O Santos anunciou o retorno do atacante Robinho, 36. O jogador esteve neste sábado (10) no CT Rei Pelé, onde assinou contrato de cinco meses, até o fim do Campeonato Brasileiro, em fevereiro de 2021.
O salário será simbólico, de R$ 1.500 segundo o clube, mas haverá bônus não divulgado oficialmente.
A contratação do atleta teve de ser aprovada pelos comitês gestor e fiscal santistas e tem sido objeto de críticas de parte da torcida por um assunto extra-campo.
Em 2017, o atacante foi condenado a nove anos de prisão por violência sexual na Itália. A sentença, da qual a defesa recorreu, saiu quando ele já havia deixado o país e defendia o Atlético-MG.
De acordo com a investigação, o caso ocorreu em 22 de janeiro de 2013, no Sio Café, em Milão. A vítima seria uma mulher albanesa que tinha 22 anos na época.
Segundo a denúncia, Robinho e cinco amigos a intoxicaram com álcool até ela ficar incapaz de recusar o ato sexual. Ele também foi condenado a pagar 60 mil euros (R$ 233 mil) para a mulher.
A advogada do atleta, Marisa Alija, publicou um vídeo em suas redes sociais no fim da noite deste sábado em que diz que o processo está "na primeira fase, subindo para a segunda fase". "Existem pelo menos três, até quatro graus de recurso, como é o caso da Justiça italiana", afirmou.
De acordo com ela, como não existe uma sentença de prisão, não há nenhum impedimento para que ele deixe o Brasil para jogar com a equipe santista, por exemplo.
Com a notícia da possibilidade da contratação de Robinho, torcedores se manifestaram nas redes sociais nos últimos dias contra o retorno do jogador ao clube. Nas postagens do anúncio do atleta, neste sábado, usuários voltaram a fazer críticas em razão da condenação por violência sexual.
A Folha procurou a agremiação para comentar as reações à contratação e aguarda uma resposta. O clube se engajou recentemente em campanhas de conscientização sobre violência contra a mulher.
Para contar com atacante no Nacional, o time da Vila Belmiro terá de inscrevê-lo na CBF até segunda-feira (12), mesmo sendo feriado.
A pressa se deve ao fato de que, a partir de terça (13), entrará em vigor uma punição que o clube sofreu da Fifa, que o impedirá de contratar jogadores por causa de uma dívida de US$ 3,4 milhões (R$ 18 milhões) com o Huachipato, do Chile, pela contratação do atacante venezuelano Soteldo.
"Aqui sempre foi a minha casa. Meu objetivo é ajudar dentro e fora de campo, e fazer o Santos FC voltar ao lugar mais alto, que é de onde nunca deveria ter saído. Sensação maravilhosa de poder voltar ao clube que me projetou para o futebol. Foi aqui onde eu cresci. Sempre sonhei em ser jogador e foi o Santos FC tornou tudo isso possível”, disse o jogador ao site oficial do Santos.
Formado nas categorias de base santistas, Robinho terá sua quarta passagem pelo clube, pelo qual ele disputou 246 jogos, marcou 109 gols e conquistou cinco títulos —Campeonato Brasileiro (2002 e 2004), Campeonato Paulista (2010 e 2015) e Copa do Brasil (2010).
A última passagem dele pela Vila havia sido em 2015, à época emprestado pelo Milan, da Itália. Seu último clube foi o Istambul Basaksehir, da Turquia. O contrato dele com o time turco, atual campeão nacional, se encerrou em agosto, e o acordo não foi renovado.
Na Europa, os principais títulos do jogador foram duas taças do Campeonato Espanhol (2006/2007 e 2007/2008) e uma do Campeonato Italiano, na temporada 2010/2011.
Campeão da Copa América em 2007 e da Copa das Confederações em 2005 e 2009 pela seleção brasileira, Robinho também disputou os Mundiais de 2006 e 2010. A última convocação dele foi em 2017, para amistoso contra a Colômbia, em homenagem às vítimas do acidente da Chapecoense.
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