Dominante na América, técnico do River sofre quando vai ao Morumbi

Gallardo nunca venceu o São Paulo no estádio; equipes se enfrentam nesta quinta (17)

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

São Paulo

Técnico do River Plate, Marcelo Gallardo, 44, comanda o time mais dominante da América do Sul nesta década. Mas às 19h desta quinta (17), contra o São Paulo, pela terceira rodada da fase de grupos da Libertadores (Fox Sports transmite), o técnico volta a pisar em um palco no qual ele nunca venceu: o Morumbi.

Desde 2014, quando assumiu o clube argentino, o treinador levou a equipe a três finais de Copa Libertadores e em duas delas, 2015 e 2018, conquistou o título –no ano passado, ficou com o vice diante do Flamengo.

Nas três campanhas em que o River alcançou a decisão do torneio continental, a equipe deu importantes demonstrações de força quando veio ao Brasil.

Venceu por 3 a 0 o Cruzeiro no Mineirão em 2015, nas quartas de final, e bateu o Grêmio por 2 a 1 no estádio do time gaúcho em 2018, na semi. Em ambas as ocasiões, o clube argentino havia perdido o jogo de ida, em Buenos Aires e precisou buscar fora de casa a classificação.

Além dessas duas grandes vitórias, o River também conseguiu empates em outras edições, contra Flamengo, no Maracanã, e Internacional, no Beira-Rio.

Na última vez em que Marcelo Gallardo visitou o Morumbi, também pela fase de grupos da Libertadores, saiu derrotado. Foi na edição de 2016 do torneio.

Com dois gols do atacante argentino Jonathan Calleri, ex-Boca, o São Paulo comandado por Edgardo Bauza venceu por 2 a 1. O cenário daquele triunfo, com pouco mais de 51 mil torcedores nas arquibancadas, será bem distinto ao desta quinta, com a proibição de público em razão das medidas sanitárias impostas para o período de pandemia.

Ganso e Calleri comemoram um dos gols do São Paulo sobre o River, em 2016, no Morumbi
Ganso e Calleri comemoram um dos gols do São Paulo sobre o River, em 2016, no Morumbi - Eduardo Knapp - 13.abr.2016/Folhapress

O histórico de Gallardo na casa tricolor, porém, é mais antigo e remete à época em que o agora técnico era jogador do River Plate.

Sua primeira partida no Cícero Pompeu de Toledo aconteceu em 1997, no primeiro jogo da final da Supercopa Libertadores –torneio organizado pela Conmebol com clubes campeões da Libertadores.

Na capital paulista, os argentinos perderam Sergio Berti, expulso aos 2 minutos do segundo tempo, mas conseguiram segurar o 0 a 0 até o final e levaram a decisão para Buenos Aires. Com a vitória por 2 a 1 (dois gols do chileno Marcelo Salas, Dodô descontou para o São Paulo), o River Plate se sagrou campeão. Gallardo foi titular nos dois confrontos.

Após uma primeira experiência na Europa, onde defendeu o Monaco, da França, Gallardo voltou em 2003 ao futebol argentino para sua segunda passagem pelo River.

Naquele ano, ajudou o time a chegar à final da Copa Sul-Americana. Na semifinal do torneio, reencontrou o São Paulo, e voltou a sofrer dentro do Morumbi, apesar da classificação.

Os argentinos haviam vencido a partida de ida da semi por 3 a 1, no Monumental de Nuñez. Gallardo marcou duas vezes e Diego Barrado completou o marcador –Gustavo Nery descontou para os são-paulinos.

No jogo da volta, na capital paulista, o São Paulo reagiu e venceu o River por 2 a 0, gols de Rico e Diego Tardelli. Como não havia o gol qualificado, o duelo foi para a disputa por pênaltis.

Contudo, antes das penalidades, uma confusão entre jogadores dos dois clubes tomou conta do gramado do Morumbi. Luis Fabiano, que deu uma voadora nas costas de um jogador adversário, foi expulso, assim como o zagueiro Jean e o atacante Rico. Ameli, Pereyra e Barrado receberam o vermelho no River.

"Entre brigar e bater o pênalti, eu prefiro ajudar na briga", disse o camisa 9 são-paulino, cuja declaração se tornou célebre entre os torcedores tricolores.

Nos pênaltis, Souza e Lugano desperdiçam suas cobranças, e o River eliminou o São Paulo. Eduardo Coudet, hoje treinador do Internacional, estava entre os jogadores do time argentino que bateram e converteram suas penalidades. Na decisão da Sul-Americana, a equipe de Gallardo ficou com o vice diante do Cienciano, do Peru.

Gallardo, capitão do River, é marcado de perto por Renan e Josué na semi da Libertadores de 2005
Gallardo, capitão do River, é marcado de perto por Renan e Josué na semi da Libertadores de 2005 - Eduardo Knapp - 22.jun.2005/Reuters

Ainda como atleta, Marcelo Gallardo voltou mais duas vezes ao Morumbi, em 2005, como capitão do River Plate. Na primeira visita daquele ano, o São Paulo enfrentou a equipe no jogo de ida da semifinal da Copa Libertadores.

Danilo e Rogério Ceni, ambos no segundo tempo, marcaram para dar a vitória ao time são-paulino.

No jogo de volta, em Buenos Aires, o São Paulo arrancou novo triunfo contra os argentinos, desta vez por 3 a 2 (Danilo, Amoroso e Fabão anotaram para o time de Paulo Autuori), e se classificou à final da Libertadores depois de 11 anos. Na decisão, venceu o Athletico e conquistou o tricampeonato continental.

No segundo semestre de 2005, nem mesmo um outro adversário foi capaz de mudar a sorte de Gallardo no Morumbi.

Em duelo pelas oitavas de final da Copa Sul-Americana contra o Corinthians, o time argentino não saiu de um empate em 0 a 0 no Cícero Pompeu de Toledo –o então camisa 10 foi substituído. Na volta, no Monumental, empate em 1 a 1 levou a decisão para os pênaltis e os brasileiros foram eliminados.

O confronto desta quinta-feira será o primeiro jogo oficial do River Plate desde 7 de março, quando empatou em 1 a 1 com o Atlético Tucumán, na última rodada do Campeonato Argentino, e viu o rival Boca Juniors ultrapassá-lo para ficar com o título nacional.

Desde que voltou da paralisação, a equipe do técnico Fernando Diniz já disputou 13 partidas. Uma diferença que Marcelo Gallardo reconhece como obstáculo, mas que não o impede de acreditar em uma boa apresentação do River contra o São Paulo.

"Estou convencido de que vamos ser competitivos. Não há dúvidas. Não vamos para lá especular, vamos nos portar da melhor forma possível, como fazemos sempre, em condições anormais e com desvantagem, mas vamos ser competitivos", disse Gallardo, em busca de sua primeira vitória no Morumbi.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.