Descrição de chapéu Campeonato Brasileiro 2020

Críticas ao tempo de espera do VAR são justas, diz chefe de arbitragem da CBF

Gaciba, no entanto, afirma que entidade não irá adotar mudança no uso da tecnologia

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São Paulo

Depois dos problemas causados pelo início do Campeonato Brasileiro em meio à pandemia de Covid-19, nas últimas rodadas esse tema cedeu espaço ao VAR (árbitro assistente de vídeo, na sigla em inglês) como objeto principal de polêmicas e debates entre atletas, técnicos, dirigentes, jornalistas e torcedores.

No último domingo (30), houve quase dez minutos de paralisação para a interferência do VAR em dois gols do Santos (que foram anulados) no duelo com o Flamengo.

Para o chefe da Comissão de Arbitragem da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Leonardo Gaciba, as críticas em relação ao tempo de espera entre a checagem do lance e a decisão do juiz no campo são justas.

A CBF, no entanto, não irá adotar nenhuma medida punitiva ou mudança de protocolo por enquanto. Gaciba entende que é o caso de melhorar a orientação aos juízes e operadores dos equipamentos.

“As críticas são feitas em relação ao tempo do VAR, e não ao nível de acertos. Muitas críticas por causa do tempo de espera são construtivas e justas. Temos que melhorar”, afirma o chefe da arbitragem. “Eu digo que, ao menos, é bom que o nosso problema consista no tempo de revisão. É um sinal de que estamos acertando nas decisões tomadas."

Gaciba relata que, após o duelo na Vila Belmiro, conversou com a equipe de arbitragem, mas não viu erros nas tomadas de decisões e amenizou os quase dez minutos de espera. “O que aconteceu no jogo do Santos é algo incomum, mas a média geral das paralisações neste campeonato é menor. A prova disso é que o VAR não foi assunto nas cinco [primeiras] rodadas.”

A Fifa, baseada na experiência da Copa do Mundo de 2018, sugere que a média das pausas seja de 1 minuto e 15 segundos.

Monitor do VAR é derrubado pelo goleiro Gatito Fernández, do Botafogo - Ricardo Moraes 29.ago.2020/Reuters

Embora afirme que o tempo gasto com as paralisações esteja menor do que em 2019, Gaciba não soube precisar quanto.

A última vez que a CBF divulgou um balanço do uso da ferramenta, em agosto do ano passado, o tempo médio para análises dos lances era de 1 minuto e 54 segundos.

Não foi só em Santos que o VAR roubou a cena na mesma rodada. Sábado (29), no Rio de Janeiro, o Botafogo teve dois gols anulados diante do Internacional. No fim da partida, o goleiro botafoguense Gatito Fernández, enquanto seguia para o vestiário, deu um pontapé na cabine em que o árbitro consulta as imagens no monitor.

Na madrugada do dia seguinte, o goleiro postou texto, em seu perfil no Instagram, no qual se dizia arrependido, porém não deixou de fazer críticas. “O VAR chegou para ficar e está ajudando bastante o futebol no Brasil e em todo o mundo. O que não pode acontecer é termos profissionais completamente despreparados para usar tal ferramenta”, escreveu o goleiro.

No domingo pela manhã, no clássico entre São Paulo e Corinthians no Morumbi, o zagueiro Diego, do São Paulo, disse para o árbitro Flávio Rodrigues de Souza que havia recebido um soco do centroavante corintiano Jô.

Souza pediu uma análise do lance para o assistente de vídeo, mas depois da revisão não tomou nenhum providência e mandou a partida seguir.

O clube tricolor reclamou do trio de arbitragem para a CBF no dia seguinte. A Procuradoria do STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva), em posse das imagens, denunciou Jô pelo artigo 254-A (agressão física). O corintiano será julgado e poderá receber uma suspensão de 4 a 12 jogos.

Nesta quinta-feira (3), houve uma nova polêmica envolvendo uma partida do São Paulo. A equipe do Morumbi perdeu por 3 a 0 para o Atlético-MG, mas, antes de levar o primeiro gol, viu um de Luciano ser anulado com o auxílio do árbitro de vídeo.

A imagem congelada do lance deixa dúvidas, mas as linhas traçadas pela tecnologia do VAR indicaram o são-paulino ligeiramente à frente.

“Todos reclamam quando a decisão do VAR é contra a sua equipe. É uma questão cultural no Brasil e temos que evoluir nesse ponto, ter a consciência de que o VAR está acertando em suas revisões”, finaliza Gaciba. ​

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