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Após 'fico' no Barcelona, argentinos debatem futuro de Messi na seleção

Torcedores alimentam esperança de um craque mais empenhado e decisivo para seu país

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Buenos Aires

A sexta-feira (4) amanheceu tensa para os argentinos fãs de futebol. Depois de vários dias de incertezas, memes, notícias falsas e bastidores desencontrados sobre o futuro de Lionel Messi no Barcelona, finalmente se conheceu a decisão do jogador, que anunciou seu "fico" por mais uma temporada na Catalunha.

Já às 9h30, os canais de notícias locais não paravam de manchetar o cada vez mais concreto desenlace da novela.

"Leo fica, não?", perguntou com esperanças o vendedor de ovos de um mercado chinês a um amigo, que fumava na calçada com a máscara no queixo, no meio da manhã. "Não sei porque você se preocupa com isso. É tudo questão de dinheiro, não tem bonzinhos nem malvados aí", respondeu o outro, dando de ombros.

Ele usava a camiseta do Atlanta, time do bairro de Villa Crespo que não figura em nenhuma liga importante, mas é o "Barcelona" dessa zona de Buenos Aires.

Perto dali, na praça Mafalda, dedicada ao personagem de Quino, crianças jogavam futebol no começo da tarde. Um dos garotos usava a 10 do Barcelona, com o nome de Messi. Quando perdeu um gol, o companheiro do outro time gritou: "vai embora logo, você já era".

As reações dos argentinos com relação à possível saída de Messi variaram muito durante estes dias em que o jogador esteve como destaque da agenda.

Enquanto rosarinos fanáticos do Newell's Old Boys —time que o craque defendeu na base— ainda alimentavam a esperança de que "Lio" voltasse às suas raízes, comentaristas esportivos debatiam se a saída ou permanência de Messi em Barcelona seria ou não boa para a seleção argentina.

A equipe nacional tem compromissos pelas eliminatórias para a próxima Copa do Mundo marcados para o mês que vem.

Pintura de Messi com a camisa da seleção argentina em parede de escola
Lionel Messi em pintura do brasileiro Paulo Consentino na cidade de Rosario - Juan Mabromata - 27.ago.20/AFP

Não faltou quem lembrasse, por exemplo, que Messi é dado a suas idas e vindas. Foi assim em 2016, quando se despediu da seleção argentina após uma derrota na Copa América disputada nos EUA. Semanas depois, com o lamento dos torcedores e até do então presidente do país, Mauricio Macri, ele mudou de ideia.

"Agora, decepcionado com o Barça, que o pressionou contra a vontade, quem sabe Messi poderia finalmente se dedicar à seleção, não?", disse Ángel López, 26, cuidador de carros que havia acabado de saber da notícia da permanência, ao voltar de seu horário de almoço.

A promessa de um jogador mais empenhado na seleção, uma reclamação constante dos argentinos, que creem que ele sua mais a camisa no Barça, voltou a animar os compatriotas do astro nestes últimos dias.

"Messi já ganhou um monte de Champions, porque não vem para cá, ser campeão na Bombonera, ser campeão pela Argentina? Depois reclama que falta carinho dos argentinos com ele, é por isso", afirmou o aposentado Tobias, limpando esculturas de sua loja de antiguidades.

Messi mais dedicado com a camisa celeste e branca parece ser o sonho de todos.

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