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Messi fica, mas dispara contra presidente do Barça e não indica trégua

Atacante argentino diz que Bartomeu não cumpriu palavra e que clube não tem projeto

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São Paulo

Lionel Messi afirmou nesta sexta-feira (4) que ficará no Barcelona por pelo menos mais um ano. Ao anunciar sua permanência, porém, não parou de atirar contra a diretoria do clube espanhol.

"O presidente [Josep Maria Bartomeu] sempre disse que ao fim da temporada eu poderia decidir se queria ir ou ficar, mas no fim das contas ele não cumpriu sua palavra", declarou Messi em entrevista ao portal Goal.com.

Na semana passada, o jogador havia manifestado o desejo, por meio de uma mensagem eletrônica, de deixar a equipe. O maior candidato para recebê-lo era o Manchester City, onde está o técnico Pep Guardiola, com quem o argentino venceu duas vezes a Champions League (2009 e 2011).

O atacante tentou usar uma cláusula que poderia liberá-lo do vínculo a um ano do término do contrato, mas o Barcelona sustentou que o prazo para acioná-la era junho e que não abriria mão de receber os 700 milhões de euros (cerca de R$ 4,3 bilhões) da sua multa rescisória.

Messi em entrevista ao site Goal.com, quando revelou sua permanência no Barcelona
Messi em entrevista ao site Goal.com, nesta sexta (4), quando revelou sua permanência no Barcelona - Reprodução

Como nenhum time pagaria esse valor e o atleta declarou não querer entrar em uma disputa judicial com a agremiação que defende há 20 anos, ele permanecerá em Barcelona por enquanto.

Isso não significa, porém, que diminuirá o tom das críticas à diretoria. "A verdade é que faz tempo que não há projeto, não há nada, se vão fazendo malabarismos e tapando os buracos à medida que as coisas vão acontecendo", disse na mesma entrevista.

A frase escancara o descontentamento, manifestado pelos amigos do atacante, que ele tem com a gestão de Bartomeu. Segundo a imprensa argentina, o jogador já afirmou não ter vontade nem mesmo de cumprimentar o dirigente.

O anúncio de Messi aconteceu horas após ter sido apresentada uma denúncia de corrupção contra Bartomeu pelo que ficou conhecido como "Barçagate", a contratação pelo presidente de uma empresa que teria como objetivo melhorar sua imagem nas redes sociais.

O expediente usado pela companhia foi criar perfis para fazer comentários negativos sobre inimigos políticos da administração e jogadores do elenco, entre eles o próprio Messi.

"Me senti machucado por coisas que escutei das pessoas, dos jornalistas, de gente colocando em dúvida o meu barcelonismo e dizendo coisas que eu não merecia. Também me serviu para ver quem é quem. Neste mundo do futebol é muito difícil e há muita gente falsa", completou.

Ele citou também o peso da questão para sua família quando comunicou a vontade de mudar de ares. "Foi um drama bárbaro. Toda a família chorando, meus filhos não queriam sair de Barcelona ou mudar de colégio. Todo esse tempo foi duro para todos. Sabia com clareza o que queria, já havia entendido e dito. Minha mulher, com a alma dolorida, me apoiava e acompanhava."

Messi não mencionou na entrevista o que pretende fazer daqui a um ano, quando terminará seu contrato e ele poderá sair de graça. Em tese, a partir de 1º de janeiro estará liberado assinar um pré-contrato com outra equipe.

Messi celebra gol marcado contra a Real Sociedad no último Campeonato Espanhol
Messi celebra gol marcado contra a Real Sociedad no último Campeonato Espanhol - Lluis Gene-7.mar.20/AFP

O argentino afirma ter avisado durante toda a última temporada a Bartomeu que gostaria de sair. "Achei que o clube necessitava mais de gente jovem, de gente nova, e achei que minha etapa no Barcelona havia terminado, sentindo muito porque sempre disse que queria terminar minha carreira aqui."

Por fim, acabou cedendo. "Vou seguir no clube porque o presidente me disse que a única maneira de sair era pagar a cláusula, e isso é impossível. Havia outra maneira, que era ir à Justiça. Eu não iria à Justiça contra o Barça porque é o clube que amo, que me deu tudo desde que cheguei, é o clube da minha vida, me deu tudo e eu dei tudo a ele", declarou.

O imbroglio e as declarações de Messi, porém, não livram do embaraço o grupo político de Bartomeu, que terá de enfrentar nova eleições presidenciais em março de 2021.

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