Maioria dos times melhorou no Brasileiro após trocar de técnico

Neste ano, mudar quem fica à beira do gramado tem surtido efeito dentro de campo

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São Paulo

O Campeonato Brasileiro já viu trocas de 15 treinadores em 22 rodadas até aqui. Defendida por cartolas e, muitas vezes, por jogadores, as mudanças são justificadas como uma medida para melhorar o desempenho de um time que vem de uma sequência de maus resultados.

No caso da atual edição do Nacional, na maioria das vezes a troca teve esse efeito. Sete de 10 equipes melhoraram seu aproveitamento após a mudança. No levantamento só foram considerados treinadores que comandaram times por ao menos quatro partidas.

Entre os demitidos durante o Brasileiro, Luiz Felipe Scolari foi o que caiu com o melhor desempenho. Quando deixou o Palmeiras, a equipe tinha conquistado 62% dos pontos disputados. Seu sucessor, Mano Menezes, assumiu a equipe e conseguiu cinco vitórias e um empate.

Felipão durante treino do Palmeiras
Felipão durante treino do Palmeiras - Cesar Greco/Divulgação Palmeiras

Com o atual técnico, o time alviverde tem 88% de aproveitamento, melhor que o do treinador líder do Brasileiro, Jorge Jesus, do Flamengo, com 82%. O português ocupou o lugar de Abel Braga, que teve 55% de aproveitamento à frente do clube do Rio.

No comando do primeiro colocado do Brasileiro, Jesus contou com reforços que chegaram após a saída do seu antecessor, como Filipe Luís, Rafinha, e Marí. À Folha o português elencou mudanças que fez ao chegar na equipe.

"Primeiro tivemos de incorporar nossa ideia, como uma equipe técnica nova, com ideias completamente novas. Não digo que são melhores, apenas diferentes. Somos uma equipe que, quando não temos a bola, procuramos recuperá-la rapidamente", afirmou.

A mudança de estilo das equipes é comum nas trocas de treinadores. No São Paulo, por exemplo, saiu Cuca, que prega um futebol enérgico e pragmático, e entrou Fernando Diniz, que cobra de suas equipes troca de passes e o "futebol bonito", como o próprio descreve.

"Infelizmente meu estilo não casou. Que venha outro profissional para tirar mais", disse Cuca ao anunciar sua saída do clube.

No Palmeiras, Mano Menezes defendeu que o jeito da equipe mudou com sua chegada.

“Meu time joga com um pouco mais de aproximação, um pouco mais de posse de bola [que o de Felipão]. O time tem que construir essa capacidade de trabalhar a bola, saber levar a marcação para um lado e usar o outro com qualidade. Abrir linhas na defesa", afirmou.

No total, 12 equipes já mudaram de treinador durante o Brasileiro. Três tiveram desempenho pior após a troca: Fortaleza, Goiás e Chapecoense.

Com Rogério Ceni, o Fortaleza conquistou 35% dos pontos em 13 rodadas. O ex-goleiro do São Paulo deixou a equipe cearense e foi para o Cruzeiro. Em Minas Gerais, teve desempenho superior ao do seu antecessor, Mano Menezes, mas acabou demitido após desentendimento com jogadores do time, como Thiago Neves e Dedé.

Após a saída de Ceni, o Fortaleza mandou embora o seu substituto Zé Ricardo, que venceu apenas um de seus sete jogos, e trouxe de volta o ex-goleiro do São Paulo para assumir o cargo.

A Chapecoense conquistou 30% dos pontos com Ney Franco. Com o interino Emerson Cris, que treinou o time por oito jogos, 25% —hoje, o técnico da equipe é Marquinhos Santos, que disputou duas partidas. Ney foi para o Goiás, no lugar de Claudinei Oliveira, e o aproveitamento da equipe caiu de 47% para 43%.

Das 15 trocas de cargo desde o início do Campeonato Brasileiro, 10 saíram após a Copa América e 1 em meio à pausa para o torneio (o CSA, que demitiu Marcelo Cabo e contratou Argel Fucks).

Em apenas uma rodada, a 21ª, quatro treinadores caíram: Cuca (São Paulo), Rogério Ceni (Cruzeiro), Zé Ricardo (Fortaleza) e Oswaldo de Oliveira (Fluminense). Uma rodada depois, mais um foi demitido, o treinador Enderson Moreira, que estava no Ceará.

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