Wilmondes Sousa Lira, empresário que está preso no Paraguai sob acusação de ter entregue os passaportes falsos a Ronaldinho Gaúcho e seu irmão Roberto de Assis, depôs à Justiça nesta sexta-feira (6).
Segundo seu advogado, ele afirmou que a culpada pelos documentos adulterados é a empresária paraguaia Dalia López, responsável por levar o ex-jogador ao país para uma série de eventos.
"Dalia López é quem tomou conta de tudo desde o princípio até o final, isso declarou meu cliente", disse Enrique Kronawetter, representante de Lira.
Ainda segundo o advogado, o empresário disse à polícia que, um dia antes, estavam todos visitando o aeroporto para acertar os últimos detalhes da segurança de Ronaldinho na sala VIP, quando o marido de Dalia, Luis Gauto, afirmou: "não se preocupe [com a entrada no país], nós que mandamos".
O brasileiro, natural de Tocantins, está detido pela polícia junto com María Isabel Galloso e Esperanza Apolônia Caballero, donas dos documentos que foram adulterados para Ronaldinho e Assis e que também são acusadas pelo Ministério Público do país de fazerem parte da operação.
O Ministério Público considerou que ambos foram "enganados em sua boa-fé" e se enquadraram num item do código penal paraguaio que libera o suspeito, sem acusação formal, quando este admite um delito e não tem antecedentes criminais no país.
A Justiça, porém, não entendeu dessa forma e deu um prazo de dez dias para que a Procuradoria-Geral do Estado decida se os acusará ou não.
Lira, 45, tem duas empresas ativas registradas em seu nome em Brasília e uma inapta em Tocantins.
As empresas estão habilitadas a atuar nos ramos de corretagem e seguro, representação comercial, serviços de tecnologia da informação e de limpeza.
A Global Assessoria e Soluções em Seguros e W.S. Lira Apoio Administrativo somam capital de R$ 450 mil. Já a W&P Serviços de Limpeza e Comércio, registrada em Palmas, consta como inapta nos registros da Receita Federal.
Nenhuma das empresas têm sede montada. As duas registradas em Brasília estão num endereço residencial no setor de mansões Park Way, perto do aeroporto da capital.
Não há registros de contratos das empresas com a União e nem com o governo do Distrito Federal.
O advogado de Dalia, Hugo Volpe, disse à rádio paraguaia 1080 AM que deixou a defesa de sua cliente.
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