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Nadal cita Covid-19 fora de controle ao desistir do US Open

Tenista espanhol não defenderá seu título no Grand Slam de Nova York

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Christopher Clarey
The New York Times

Rafael Nadal não defenderá seu título de simples no US Open. Nesta terça-feira (4), um dia depois do fim do prazo para inscrições, o tenista espanhol anunciou que não participaria do torneio por conta de suas preocupações quanto a viajar durante a pandemia do coronavírus.

“Essa é uma decisão que eu não queria tomar”, ele escreveu no Twitter. “Mas nesse caso, estou seguindo meu coração e decidi que no momento prefiro não viajar."

Nadal, 34, segundo colocado no ranking do tênis masculino, abaixo de Novak Djokovic, tem quatro títulos de simples no US Open, o último deles conquistado no ano passado depois de uma final memorável de cinco sets contra Daniil Medvedev.

Com 19 títulos de simples de Grand Slam, ele está a um título de se equiparar ao recorde masculino de Roger Federer, mas decidiu esperar. Sua próxima oportunidade deve surgir em Roland Garros, do qual ele é recordista de vitórias, com 12 títulos, e deve começar em 27 de setembro –duas semanas depois da final masculina de simples do US Open.

“Rafa é um dos maiores campeões da história de nosso esporte, e apoiamos sua decisão”, disse Stacey Allaster, diretora de competição do US Open. “Sei que nossos torcedores se decepcionarão por não ter Rafa jogando no US Open deste ano, mas todos os torcedores e todo mundo em nosso esporte continuará a buscar inspiração nele quando Nadal decidir que está pronto para jogar."

O tenista não especificou na terça-feira se jogaria Roland Garros, mas já havia assumido o compromisso de jogar pelo menos parte da temporada em quadra de saibro, ao declarar que participaria do Masters 1.000 de Madri, na semana seguinte ao US Open.

O torneio de Madri, um dos eventos mais prestigiosos no calendário do tênis masculino e feminino, foi cancelado na terça-feira depois que os organizadores receberam uma recomendação das autoridades espanholas de saúde pública de que deveriam cancelar o torneio devido à alta no número de contágios registrada em algumas regiões da Espanha.

“A situação é muito complicada em todo o mundo; o número de casos de Covid-19 está crescendo”, Nadal afirmou. “Ao que parece ainda não temos a doença sob controle."

Nadal estava em Indian Wells, na Califórnia, no começo de março, se preparando para jogar o Masters 1.000 antes que o torneio fosse cancelado pouco antes do início dos qualificatórios. Ele viajou de volta para sua base em Mallorca, Espanha, onde passou pelo lockdown antes de voltar a treinar na academia de tênis que criou em Manacor, sua cidade de origem.

Nadal faz careta ao rebater uma bola
Rafael Nadal na final do ano passado do US Open - Johannes Eisele - 8.set.19/AFP

O circuito feminino foi retomado nesta semana com um torneio no saibro em Palermo, Itália, mas o masculino está paralisado há quase cinco meses e não deve ser retomado antes do final do mês, em Nova York, com o Masters 1.000 de Cincinnati seguido pelo US Open.

O Masters costuma ser jogado no subúrbio de Cincinatti, mas foi transferido a Nova York neste ano para criar um evento duplo em ambiente controlado, no qual seria mais fácil manter protocolos rigorosos de saúde e segurança. Espectadores não serão admitidos em nenhum dos dois torneios.

“Todo meu respeito à Associação de Tênis dos Estados Unidos, aos organizadores do US Open e à ATP por tentarem manter o evento para os jogadores e para os torcedores de todo o mundo, via TV”, Nadal afirmou.

Mas ele assistirá de longe. O mesmo vale para Federer, que anunciou que não voltaria a jogar em 2020, para se recuperar de sua mais recente cirurgia no joelho. O último torneio de Grand Slam que não contou com a presença nem de Nadal e nem de Federer foi o US Open de 1999, vencido por Andre Agassi.

Mas muitos dos maiores tenistas continuam determinados a jogar o US Open, pelo menos até agora, entre os quais Serena Williams, Naomi Osaka, Karolina Pliskova, Sofia Kenin e Bianca Andreescu, a detentora do título feminino. No torneio masculino, Djokovic e seis outros jogadores do top 10 continuam inscritos, entre os quais Dominic Thiem, Stefanos Tsitsipas, Alexander Zverev e Medvedev.

Mas como apontou Zverev na semana passada, os jogadores estão monitorando atentamente a situação de saúde em Nova York e a situação das viagens internacionais.

Tradução de Paulo Migliacci

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