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Liga dos Campeões 2019 - 2020 Futebol Internacional

Neymar joga livre e pode decidir, mas Bayern tem equipe melhor

Final da Champions League não gira apenas em torno do brasileiro do PSG

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Paulo Vinicius Coelho

Neymar atuou pelo centro do ataque nos quatro últimos jogos da seleção brasileira em 2012. O técnico era Mano Menezes. No final de sua trajetória pela CBF, Mano julgou que Neymar era um jogador que preparava a jogada para ele mesmo finalizar. Precisava, por isso, jogar perto do gol.

Oito anos depois, Thomas Tuchel percebeu a mesma coisa. Neste domingo, em Lisboa, Neymar jogará sua segunda final de Champions League e estará no centro do ataque do Paris Saint-Germain.

A opção não é para Mbappé jogar pela esquerda, e Di María, à direita. É porque assim o PSG encorpa seu meio-de-campo, e Neymar fica mais confortável e decisivo.

Não é de centroavante, nem falso nove. Neymar joga livre. Ataca os espaços às costas dos volantes, às vezes como a ponta de cima do losango do meio, ora arrancando de frente para o gol. É um ponta-de-lança.

Neymar jogou pouco, mas jogou muito nesta temporada. Nas poucas vezes no gramado, brilhou. Foram 15 jogos no Campeonato Francês e 19 ações decisivas, 13 gols e 6 assistências. Na Champions, atuou 6 vezes, uma delas vindo do banco de reservas. Marcou 3 gols e 4 quatro passes. Mais jogadas fatais do que partidas.

Mesmo assim, ele não é o astro da Champions, exceto pelo carisma e pela inegável capacidade de mudar o rumo de um jogo num milímetro.

O Bayern tem 2 dos 3 principais artilheiros do torneio, Lewandowski com 15 gols e Gnabry com 9. Se marcar duas vezes, o goleador polonês igualará o recorde de Cristiano Ronaldo.

O PSG tem dois dos líderes de passes paras gol. Di María já foi o recordista do Campeonato Francês e lidera a lista da Champions, ao lado de Lewandowski, com seis assistências. Eles têm uma a mais do que Mbappé, o segundo colocado. Neymar está em quarto lugar.

Isso indica que a decisão não gira em torno do brasileiro, embora a definição do vencedor deste Bayern x PSG possa girar. Não foi por outro motivo que o jornal L’Equipe estampou Neymar em sua primeira página na sexta-feira (21), com o título “Extraterreste".

O Bayern é melhor como equipe. Hans Dieter Flick mudou a posição de Thomas Müller. Puxou-o para o meio e passou a escalar Goretzka como segundo meio-campista. Isso aumentou a criação e permitiu aos pontas Gnabry e Perisic usarem seus dribles, velocidade e finalizações.

O Bayern fez cem gols no Campeonato Alemão, menos apenas do que o Manchester City (102) nas grandes ligas europeias, mas com média superior, porque a Bundesliga tem quatro rodadas a menos. O PSG marcou 75 vezes na França, mas apenas em 22 jogos, por culpa da interrupção da Ligue 1. São 3,40 por jogo, contra 2,92 do Bayern.

Claro que se pode dizer que os adversários na Alemanha são mais fortes do que na França, mas isso perde valor quando se lembra que esta Champions foi a primeira, desde 1991, sem representantes de Itália, Espanha e Inglaterra na semifinal.

A diferença pode ser Neymar. Ou a defesa. A do PSG é a menos vazada, e o capitão Thiago Silva pode ser o premiado erguendo a taça. Lembre-se de que ele já recebeu o anúncio de que seu contrato não será renovado. Diferente de Cavani, decidiu ficar para tentar vencer a Champions.

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