Na sua primeira competição internacional desde que veio à tona um resultado positivo de doping, a judoca Rafaela Silva, 27, parou nas semifinais do Grand Slam de Brasília, que teve início neste domingo (6).
Sua algoz na categoria até 57 kg foi a também brasileira Ketelyn Nascimento, 21, que surpreendeu o público presente no Centro Internacional de Convenções do Brasil após aplicar um wazari na campeã olímpica e mundial.
Na sequência, ela perdeu a final e ficou com a medalha de prata, enquanto Rafaela venceu a disputa pelo bronze.
Ketelyn, formada no Palmeiras e que atualmente treina no clube Pinheiros, disputa um torneio desse nível pela primeira vez na carreira. Ela lutará pelo ouro ainda neste domingo, enquanto Rafaela buscará a medalha de bronze.
Essa é a segunda vez que a jovem vence um duelo entre elas. A primeira havia sido no Troféu Brasil de 2018, tradicional competição de clubes do país.
Tratada como revelação do judô nacional, Ketelyn é uma das participantes da série em formato reality show Ippon, da TV Globo, que busca apresentar os novos nomes do esporte.
No início de agosto, Rafaela, uma das principais judocas da história do Brasil, testou positivo nos Jogos Pan-Americanos de Lima para a substância proibida fenoterol, presente em remédios para doenças respiratórias e que tem efeito broncodilatador. Como consequência, perdeu a medalha de ouro que havia conquistado no Peru.
O caso dela, que pode render suspensão de até quatro anos, ainda não começou a ser analisado pela Federação Internacional de Judô. A brasileira tampouco recebeu punição preventiva, medida que não é exigida pela Wada (Agência Mundial Antidoping) para substâncias proibidas que estão especificadas no seu código.
Assim, Rafaela está liberada para competir nos eventos internacionais e por enquanto mantém a medalha de bronze que conquistou no Mundial do Japão, no fim de agosto.
Em sua defesa, a atleta afirma que a substância proibida entrou no seu corpo por meio do contato com a bebê de uma amiga e parceira de treino no Instituto Reação, no Rio de Janeiro. De acordo com ela, a filha da judoca Flávia Rodrigues tem asma e faz uso de medicação com fenoterol.
O Grand Slam de Brasília é a primeira competição internacional de judô organizada no país desde que o Rio de Janeiro realizou o Campeonato Mundial, em 2013.
Esse evento está no terceiro nível de importância do esporte, atrás do Mundial e do Masters, torneio no fim do ano que reúne os melhores atletas da temporada.
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.