Lakers derrotam Heat, quebram jejum e chegam a seu 17º título na NBA

Equipe iguala conquistas do rival Boston, amplia reinado de LeBron e consagra Davis

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São Paulo

Após uma década colecionando fracassos, o Los Angeles Lakers é novamente o campeão da NBA. A equipe, que havia ficado com o título pela última vez em 2010, derrotou o Miami Heat por 106 a 93, em Lake Buena Vista, e fechou em 4 a 2 a série melhor de sete partidas da decisão.

LeBron James, eleito o melhor jogador das finais (MVP), e Anthony Davis foram os grandes nomes da conquista de 2019/20, a 17ª do time na liga norte-americana de basquete. A formação roxa e amarela agora está igualada ao arquirrival Boston Celtics como a detentora do maior número de troféus.

O caminho para a mais recente taça foi tortuoso. Os Lakers enfrentaram uma crise diplomática quando faziam sua pré-temporada na China, perderam o ídolo Kobe Bryant em um acidente de helicóptero e, quando estavam no auge da forma, viram a temporada ser interrompida.

Foram mais de quatro meses de paralisação devido à pandemia do novo coronavírus. O atípico campeonato foi retomado no complexo da Disney, nos arredores de Orlando, em um ambiente controlado contra a Covid-19, e quase parou de vez pouco depois.

A disputa estava nos playoffs quando um novo caso de violência policial contra um homem negro mobilizou os jogadores, que já vinham atuando exibindo mensagens sociais. Os atletas organizaram um boicote em forma de protesto e discutiram se voltariam a atuar.

Os representantes dos Lakers, mesmo com boa chance de brigar pelo título, votaram inicialmente pela interrupção definitiva. Na sequência, todos entenderam que era melhor continuar atuando e usando a plataforma da NBA para cobrar mudanças estruturais na sociedade.

O hiato não tirou a concentração do time de Los Angeles. Bem treinada por Frank Vogel –um técnico de 47 anos que jamais havia chegado à final–, a equipe superou a desconfiança após um início ruim na Disney, em jogos de classificação que não lhe importavam muito.

A formação californiana já tinha a primeira colocação da Conferência Oeste assegurada e, iniciado o mata-mata, mostrou por que era a líder. Portland Trail Blazers, Houston Rockets e Denver Nuggets foram derrubados sem maiores sustos, todos por 4 a 1.

A dificuldade foi maior diante do Miami Heat, que, mesmo com lesões importantes, conseguiu levar a final até o sexto jogo. Mas, campeão com o próprio Heat em 2012 e 2013, LeBron James não desperdiçou a chance levantar o troféu pela quarta vez –ele triunfou também em 2016, pelo Cleveland Cavaliers (foi MVP em todas).

LeBron carregando troféu de campeão e de MVP
LeBron James, primeiro MVP de finais por três equipes diferentes, com os dois troféus da noite - Mike Ehrmann/AFP

Atuando ainda em altíssimo nível em sua 17ª temporada, James ampliou seu valor na história da NBA. Nunca um atleta de 35 anos, quase 36, teve o desempenho exibido pelo camisa 23, que ganhou enorme ajuda do ala-pivô Anthony Davis, 27.

Davis ancorou a defesa e se mostrou uma peça-chave também no ataque. Já LeBron orquestrou o ataque, assumindo de vez a função de armador, e se dedicou à marcação como não fazia havia algumas temporadas. O resultado foi um time muito firme nos dois garrafões.

Houve contribuições valiosas de atletas que antes tinham pouca importância, como o armador Alex Caruso, 26, e o ala-armador Kentavious Caldwell-Pope, 27. Também ajudaram decisivamente veteranos que eram dados como acabados na NBA, casos do armador Rajon Rondo, 34, e do pivô Dwight Howard, 34.

Deram certo as apostas de Jeanie Buss, dona dos Lakers que reformulou a administração da equipe. E deu certo a tentativa de homenagear Kobe Bryant com uma campanha vitoriosa —em cinco de seus jogos nos playoffs, o time jogou com um uniforme desenhado pelo ídolo.

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