O Palmeiras adotou medidas de segurança temendo protestos de sua torcida devido à má fase da equipe. Em nota, o clube informou que os treinos desta semana serão fechados e os horários das atividades não serão divulgados.
A decisão foi anunciada na manhã desta segunda-feira (2), mesma data em que, mais tarde, a equipe demitiu o técnico Luiz Felipe Scoari, e um dia após o time ser derrotado pelo Flamengo por 3 a 0, no Campeonato Brasileiro. Na terça (27), a equipe foi eliminada nas quartas de final da Libertadores pelo Grêmio.
O Palmeiras tem monitorado as redes sociais para identificar a organização de possíveis protestos e constatou ameaças que poderiam colocar a segurança de atletas e funcionários do clube em risco.
O clube solicitou a presença da Polícia Militar em frente ao CT e ao Allianz Parque, para uma ação preventiva na região, com agentes que cobrem a área.
Devido à medida adotada pelo time alviverde, a seleção brasileira olímpica teve sua programação alterada. A equipe canarinho utilizou as dependências do clube nesta segunda (2) para iniciar a preparação antes dos amistosos contra Colômbia e Chile, nos dias 5 e 9.
A pedido da diretoria palmeirense, os jornalistas não teriam acesso ao treino e a CBF cogitou realizar as entrevistas após a atividade no hotel em que os jogadores estão hospedados. Cerca de 30 minutos após o começo dos trabalhos, o Palmeiras permitiu o acesso da imprensa.
Na última quinta-feira (29), um grupo de torcedores esteve em frente ao centro de treinamento. Além de Felipão, que acabou demitido nesta segunda, eles pediram a saída do diretor de futebol Alexandre Mattos. Antevendo o protesto, a diretoria também solicitou a presença da PM em frente ao CT.
Enquanto ocorria a manifestação, Felipão e Mattos concediam entrevista na sala de imprensa do clube. "Quero fazer um pedido de desculpas ao torcedor. Sem dúvida, essa foi a mais dolorosa de todas [eliminações]", afirmou o diretor.
Na ocasião, Mattos também assegurou a permanência do treinador à frente da equipe, algo que não se concretizou. "Não passou pela nossa cabeça e nem pela dele de fazer uma troca."
Após a entrevista, os repórteres presentes no CT puderam acompanhar somente o aquecimento dos jogadores antes do treino, rotina recorrente no Palmeiras por determinação de Scolari.
Nesta temporada, o treinador conviveu com uma série de protestos da torcida. No último dia 3 de agosto, na véspera do clássico contra o Corinthians, a torcida organizada Mancha Alviverde levou uma faixa ao CT do clube com a frase "Ninguém morreu ainda."
A torcida destacou a palavra "ainda" como uma provocação ao técnico, que minimizou a queda da equipe na Copa do Brasil para o Internacional, nas quartas de final, em 17 de julho. "Ninguém morreu. Uns perdem, outros ganham", afirmou o treinador.
No domingo (1º), o Palmeiras de Scolari completou sete rodada seguidas sem vitórias no Campeonato Brasileiro. Foram cinco empates e duas derrotas, incluindo a mais recente para o Flamengo. O último triunfo do time alviverde no Nacional ocorreu antes da Copa América, sobre o Avaí, na 9ª rodada.
Com a sequência negativa, a equipe caiu para a quinta colocação, com 30 pontos, fora da zona de classificação direta para a fase de grupos da Libertadores e a seis pontos de Flamengo e Santos, que lideram o campeonato.
A equipe alviverde tem, porém, um jogo a menos que as quatro equipes que estão à sua frente (Flamengo, Santos, Corinthians e São Paulo).
Antes da parada para a Copa América, o aproveitamento do Palmeiras no Nacional era de 92,5%, com 25 pontos somados de 27 possíveis (8 vitórias e 1 empate), o que levou o clube à liderança com folga.
Na sequência após a competição de seleções sul-americanas, o rendimento caiu para 23,8%. Só é melhor que o do Fluminense e o do Avaí, ambos na zona de rebaixamento, e próximo ao do CSA, se levarmos em conta o campeonato inteiro da equipe alagoana, que tem 23,5% de aproveitamento.
Se a porcentagem de pontos ganhos do Palmeiras desde o início do torneio fosse a mesma do pós-Copa América, a equipe estaria em 18º lugar, na zona de rebaixamento.
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