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Sharapova explodiu aos 17, sofreu com Serena e extrapolou o tênis

Relembre marcos da carreira da russa, que se aposentou das quadras nesta quarta

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São Paulo

A carreira de Maria Sharapova, que anunciou sua aposentadoria do tênis nesta quarta-feira (26), foi como uma montanha-russa.

Ela viveu uma das maiores glórias que esse esporte pode propiciar já aos 17 anos, precisou se afastar das quadras incontáveis vezes por causa de lesões no ombro, venceu cinco títulos de torneios do Grand Slam, foi suspensa por doping e mais de uma vez —cinco, na verdade— alcançou o topo do ranking mundial.

Da fama ao afastamento, relembre os principais aspectos da carreira da tenista, que deixa o esporte aos 32 anos.

Sucesso precoce
Aos 17 anos, Maria Sharapova já deixou sua marca no tênis mundial. Na sua segunda participação em Wimbledon, em 2004, chegou à final e derrotou a então cabeça de chave número um do torneio e já duas vezes campeã na grama inglesa, Serena Williams, por 6/1 e 6/4. Ela se tornou, assim, a mais nova campeã da história do torneio britânico.

Rivalidade com Serena
O resultado da final de Wimbledon, no entanto, só se repetiu uma outra vez na história do confronto com a americana. Durante a carreira, Sharapova enfrentou a rival 22 vezes e só ganhou duas —além da já citada partida, também no WTA Finals de 2004. Das 20 derrotas, apenas em 3 a russa conseguiu levar o jogo para o terceiro set.

Maria Sharapova e Serena Williams se cumprimentam após o último jogo entre elas, no US Open 2019
Maria Sharapova e Serena Williams se cumprimentam após o último jogo entre elas, no US Open 2019 - Kena Betancur - 27.ago.19/AFP

Riqueza e fama
As inúmeras derrotas contra Serena não impediram que Sharapova tivesse muito sucesso dentro e fora de quadra. Segundo a revista Forbes, ela foi, por 11 anos seguidos, a atleta que mais ganhou dinheiro no mundo. Patrocinada por marcas esportivas, grifes de moda e até de água mineral, ela já acumulava mais de US$ 200 milhões até 2016 (R$ 886 milhões em valores atuais), tendo recebido US$ 30 milhões apenas em 2015.

O Grand Slam
Em 2012, a tenista conquistou Roland Garros, o único dos quatro torneios do Grand Slam que lhe faltava na carreira (outras nove tenistas conseguiram o feito na história). Seus triunfos nos principais eventos do circuito vieram de forma espaçada. Venceu o US Open em 2006, dois anos após Wimbledon, e o Australian Open em 2008. Também dois anos após o primeiro troféu na França, repetiu o resultado, na sua última conquista de Slam.

Maria Sharapova com o troféu de Roland Garros em frente à torre Eiffel
Maria Sharapova com o troféu de Roland Garros em frente à torre Eiffel - Kenzo Tribouillard - 8.jun.14/AFP

Doping
O anúncio, em 2016, de que ela havia sido pega no exame antidoping, mudou o panorama de sua carreira drasticamente. Perdeu patrocínios e foi suspensa por dois anos pela Federação Internacional de Tênis (ITF), tendo depois sua pena reduzida para 15 meses. A substância encontrada em seu organismo, o meldonium, havia sido incluso na lista de itens proibidos pelas agências antidoping em 1º de janeiro de 2016. A atleta, que já tomava o medicamento havia anos, reclamou que a mudança não fora devidamente divulgada.

Poucos amigos
As poucas reações ao anúncio de aposentadoria e também em defesa de Sharapova no episódio de doping reforçam a fama de ela não ter grandes amizades no circuito do tênis. Na época da punição, ex-atletas, como John McEnroe, disseram não acreditar na russa. Serena, Federer e Nadal, por exemplo, reiteraram que ela deveria mesmo ter sido punida, ainda que tenha tomado o medicamento sem intenção ou que tenha havido qualquer problema de comunicação. Muitos colegas de circuito a associaram ao rótulo de "trapaceira".

Nesta quarta (26), após o anúncio de aposentadoria, Novak Djokovic se referiu a ela como "lenda" e ressaltou sua resiliência para superar obstáculos. Já a tcheca Petra Kivtova, bicampeã de Wimbledon, disse que tem "muito respeito por seu trabalho duro e a maneira como sempre luta por tudo".

Lesão crônica
Apesar do caso de doping, o fator mais prejudicial para a carreira da russa foram as consequentes lesões no seu ombro direito. Conhecida por ter saque e golpes de fundo de quadra poderosos, ela se afastou das quadras e se retirou de partidas diversas vezes, inclusive quando estava vencendo, por problemas nos tendões.

Em 2008, fez sua primeira cirurgia no local. Outra em 2019. Também revelou ter passado por um pequeno procedimento médico 30 minutos antes de entrar em quadra no último US Open, ano passado, quando perdeu para Serena na primeira rodada. “Entrar em quadra naquele dia já pareceu uma vitória”, afirmou em seu artigo de despedida do esporte.

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