Descrição de chapéu Governo Bolsonaro

Discreto, Bolsonaro ouve 'mito' e xingamentos em jogo do Palmeiras

Presidente esteve nas cadeiras do Pacaembu em vitória do time paulista

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

São Paulo

Poucos torcedores do Palmeiras notaram neste sábado (12) que, nas cadeiras numeradas do estádio do Pacaembu, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) acompanhava a partida do time alviverde, que venceu o Botafogo, por 1 a 0, pela 25ª rodada do Campeonato Brasileiro.

Antes de a bola rolar, um torcedor o avistou e, solitariamente, gritou: "fascista". A manifestação foi timidamente abafada por outros três torcedores que gritaram "mito."

O presidente se declara palmeirense. Seu nome, alias, é uma homenagem ao ídolo do clube Jair Rosa Pinto. Ele está acostumado a ver os jogos do time no Allianz Parque, no camarote da Crefisa ao lado de Leila Pereira, dona da patrocinadora do time, e de Maurício Galiotte, presidente do clube. Neste sábado, esteve acompanhado por seus assessores no Pacaembu.

 
Jair Bolsonaro acompanha partida entre Palmeiras e Botafogo, no Pacaembu - Julio Zerbatto/MyPhoto Press/Folhapress

Somente no intervalo do duelo, quando uma movimentação de seguranças despertou a curiosidade dos torcedores, o político passou a ser assediado pelos palmeirenses presentes no setor do estádio que tem o ingresso mais caro. Alguns tiraram fotos, enquanto outros tentaram puxar o grito de "mito". Não houve muito entusiasmo.

O próprio Bolsonaro esteve contido durante o jogo. Ele comemorou o gol de Thiago Santos, aos 15 minutos, mas não fez nenhum grande gesto quando Zé Rafael perdeu uma chance cara a cara com o goleiro, minutos depois. 

O clima morno nas arquibancadas só mudou quando um torcedor xingou Bolsonaro. Outros palmeirenses que estavam próximo a ele se irritaram e o princípio de confusão foi contido por policiais militares. O torcedor saiu do local escoltado pela PM.

Quando o segundo tempo começou, os olhares se voltaram para o campo novamente, inclusive o de Bolsonaro.

Amigo do volante Felipe Melo, ausente na partida contra os botafoguenses pelo  terceiro cartão amarelo, o presidente contou que conversou com o jogador durante a semana.


"Ele reclamou comigo essa semana. Eu falei: 'Poh, não vai jogar?'. Aí ele falou: 'Depois de cinco jogos, me deram um cartão. Eu não fiz nada, como sempre.' Ele que falou", disse Bolsonaro, sorrindo. "Estou mais calmo hoje em dia."

O político evitou indicar quem deveria substituir o volante. "Não dou palpite na escalação para não dizerem como tenho que escalar meus ministros."

Como "treinador", Bolsonaro já substituiu três ministros.

É uma situação que lembra às constantes trocas de técnicos no Campeonato Brasileiro. Até esta 25 rodada, 14 já perderam o cargo ou pediram demissão.

"Os técnicos cansam. O Felipão é um grande treinador. Mas os técnicos cansam. No Brasil, parece tradição trocar de técnicos", disse o presidente, citando o ex-treinador alviverde, demitido e substituído por Mano Menezes.

"O ministro é bem mais fácil que o treinador. Ele tem uma meta e tem de se virar naquela meta" comparou.

Diante do Botafogo, Mano Menezes também atingiu sua meta. Com a vitória por 1 a 0, o time alviverde chega a 50 pontos, cinco a menos que o líder Flamengo, que joga neste domingo, contra o Atlético-MG.

No nono jogo do treinador gaúcho, o time voltou a vencer após dois empates e uma derrota.

Bolsonaro, porém, nem chegou a ver a comemoração da torcida no final. Enquanto os torcedores aplaudiam o autor do gol do jogo Thiago Santos, substituído por Matheus Fernandes, o presidente aproveitou para deixar as arquibancadas sem chamar atenção, aos 36 minutos do segundo tempo.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.