Descrição de chapéu Pan-2019

Quem 'surgiu' no Pan e tenta confirmar sucesso no esporte

Entre os que deixam o Peru em novo patamar está o ginasta Francisco Barretto

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Lima (Peru)

​​Das quase 160 medalhas conquistadas pelo Brasil no Pan-Americano de Lima até agora, algumas tiveram o poder de dar projeção inédita às carreiras de esportistas que estão em ascensão, independentemente de suas idades.

Entre os nomes que deixam o Peru em um novo patamar estão o ginasta Francisco Barretto Júnior, o tenista João Menezes, a lutadora de taekwondo Milena Titoneli e o corredor Alison Santos, o Piu, dos 400 m com barreiras.

Com três ouros, Francisco Barretto, 29, não foi apenas multimedalhista no Pan. Seu desempenho o credencia a pensar grande em outras competições, como o Mundial da Alemanha, que será disputado em outubro próximo. 

No Peru, ele venceu no cavalo com alças, na barra fixa e por equipes, junto com Arthur Zanetti, Arthur Nory, Caio Souza e Luís Porto.

Atleta mais velho da equipe de ginástica brasileira (fará 30 anos em novembro) e considerado alto para o padrão da modalidade com 1,75 m, o paulista nascido em Ribeirão Preto tinha duas medalhas em Pans até agora, ambas por equipes nos Jogos de 2011 e 2015.

Desta vez, ele conseguiu prevalecer individualmente, ainda que recuse o rótulo de protagonista da melhor campanha brasileira no esporte. 

"Não sou mais que ninguém. Cada um inspira o outro no treinamento e somos praticamente uma família. Essas medalhas são consequência de seis horas de treino por dia, seis vezes por semana", afirmou o ginasta.

Milena Titoneli, 21, tornou-se em Lima a primeira mulher brasileira a conquistar uma medalha de ouro no taekwondo. Isso pouco mais de dois meses após ter sido medalhista de bronze no Mundial de Manchester, na Inglaterra. Assim como na ginástica artística, o desempenho brasileiro na modalidade em Lima também foi o seu melhor na história dos Pans.

Além de comemorar a projeção dada pela sequência de bons resultados, a jovem traça os próximos passos de forma ambiciosa. "Depois do Mundial, o taekwondo teve uma visibilidade maior. Mas não para por aí, meu sonho é ser ouro numa Olimpíada. Ou em mais de uma, se possível", disse.

Antes do Pan, João Menezes, 22, estava longe de ser um dos tenistas mais conhecidos do país. Não ser o nome cercado de mais expectativas da sua faixa etária fechou portas para ele, que contou ter ficado muito perto de desistir da carreira no esporte.

"Como eu não tinha resultados, foi difícil. Tinham meninos da minha geração que ganhavam mais, eram mais badalados, e eu sempre ficava em segundo ou terceiro plano. Era difícil manter a convicção de que ia chegar", afirmou.

Mesmo em um torneio sem os principais atletas do continente, ele teve que vencer adversários com rankings melhores do que o seu para conquistar a medalha de ouro, repetindo o feito de referências como Maria Esther Bueno e Fernando Meligeni, entre outros tenistas brasileiros.

Agora a situação do mineiro de Uberaba é outra, já que a campanha no Peru permitirá a ele disputar a Olimpíada de Tóquio-2020.

"Quando a gente chega a uma final de Pan, todos olham e falam 'que legal', mas ninguém vê o que está lá embaixo, escondido. O pessoal está vendo a pontinha do iceberg. Agora acho que a parte mais difícil já passou", disse Menezes.

Homem morde medalha dourada
Alison Santos com a medalha de ouro conquistada nos 400 metros com barreira, no Pan - - Luis Robayo/AFP

Quem também entrou de vez no radar do esporte brasileiro foi Alison dos Santos. Aos 19 anos, ele conquistou a medalha de ouro nos 400 m com barreiras após correr a prova em 48s45. Foi a quinta vez que o jovem de São Joaquim da Barra (SP) baixou seu tempo neste ano.

"Eu estou muito feliz. A cada corrida é uma surpresa, um recorde. Estar correndo sempre no melhor resultado ou perto dele dá uma constância para você chegar ao Mundial e não baixar a cabeça para ninguém, porque somos todos iguais ali", afirmou.

Apelidado de Piu pela semelhança com outro Piu de sua cidade, ele ainda tem idade para competir em eventos juvenis, mas se sente melhor ao lado dos adultos. Dono da quarta melhor marca do mundo no ano, terá como grande desafio a participação no Mundial do Qatar, em outubro.

Se sua carreira evoluir como se espera, ele terá um bom dilema pela frente: decidir se prefere ficar conhecido pelo nome ou pelo apelido. "É uma questão subjetiva [risos]. Gosto muito de ser chamado de Piu, já aceitei o apelido e tenho apreço por ele, mas não me sinto chateado por ser chamado de Alison. Tanto faz."

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