Descrição de chapéu Mundial de Clubes 2019

Diego volta a sair do banco para ser protagonista no Flamengo

Meia foi decisivo no 2º tempo da vitória sobre o Al-Hilal no Mundial de Clubes

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Doha

Quando o relógio marcou 10 minutos do segundo tempo, Diego reparou que Jorge Jesus começara a olhar para o banco de reservas. O meia percebeu que chegava a sua hora.

Ele entrou aos 28, com o placar na semifinal do Mundial de Clubes, em Doha, empatado em 1 a 1. O Flamengo venceu o Al-Hilal (ARS) nesta terça (17) por 3 a 1, e o armador de 34 anos foi um dos melhores em campo mesmo com pouco tempo de atuação. Trabalho reconhecido pelo treinador.

“Diego, nessa altura crítica das decisões, tem sido um jogador fundamental”, disse o português.

Não é a situação ideal, e o próprio camisa 10 reconhece. Ele se acostumou a ser titular e a jogar os 90 minutos desde que foi revelado pelo Santos, aos 17 anos, em janeiro de 2002. Naquele ano, tornou-se o principal jogador da equipe na campanha do título brasileiro.

Ele sabe, porém, que esse é o momento de ver o copo meio cheio, não meio vazio. “Eu me preparo e quero jogar os 90 minutos. Mas tenho de estar preparado no banco, porque somos uma equipe e meus companheiros têm me dado oportunidades de entrar nesses jogos decisivos. Eu fico feliz por ter entrado e contribuído”, afirmou ele após o resultado que colocou o Flamengo na final do Mundial.

Quando Jesus o chamou, pediu que ele fosse agressivo em campo, chamasse o jogo. Não era preciso ouvir mais do que isso. Diego passou dos 10, quando viu que o técnico começou a fitar os jogadores na reserva, aos 28 minutos pensando que tinha de atuar em alta intensidade o tempo inteiro e ter sempre as bolas nos pés.

“Foi isso o que eu consegui, porque também os nossos jogadores criaram opções na frente. Na verdade, eu já tinha pensado isso antes, porque durante os treinos consigo ter alguns sinais de que posso entrar durante a partida e tenho de estar pronto. Pode ser no intervalo, pode ser nos primeiros 15 minutos ou nos últimos 15 minutos”, completou.

Não foi no Qatar que Diego se transformou em um nome de confiança de Jorge Jesus para situações em que o Flamengo precise atacar no segundo tempo.

Jorge Jesus colocou Diego em campo na semifinal do Mundial com o jogo 1 a 1 e ele foi um dos principais responsáveis pela virada do Flamengo sobre o Al Hilal
Jorge Jesus colocou Diego em campo na semifinal do Mundial com o jogo 1 a 1, e ele foi um dos principais responsáveis pela virada do Flamengo sobre o Al-Hilal - Ibraheem Al Omari/Reuters

Na final da Libertadores, em Lima, diante do River Plate, ele entrou aos 21 da etapa final com os argentinos vencendo por 1 a 0. Assim que pisou no gramado do estádio Monumental, o clube carioca começou a pressionar. Depois, fez dois gols nos minutos finais e ficou com o título.

Ele foi um dos primeiros a levantar o troféu do torneio sul-americano e, agradecido, o levou até a área onde estava a maioria dos flamenguistas, que gritaram seu nome.

Uma mudança enorme para quem fraturou o tornozelo esquerdo no Equador, diante do Emelec, no jogo de ida das oitavas de final da Libertadores, em julho, e chegou a achar que ficaria afastado pelo restante do ano.

Diego não é mais o garoto que pelas categorias de base do Santos imitou um porco ao fazer um gol contra o Palmeiras no antigo estádio Palestra Itália. Nem é o menino que, ao marcar de pênalti diante do São Paulo na primeira fase do Brasileiro de 2002, pulou repetidas vezes em cima do escudo do adversário dentro do Morumbi.

Ele continua articulado, mas bem mais maduro pela idade e passagens por Porto-POR (time pelo qual foi campeão mundial em 2004), Werder Bremen-ALE, Atlético de Madri-ESP, Juventus-ITA, Wolfsburg-ALE e Fenerbahce-TUR.

Houve um período em que se acreditava que ele seria titular da seleção brasileira em Copas do Mundo. Pelo menos na de 2006, disputada na Alemanha. Não aconteceu, mas o meia foi integrante de um dos maiores momentos da história da equipe nacional neste século.

Mais uma vez saindo do banco, ele começou a jogada em que o Brasil empatou, nos acréscimos, contra a Argentina a final da Copa América de 2004. Um torneio em que o time comandado por Carlos Alberto Parreira não levou força máxima, mas o adversário, sim. Após o placar de 2 a 2, a seleção venceu nos pênaltis.

É esse papel que Diego sabe poder voltar a desempenhar no sábado (21), na final no Khalifa International Stadium. Talvez contra o Liverpool-ING, que enfrenta o Monterrey na outra semifinal, nesta quarta (18). Se isso acontecer, ele e os outros jogadores do Flamengo esperam uma partida ofensiva. Um cenário que pode fazê-lo entrar mais uma vez em campo.

“Conseguir viradas como essa [contra o Al-Hilal] e a da final da Libertadores dá muita força mental. A ideia não é essa, claro. A ideia é decidir de uma forma mais tranquila. Mas o Flamengo achou o gol com tranquilidade, com ideias, com frieza, e isso mostra que a equipe é madura e preparada”, finalizou.

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