Ronaldinho e irmão pediram passaportes, diz defesa de empresária

Advogados contestam versão dos brasileiros e dizem que ela está 'muito doente'

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Assunção

Os advogados de Dalia López, Marcos Estigarribia e Alvaro Arias, afirmaram, na manhã desta segunda-feira (9), que Ronaldinho Gaúcho e seu irmão Roberto de Assis pediram à empresária que conseguisse para eles passaportes paraguaios “com a finalidade de fazer negócios no Paraguai”.

A declaração contradiz a versão dos brasileiros. Eles, que foram convidados por ela para participar de uma série de eventos de uma fundação beneficente, declararam num primeiro momento que os documentos foram oferecidos como um presente.

Estigarribia disse que foi feito um depósito de US$ 5 mil pelos irmãos, presos preventivamente desde sexta (6), para agilizar o trâmite dos passaportes e que López jamais desconfiou que os gestores dessa área do governo iriam dar continuidade ao processo com dados falsos.

“A senhora Lopez não sabia que eram falsos, ela apenas, ao receber o pedido, o repassou a gestores que tramitam esse tipo de documento no país”, disse Arias, sem citar nomes.

Segundo o advogado, a empresária não pagou nada aos brasileiros para que fossem ao país e não tinha projetos de negócios com eles.

López, que tem ordem de prisão decretada, havia dito, por meio de seus advogados, que se entregaria nesta segunda-feira (8). Estigarribia, porém, afirmou mais tarde que ela está muito doente e que não se apresentaria no momento.

Conforme publicado pelo jornal ABC Color nesta segunda, a esposa do empresário Wilmondes Sousa Lira, Paola Oliveira, entregou à Justiça do Paraguai mensagens e gravações que demonstram que teria sido López quem se encarregou de produzir e confeccionar os documentos falsos.

As mensagens de WhatsApp enviadas por López a Oliveira mostravam fotos dos documentos prontos e textos em que comemorava sua influência junto às autoridades que confeccionam passaportes.

A defesa dos brasileiros disse que eles receberam os documentos de Lira. Em depoimento na sexta, o empresário afirmou apenas ter sido o intermediário da entrega e que López tomou conta de tudo desde o princípio.

Neste domingo (8), o advogado dos irmãos, Sérgio Queiroz, declarou que os documentos falsificados apreendidos com a dupla “foram oferecidos a Assis como um modo para que fizessem negócios no Paraguai. E eles aceitaram essa proposta”.

Indagada sobre que tipo de negócios, a defesa não especificou. “Eles têm interesse em realizar negócios aqui como em várias partes do mundo.”

Para Queiroz, os dois estão detidos de forma “totalmente abusiva e ilegal” e a decisão do sábado (7) da juíza Clara Ruíz Díaz de acatar o pedido do Ministério Público e determinar a prisão era “rasgar a legislação paraguaia”.

Célula de identidade produzida para Ronaldinho
Célula de identidade produzida para Ronaldinho - Ministério Público do Paraguai

Quando indagado sobre um possível vínculo com o crime organizado paraguaio por meio de López, Queiroz afirmou que ambos não tinham “nenhum vínculo com ela além dos eventos de que participariam aqui no Paraguai”.

A defesa da dupla apresentou um recurso na manhã desta segunda solicitando que eles passem a cumprir prisão domiciliar. Atualmente eles estão na presos na penitenciária Agrupación Nacional, na capital Assunção.

Uma audiência para rever as medidas aplicadas contra os irmãos está marcada para ser realizada na terça (10), às 8h. Gustavo Amarilla será o juiz revisor.

Ronaldinho chegou ao país no dia 4, a convite de Nelson Belotti —um dos donos do cassino Il Palazzo, localizado no hotel em que o ex-atleta estava inicialmente hospedado— e da empresária.

Uma página no Facebook, “Ronaldinho en Paraguay”, anunciava nos últimos dias quais seriam os compromissos do brasileiro ao lado de López, representante da Fundação Fraternidade Angelical.

De acordo com a programação, o ex-jogador participaria do lançamento de um livro e do programa "Móvel de Saúde para Meninas e Meninos", uma iniciativa anunciada pela empresária para oferecer assistência médica gratuita a crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade no país.​​

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