Por R$ 1,5 mi, empresa quer penhorar receitas do Allianz Parque

Juiz determinou penhora, mas caso ainda será analisado; Palmeiras não é afetado

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São Paulo

Cinco anos após prestar serviço de locação de geradores no estádio do Palmeiras, a empresa Power Brasil alega não ter recebido o valor acertado no contrato. O grupo cobra na Justiça R$ 1,5 milhão da WTorre, que administra o Allianz Parque.

Em novembro, a juíza Carolina de Figueiredo Dorlhiac Nogueira, da 38ª Vara Cível, determinou a penhora dos direitos da Real Arenas Empreendimentos Imobiliários S/A, atual denominação da WTorre Arenas S/A. sobre as receitas do estádio. A sentença não se aplica ao Palmeiras.

A desembargadora Cristina Zucchi acatou, na semana passada, o pedido de efeito suspensivo no qual a Real Arenas afirma que penhora a deixaria em “situação de morte financeira” e decidiu que o bloqueio dos direitos será analisado pelo colegiado de três magistrados.

“A questão acerca da alegada 'situação de morte financeira da agravante' deverá ser analisada necessariamente, com mais acuidade, pelo Colegiado. Por outro lado, não se vislumbra irreversibilidade da presente decisão, qualquer que seja o desfecho acerca da irresignação”, despachou a desembargadora no  dia 3 de dezembro.

O Allianz Parque foi inaugurado no final de 2014 - Amanda Perobelli - 1º.dez.19/Reuters

“Eles [WTorre] alegam que podem falir. Também passamos dificuldades, tivemos que fazer empréstimos com juros exorbitantes”, afirmou Fábio Henrique Machado, dono da Power Brasil.

Procurada pela Folha, a Real Arenas não quis comentar o processo.

O contrato entre Palmeiras e WTorre viabilizou a construção do Allianz Parque, inaugurado em 2014. A construtora arcou com as obras da arena multiuso e em contrapartida terá, por 30 anos, direitos de explorar o estádio economicamente.

A empresa fica com as receitas de naming rights, camarotes e eventos, como shows. Ela precisa repassar uma parcela do valor obtido para o Palmeiras —5% do naming rights e dos camarotes e 20% do obtido em eventos. A decisão do juiz não afeta o clube, que receberá sua parcela normalmente mesmo com a penhora.

A Real Arenas também está inscrita em 25.232.044,59 milhões na Dívida Ativa da União, segundo extrato ao qual a Folha teve acesso nesta segunda-feira (9).

Em maio deste ano, a juíza Carolina havia determinado o bloqueio das contas da Real Arenas para garantir o pagamento de R$ 1.428.348,20 e encontrou um saldo disponível de R$ 18.473,89.

Segundo o advogado da Power Brasil, Henrique Somadossi Prado, os geradores foram contratados pelo período de 13 de novembro de 2014 a 26 de novembro de 2014, por R$ 389.600,00. Depois, a locação foi prorrogada até 7 de dezembro de 2014 e com valor fixado em R$ 170 mil.

Nesse período, o Allianz recebeu os duelos do Palmeiras contra o Sport e o Athletico-PR pelo Campeonato Brasileiro e duas apresentações de Paul McCartney. Prado diz que, somando as duas partidas e o show, o público chegou a 170 mil.

Segundo Machado, a contratação dos serviços foi bastante comemorada na ocasião.

“O Palmeiras, quando foi inaugurar o estádio, não estava com seus geradores montados. Mandamos carretas e carretas de geradores, mesmo sem contrato, mas para atender à WTorre”, disse Machado.

A dívida na época, segundo o empresário, era de R$ 560 mil. Com o prejuízo, ele afirma que teve que fazer empréstimos em bancos para não fechar as portas. “Esse valor representava 50% do nosso faturamento. Foram consumidos 80 mil litros de óleo diesel, algo em torno de R$ 350 mil, só para alimentar os geradores. Fora os outros gastos que tivemos com mão de obra e logística”, afirma Machado.

Depois da penhora no mês passado, a Real Arenas tentou um acordo com a Power Brasil. Ofereceu R$ 500 mil em camarotes no Allianz Parque e pagamento de parcelas: três de R$ 50 mil entre dezembro e fevereiro e 12 parcelas de R$ 70.833,33 a partir de março do ano que vem. A proposta não foi aceita. 

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