A recente morte de um torcedor de futebol atingido por um caminhão da polícia causou novos episódios de violência no Chile, deixando três mortos, vários feridos e dezenas de detidos, em meio a uma crise social que abala o país desde meados de outubro.
O governo e a polícia afirmaram na quinta-feira (30) que, desde a noite de quarta (29), houve cerca de 20 ataques a delegacias em Santiago e em outras cidades, o que gerou o saldo de 46 agentes de segurança feridos.
Houve também confrontos com forças de segurança, incêndios, saques a comércios e a suspensão temporária do transporte público na capital.
Confrontos semelhantes foram registrados em outros municípios, como Antofagasta, Valparaíso e Concepción. Em Santiago, uma pessoa morreu atropelada por um ônibus do transporte público da cidade dirigido por quem roubou o veículo momentos antes. A promotoria local está investigando o caso.
“Sem dúvida, este dia foi o mais violento de 2020 e nos lembra os piores momentos de outubro do ano passado”, disse Enrique Bassaletti, chefe de polícia da região de Santiago.
Na noite de terça (28), nos arredores de um estádio de Santiago, onde pouco antes havia terminado um jogo de futebol, um torcedor do Colo-Colo morreu ao ser atingido por um caminhão da polícia para transporte de cavalos.
Segundo a versão oficial, o policial que dirigia o caminhão estava sendo atacado em meio a incidentes e barricadas e não percebeu o atropelamento.
Testemunhas disseram à imprensa que o veículo passou muito rapidamente pelo local e não parou após o incidente. O policial que dirigia o caminhão foi preso e será investigado.
Na manhã desta sexta (31), após um grupo de vândalos saquear e incendiar um supermercado na populosa comuna de San Ramón, no sul da capital chilena, um homem asfixiado se tornou o terceiro morto em três dias devido à convulsão no país.
Os bombeiros ainda resgataram outras duas pessoas com asfixia precoce.
A vítima é aparentemente uma "pessoa de 30 ou 40 anos" e a causa de sua morte "seria asfixia pela inalação de monóxido de carbono", disse Carolina Núñez, comissária da Polícia de Investigação.
O Chile tem sido abalado desde 18 de outubro pelos maiores protestos sociais desde o retorno à democracia, três décadas atrás.
A crise no país, disparada por atos contra a desigualdade social e o governo de Sebastián Piñera, já deiou 31 mortos, segundo a promotoria local, um forte impacto na atividade econômica e danos milionários à propriedade pública e privada.
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