Após o Comitê Olímpico Internacional (COI) confirmar ao jornal inglês Telegraph a manutenção da proibição de protestos políticos por parte dos atletas nos Jogos Olímpicos de Tóquio, o presidente da entidade, Thomas Bach, preferiu adotar tom mais conciliatório sobre o tema.
Em uma videoconferência nesta quarta-feira (10), Bach admitiu a possibilidade de o COI permitir que atletas se expressem durante o evento, desde que se manifestem por temas universais, como o antirracismo e a luta contra qualquer tipo de discriminação.
"Somos muito claros em nossa posição contra qualquer tipo de discriminação e contra o racismo e apoiamos os atletas que fazem uso digno de seus direitos à liberdade de expressão", afirmou o alemão.
"Devemos sempre respeitar o espírito olímpico. Isso significa que devemos delimitar a diferença entre apoio aos princípios consagrados na Carta Olímpica e manifestações potencialmente divisórias", disse Bach.
A regra 50 da Carta Olímpica declara que “nenhum tipo de manifestação ou propaganda política, religiosa ou racial é permitida em quaisquer locais, arenas ou outras áreas olímpicas”.
O COI disse ao Telegraph que as diretrizes ainda estavam em vigor e que não especularia “casos hipotéticos 13 meses antes dos Jogos Olímpicos”, segundo o jornal.
A discussão surge na esteira dos protestos antirracistas que tomaram conta especialmente dos Estados Unidos nas últimas semanas em decorrência do assassinato de George Floyd.
Floyd, um afro-americano de 46 anos, morreu depois que um policial branco de Mineápolis pressionou o joelho contra o seu pescoço por quase nove minutos em 25 de maio.
A morte provocou protestos em todo o mundo contra a injustiça racial, com vários jogadores de futebol na Alemanha mostrando mensagens de apoio durante as partidas.
A Fifa, que tinha tolerância zero em relação aos jogadores que expressam suas opiniões em campo, pediu aos organizadores de competições que usem “bom senso” em relação aos protestos contra a morte de Floyd.
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