela Polícia Civil de São Paulo, o de tentativa de extorsão e denunciação caluniosa, a pedido do jogador e d.

O inquérito de tentativa de extorsão e de denunciação caluniosa, onde Najila teria mentido na tentativa de incriminar Neymar, foi instaurado pela Polícia Civil após pedido do pai de Neymar. 

​Em entrevista à Band no dia 3 de junho, o pai do jogador afirmou que os advogados "pediram dinheiro, um cala boca para a menina".“Eles [advogados da mulher que acusa Neymar] pediram dinheiro, um cala boca para menina. Entrei em contato com o advogado dela, mandei o endereço do apartamento e chamei dois advogados, além de uma testemunha. Mas não fui. Eu já sabia que haveria uma extorsão", afirmou. "Mesmo chamando advogados e testemunha, ele teve a coragem de pedir dinheiro na minha casa. Nem quisemos ouvir valores, falar de valores", completou.

O advogado citado por Neymar é José Edgard da Cunha Bueno Filho, o primeiro procurado pela modelo e que deixou o caso após desentimentos com a cliente. Em uma carta assinada por Bueno e publicada pela Globo, ele afirma que Najila havia relatado que a relação com Neymar "foi consensual, mas que, durante o ato, ele havia se tornado uma pessoa violenta, agredindo-a, sendo esse o fato típico central [agressão] pelo qual ele deveria ser responsabilizado cível e criminalmente", diz o documento.

Após esses relatos, Bueno agendou reunião com o pai de Neymar e tentou propor um acordo para que o caso não fosse à Justiça - reunião na qual o pai de Neymar acusou, em entrevista à Band, Bueno de tentativa de extorsão. O advogado rebateu. "Digno de nota o absurdo de uma reunião entre advogados ser referida , de maneira torpe, como uma tentativa de extorsão. Os representantes do Neymar Júnior, sabendo dos fatos, orquestraram uma verdadeira armadilha com o objetivo de criar um alibi para o seu protegido, em prejuízo da vítima [Najila]", disse Bueno na ocasião.

Depois dele, Najila teve com advogado Danilo Garcia de Andrade e, atualmente, Cosme Araújo. O outro inquérito foi aberto voluntariamente pela Policia Civil após Najila afirmar que sumiu de sua casa um tablet onde conteria um vídeo que mostra Neymar lhe agredindo.

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