Descrição de chapéu Tóquio 2020

Por Tóquio-2020, seleção feminina de basquete põe evolução à prova

Grupo comandado por José Neto disputa vaga em torneio pré-olímpico na França

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São Paulo

A seleção brasileira feminina de basquete estreia no Pré-Olímpico Mundial nesta quinta-feira (6) vivendo seu melhor momento recente. O primeiro jogo será diante de Porto Rico, às 14h (de Brasília), com transmissão do SporTV 2.

Após perder todos os jogos da fase de grupos na Olimpíada do Rio, em 2016, e nem se classificar para a última Copa do Mundo da modalidade, em 2018, a disputa por vaga nos Jogos de Tóquio parecia missão distante das possibilidades do Brasil.

O técnico José Neto orienta a armadora Débora Costa, em treino da seleção feminina de basquete
O técnico José Neto orienta a armadora Débora Costa, em treino da seleção feminina de basquete - Divulgação - 30.jan.20/CBB

Por isso, quando contratado em junho de 2019 para a assumir o comando da equipe feminina nacional, o técnico José Neto, 48, vitorioso principalmente com o time masculino do Flamengo nos últimos anos, destacou que pretendia implementar um trabalho de longo prazo.

O extenso processo de qualificação olímpica, no entanto, já estava batendo à porta. O primeiro desafio foi logo no início de agosto, nos Jogos Pan-Americanos de Lima, em que as brasileiras conquistaram uma surpreendente medalha de ouro —a primeira desde 1991.

Na decisão, ao baterem uma seleção reserva dos Estados Unidos, as atletas ficaram muito emocionadas e foram às lágrimas.

Ainda no ano passado, elas terminaram na terceira posição na AmeriCup (derrotadas nas semifinais pelo Canadá) e bateram Argentina e Colômbia no Pré-Olímpico regional para chegar ao classificatório internacional.

A Federação Internacional de Basquete dividiu 16 seleções em quatro grupos. A chave brasileira será disputada em Bourges, na França, com as anfitriãs, Austrália e Porto Rico. As três melhores garantem vaga em Tóquio.

"Posso dizer que evoluímos muito. Estamos jogando um basquetebol que nos permite ter expectativas altas. Hoje, estamos no nosso melhor neste momento, mas não quer dizer que atingimos nosso limite. Agora será o momento de saber se esse nosso melhor é o suficiente para conseguirmos uma vaga", afirma à Folha José Neto.

O técnico é apontado como um dos grandes responsáveis pela evolução no jogo da equipe antes desacreditada. Das 12 convocadas por ele para o torneio, 10 atuam no Brasil.

As exceções são as principais destaques: a ala/pivô Damiris Dantas, 27, e a veterana pivô Erika, 37. Elas atuam nos Estados Unidos e na Espanha, respectivamente. A ala/pivô Clarissa, 31, também experiente e que joga na França, foi cortada oficialmente por lesão nesta quarta-feira (5).

Ela já estava lesionada, e sua permanência no grupo até o último momento foi também uma tentativa de esconder o time titular das adversárias.

Apesar de esse ser o primeiro trabalho de José Neto em uma equipe feminina, ele conta não ter encontrado até o momento grandes dificuldades para se adaptar a outro estilo de jogo.

"Atleta é uma palavra que não muda quando relacionamos ao gênero. Cada equipe tem sua cultura de trabalho, independentemente de ser masculina ou feminina. Trabalhei no Japão com uma equipe masculina que tinha sua cultura bem diferente do que vivi no Brasil, mesmo sendo do mesmo gênero com que sempre tinha trabalhado. Portanto, a adaptação existe em cada mudança", diz.

Como australianas, atuais vice-campeãs mundiais, e francesas, que terminaram na quinta posição em 2018, são favoritas na chave, o peso do jogo de estreia contra Porto Rico é grande para as brasileiras. Uma vitória não garantirá vaga em Tóquio, mas as deixará muito perto disso.

"O primeiro erro que poderíamos cometer seria condicionarmos nossa classificação a uma vitória simplesmente. Sem dúvida nenhuma, esse jogo é importante, mas não garante nossa classificação. Estamos nos preparando para podermos jogar de igual para igual com as três equipes", afirma o treinador.

De 2009 para cá, foram 6 vitórias brasileiras em 8 jogos contra as porto-riquenhas (5 em 7 partidas oficiais). Na última delas, pela disputa do terceiro lugar da AmeriCup, a diferença a favor do Brasil foi de 29 pontos.

Já contra as francesas, o país tem 1 vitória em 5 jogos desde 2000. Diante das australianas, 1 vitória em 11 jogos desde 1998.

Em Olimpíadas, a seleção feminina foi ao pódio nos Jogos de Atlanta-1996 (prata) e Sydney-2000 (bronze). Agora, luta para não ficar de fora de uma edição pela primeira vez desde 1992.

"Em nenhum momento condicionamos o trabalho à classificação para os Jogos. Disse, sim, que iríamos focar cada oportunidade que tivéssemos de deixar o Brasil em um patamar de excelência. Essa é uma oportunidade", finaliza José Neto.

Pré-olímpico feminino de basquete

Ao lado de Austrália, França e Porto Rico em um dos 4 grupos do Pré-olímpico Mundial, o Brasil precisa ficar entre as três primeiras seleções de sua chave para garantir vaga em Tóquio-2020

Jogos (horários de Brasília)

quinta (6)
14h - Brasil x Porto Rico

sábado (8)
16h30 - Brasil x França

domingo (9)
10h - Brasil x Austrália

Todos com transmissão ao vivo no SporTV 2

Brasileiras convocadas

Armadoras: Débora Costa, Lays da Silva e Alana Gonçalo

Alas/Armadoras: Tainá Paixão, Isabela Ramona e Patrícia Teixeira

Alas: Tatiane Pacheco e Raphaella Monteiro

Alas/pivôs: Damiris Dantas e Mariana Dias

Pivôs: Erika Souza e Maria Carolina Oliveira

Os outros pré-olímpicos

Belgrado (Sérvia) - Sérvia, Nigéria, Moçambique e EUA*
Belgrado (Sérvia) - China, Coreia do Sul, Grã-Bretanha e Espanha
Ostend (Bélgica) - Canadá, Japão*, Suécia e Bélgica

*Já classificadas

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