Jogadores da NBA se reúnem com papa Francisco para discutir justiça social

Atletas explicam ações da última temporada em encontro com pontífice no Vaticano

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São Paulo

Uma delegação com cinco jogadores da NBA se reuniu nesta segunda-feira (23) com o papa Francisco, no Vaticano. O encontro foi realizado a pedido do líder da Igreja Católica e teve como tema o trabalho realizado pelos atletas na luta por justiça social nos Estados Unidos.

Estiveram com o pontífice Kyle Korver, Sterling Brown, Jonathan Isaac, Anthony Tolliver e Marco Belinelli. Eles foram a Roma acompanhados da executiva da NBPA (associação dos jogadores da NBA), Michele Roberts, e de outros dois dirigentes da entidade, Sherrie Deans e Matteo Zuretti.

A reunião no Palácio Apostólico ocorreu a partir de uma solicitação do papa, que entrou em contato com a NBPA na semana passada. Ele queria saber mais sobre as atitudes recentes dos jogadores para pôr a justiça social na pauta e os planos para manter viva a discussão.

Papa conversa com jogadores no Palácio Apostólico - Divulgação/Vaticano via Reuters

“Estamos extremamente honrados em ter esta oportunidade de vir ao Vaticano e dividir nossas experiências com o papa Francisco. A abertura dele e a disposição em discutir esses assuntos foi inspiradora, uma lembrança de que nosso trabalho teve um impacto global e deve continuar”, afirmou Korver.

A última temporada da NBA foi marcada por mensagens sociais e pela posição firme dos atletas. Paralisada por quase cinco meses por causa da pandemia, a edição 2019/20 do campeonato foi retomada com a condição de que a plataforma da liga fosse usada para apresentar essas mensagens.

Enquanto a disputa estava parada, ocorreu o assassinato do negro George Floyd, prensado pelo joelho de um policial branco. Quando o torneio voltou, as quadras estavam pintadas com a inscrição “vidas negras importam”. Essa e outras frases ligadas ao tema passaram a ocupar o espaço geralmente reservado ao nome dos atletas nos uniformes.

Durante a retomada, no entanto, houve outro caso de brutalidade policial contra um negro nos Estados Unidos, os sete tiros nas costas de Jacob Blake. Os jogadores, então, chegaram a organizar um boicote e ameaçaram abandonar a competição. Só toparam voltar sob uma série de condições, entre elas uma campanha de acesso ao voto, que não é obrigatório nos Estados Unidos.

O boicote foi iniciado por jogadores do Milwaukee Bucks e seguido pelos demais times, que já estavam disputando os playoffs. Brown e Korver, que se reuniram com o papa, estavam no grupo dos Bucks que realizou o protesto –o movimento ganhou repercussão e se espalhou por outras ligas.

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