Descrição de chapéu Maradona (1960-2020)

Velório de Maradona evoca tradição argentina de grandes funerais

Eva Perón, Carlos Gardel, Fangio e Néstor Kirchner também mobilizaram o país

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Buenos Aires

A enorme e aglomerada fila de fãs de Diego Maradona diante da Casa Rosada nesta quinta-feira (26), apesar da pandemia de coronavírus, fez lembrar a fascinação que os argentinos têm por grandes funerais.

Uma breve pesquisa no Youtube permite ver a imensa comoção popular que causaram figuras do espetáculo, da política e dos esportes. A história argentina corrobora uma cultura de despedidas.

O automobilista Juan Manuel Fangio foi velado também na Casa Rosada, o tangueiro Carlos Gardel parou Buenos Aires com um velório no Luna Park e, depois da morte de Eva Perón, houve um velório no Congresso e luto nacional por 30 dias. Apenas para ficar em alguns exemplos.

As homenagens a Evita, morta por consequência de um câncer aos 33 anos, em 26 de julho de 1952, ocorreram em toda a cidade, mas principalmente nos sindicatos e centrais de trabalhadores rurais e de mulheres.

Estimativas da época dizem que mais de 2 milhões de pessoas foram prestar homenagem a seu corpo, no Congresso. As ruas por onde passou seu féretro foram forradas de rosas brancas.

Perón, morto em 1974, também foi velado no Congresso, e as homenagens duraram dias.

O presidente da União Cívica Radical Hipólito Yrigoyen (1852-1933) foi um líder muito popular, cujo cortejo fúnebre reuniu 200 mil pessoas, que o acompanharam até o cemitério da Recoleta. Seu caixão percorreu as ruas da cidade a bordo de uma carruagem puxada por cavalos. No momento final, foi tirado do veículo e levado nos braços dos apoiadores.

Mais recentemente, receberam grandes homenagens os ex-presidentes Raúl Alfonsín, morto em 2009, e Néstor Kirchner, em 2010, até então o mais recente grande velório na Casa Rosada.

Na época, quem era presidente da Argentina era Cristina Kirchner, sua mulher, que recebeu consolo de vários líderes de esquerda da região, como Lula, Evo Morales e Hugo Chávez.

A maior comoção na área artística foi a morte de Carlos Gardel, vítima de um acidente de avião em Medellín em 24 de junho de 1935. Seu velório ocorreu em várias cidades: Nova York, Medellín e em Buenos Aires.

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