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Experiente aos 24, Andressinha tenta recomeço no Corinthians

Volante teve poucas atuações em seu clube nos EUA e pela seleção em 2019

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São Paulo

A volante Andressinha, 24, chegou em janeiro ao Corinthians e, apesar do pouco tempo de casa, já está  adaptada. Isso porque respeitou desde o início o que apresentaram a ela como a regra número um dentro do clube.

“A regra é: não use verde. E o pior é que eu descobri que gostava da cor. Tive que jogar metade do meu armário fora”, conta a jogadora, em tom de brincadeira, à Folha​.

Neste domingo (9), a atleta terá sua primeira chance de vivenciar, no campo, a rivalidade que tanto mexe com os corintianos. A equipe alvinegra vai à cidade de Vinhedo enfrentar o Palmeiras, na estreia das equipes no Campeonato Brasileiro, às 14h, com transmissão da Band e torcida única (a palmeirense).

Andressinha no Parque São Jorge, sua nova casa no futebol brasileiro 
Andressinha no Parque São Jorge, sua nova casa no futebol brasileiro  - Eduardo Anizelli/Folhapress

Após quatro temporadas no futebol dos Estados Unidos –com empréstimos pontuais a times brasileiros—, Andressinha decidiu retornar definitivamente ao Brasil para um novo ciclo. A decisão tem como objetivo recuperar o terreno perdido em 2019, quando atuou pouco, tanto pelo clube quanto pela seleção brasileira.

No ano passado, jogou só nove partidas (quatro como titular) pelo Portland Thorns, que disputa a elite americana. Com a camisa da seleção, perdeu a She Believes Cup no começo da temporada por lesão, além de entrar pouco em campo na Copa do Mundo.

Titular nos quatro jogos que o Brasil fez no Mundial de 2015, no Canadá, ela jogou apenas duas partidas na competição disputada na França.

“Em 2015, eu tive a oportunidade de jogar todos os jogos, então teoricamente na outra Copa eu estaria mais experiente, mas acabou não acontecendo. Tenho que respeitar a opção [de Vadão, técnico na época]. Eu sabia que estava preparada e que podia ajudar muito mais”, diz.

Andressinha tem uma relação especial com a seleção. Aos 13 anos, antes mesmo de ter vínculo com algum clube, ela fez um teste para a equipe nacional sub-17. Aprovada, iniciou sua trajetória representando o país na base. Só depois é que começou a jogar por uma equipe, o Pelotas, do Rio Grande do Sul.

Nascida em Roque Gonzales, cidade gaúcha na fronteira com a Argentina, Andressa Cavalari Machry teve no pai, Elizeu, seu grande incentivador no futebol. Jogador de várzea, ele levava a filha para assistir aos seus jogos nos municípios vizinhos.

Segundo ela, o “papito” só não virou profissional pois era o mais velho dos irmãos e ficara encarregado de cuidar dos mais novos. Seus pais também não incentivaram a seguir o caminho da bola.

Além do gosto pelo jogo, Elizeu também transmitiu a paixão pelo Internacional. Na filha, projetou todos os seus sonhos que envolviam o futebol. Por isso, inclusive, fundou um time de meninas em Roque Gonzales. Tudo para poder ensinar a Andressinha o que julgava importante para a formação dela como jogadora.

“Quando eu fazia alguma coisa que não era o que ele mandava, ele simplesmente me tirava do treino e eu ficava lá sentada só olhando. Ou eu fazia o que ele estava mandando ou eu ia lá sentar. Ele me ensinou muito essa parte da disciplina”, afirma a volante.

Após iniciar a carreira no Pelotas, Andressinha jogou quatro temporadas no Kindermann, de Santa Catarina. Em 2015, teve sua primeira experiência nos EUA ao ser contratada pelo Houston Dash. Em 2018 e 2019, defendeu o Portland Thimbers, também da liga nacional americana.

Como a temporada nos EUA dura apenas sete meses, a atleta acertou empréstimos para clubes brasileiros (Tiradentes-PI e Iranduba-AM) no período de inatividade por lá.

Na seleção, além das duas Copas do Mundo, a jogadora também disputou a Olimpíada do Rio de Janeiro, em 2016. Nos Jogos, Andressinha talvez tenha experimentado sua maior frustração até hoje.

Contra a Suécia, na semifinal do torneio, a volante foi a encarregada da última cobrança brasileira na disputa por pênaltis. Sua batida, no canto esquerdo, parou nas mãos da goleira Lindhal. A sueca Dahlkvist converteu em seguida e decretou a eliminação do Brasil no Maracanã.

“Só eu senti aquilo, só eu sei como era e como é carregar esse peso. Ninguém lembra que a gente chutou 20, 30 bolas e não fez o gol. Todo mundo vai lembrar do último pênalti. É difícil, por mais que já tenha passado muito tempo. Mas não vai apagar as coisas boas que eu já fiz pela seleção.”

Em novo ano de Olimpíada, apesar da vontade de estar com a seleção em Tóquio, a volante diz que seu maior foco está no Corinthians.

Com suas experiências pela seleção, aliadas ao aprendizado que adquiriu em mais de uma década de carreira, Andressinha traz para o clube do Parque São Jorge uma vida dedicada ao futebol.

“Estava procurando mesmo é ser feliz, num lugar em que eu me sinta bem e jogando. Sabia da organização do Corinthians, o quanto era forte. Você trabalha para fazer história, e vim em busca disso.”

PALMEIRAS x CORINTHIANS
14h, em Vinhedo
Na TV: Band

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