Descrição de chapéu Tóquio 2020

Após confirmar proibição, COI recua e pode admitir protestos nos Jogos

Presidente da entidade, alemão Thomas Bach falou em tom conciliatório sobre o tema

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

São Paulo

Após o Comitê Olímpico Internacional (COI) confirmar ao jornal inglês Telegraph a manutenção da proibição de protestos políticos por parte dos atletas nos Jogos Olímpicos de Tóquio, o presidente da entidade, Thomas Bach, preferiu adotar tom mais conciliatório sobre o tema.

Megan Rapinoe, atacante da seleção de futebol feminino dos EUA, de joelhos durante execução do hino norte-americano
Megan Rapinoe, atacante da seleção de futebol feminino dos EUA, de joelhos durante execução do hino norte-americano - Kevin C. Cox - 17.set.2016/AFP

Em uma videoconferência nesta quarta-feira (10), Bach admitiu a possibilidade de o COI permitir que atletas se expressem durante o evento, desde que se manifestem por temas universais, como o antirracismo e a luta contra qualquer tipo de discriminação.

"Somos muito claros em nossa posição contra qualquer tipo de discriminação e contra o racismo e apoiamos os atletas que fazem uso digno de seus direitos à liberdade de expressão", afirmou o alemão.

"Devemos sempre respeitar o espírito olímpico. Isso significa que devemos delimitar a diferença entre apoio aos princípios consagrados na Carta Olímpica e manifestações potencialmente divisórias", disse Bach.

A regra 50 da Carta Olímpica declara que “nenhum tipo de manifestação ou propaganda política, religiosa ou racial é permitida em quaisquer locais, arenas ou outras áreas olímpicas”.

O COI disse ao Telegraph que as diretrizes ainda estavam em vigor e que não especularia “casos hipotéticos 13 meses antes dos Jogos Olímpicos”, segundo o jornal.

A discussão surge na esteira dos protestos antirracistas que tomaram conta especialmente dos Estados Unidos nas últimas semanas em decorrência do assassinato de George Floyd.

Floyd, um afro-americano de 46 anos, morreu depois que um policial branco de Mineápolis pressionou o joelho contra o seu pescoço por quase nove minutos em 25 de maio.

A morte provocou protestos em todo o mundo contra a injustiça racial, com vários jogadores de futebol na Alemanha mostrando mensagens de apoio durante as partidas.

A Fifa, que tinha tolerância zero em relação aos jogadores que expressam suas opiniões em campo, pediu aos organizadores de competições que usem “bom senso” em relação aos protestos contra a morte de Floyd.

Com informações da Reuters

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.