Descrição de chapéu Futebol Feminino

Arábia Saudita cria liga feminina de futebol paralela a federação

Torneio para mulheres não será vinculado à entidade com representação na Fifa

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São Paulo

Oito anos após permitir pela primeira vez que uma atleta do país participasse de uma Olimpíada (em Londres -2012), a Arábia Saudita terá sua primeira liga feminina de futebol, a WFL.

O torneio será organizado pela Federação de Esportes para Todos do país (SFA, em inglês), órgão que não é ligado à Federação de Futebol da Arábia Saudita (SAFF), responsável pelo futebol masculino.

"Um passo estratégico e histórico dentro do programa de Qualidade de Vida, a WFL é um pilar da iniciativa da Federação de Esporte para Todos e contribui para a realização do Visão 2030 [programa de metas do governo saudita] para uma mais saudável e mais ativa sociedade", disse o presidente da entidade, o príncipe Khaled bin Alwaleed bin Talal.

Segundo ele, a iniciativa tem apoio do rei Salman, do príncipe herdeiro, Mohamed bin Salman, e do chefe da Autoridade de Esportes, o príncipe Abdul Aziz bin Turki Al-Faisal.

Mesmo assim, o país ainda está distante de ver uma equipe nacional disputando a Copa do Mundo Feminina de futebol. Isso porque a SFA não é associada à Fifa, que reconhece apenas a Federação de Futebol da Arábia Saudita.

Um dos motivos da resistência do país árabe em ter uma seleção feminina é que, por muitos anos, o uso de hijab, o pano que as mulheres islâmicas vestem na cabeça, foi proibido pela Fifa.

Outro motivo, mais evidente, é que as mulheres da Arábia Saudita têm menos direitos que os homens. Por exemplo, elas só foram permitidas nas arquibancadas dos estádios dois anos atrás, puderam tirar carteira de motorista em 2018, tornaram-se livres para viajar sem autorização do marido em agosto de 2019, e os restaurantes só acabaram com a segregação de gênero no último mês de dezembro.

Torcedoras acompanham a partida entre Valência e Real Madrid, disputada em Jidá, na Arábia Saudita
Torcedoras acompanham a partida entre Valência e Real Madrid, disputada em Jidá, na Arábia Saudita - Waleed Ali - 8.jan.2020/Reuters

As mulheres ainda hoje precisam de autorização de um homem para trabalhar, estudar e para procedimentos médicos.

A liga de futebol feminino da Arábia terá uma primeira fase regional, da qual se classificarão equipes para uma segunda etapa, o mata-mata da Champions Cup. Ainda de acordo com a SFA, a premiação pelo título será de 500 mil riyals (R$ 593 mil).

A entidade prevê o início da competição em março deste ano, com partidas acontecendo nas cidades de Riad, Jidá e Dammam.

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