Descrição de chapéu Tóquio 2020

Canal Olímpico do Brasil reunirá mais de 30 esportes no streaming

Parceria entre COB e TV NSports terá transmissões ao vivo a partir do ano que vem

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Curitiba

No novo ano olímpico de 2021, após o adiamento da edição de Tóquio por causa da pandemia da Covid-19, esportes menos e mais populares que fazem parte do programa dos Jogos ganharão visibilidade por meio de uma oferta maior de transmissão de eventos.

Essa é a aposta do Comitê Olímpico do Brasil (COB) e da TV NSports, que preparam em parceria o lançamento do Canal Olímpico do Brasil.

Fundada em 2017, a plataforma de streaming venceu uma concorrência com três participantes lançada pelo COB para operar o canal com a entidade até 2024.

O valor que cada uma das partes investirá inicialmente não foi divulgado. O comitê afirma que a destinação ainda precisará ser aprovada pelo seu conselho de administração e posteriormente pela assembleia-geral neste mês de dezembro.

Além das exibições de competições na plataforma, está prevista a criação de conteúdo original, por exemplo séries que mostrem a preparação dos atletas brasileiros para a adiada Olimpíada de Tóquio e futuramente para a de Paris-2024.

Um evento ao vivo de lançamento será realizado às 12h de sábado (12), com apresentação da jornalista Glenda Kozlowski e participação de atletas brasileiros nas redes sociais do COB.

A plataforma deverá entrar no ar oficialmente em 4 de janeiro, no domínio canalolimpicodobrasil.com.br e em aplicativos online.

Manoela Penna, diretora de comunicação e marketing do comitê, conta que o projeto do canal é mais antigo, mas começou a ganhar forma no início da pandemia, diante das mudanças na sua área de atuação.

De acordo com ela, antes do lançamento da concorrência, dez empresas do segmento de transmissões foram ouvidas para que o COB compreendesse melhor esse mercado e avaliasse se uma empreitada nesses moldes fazia sentido.

Atualmente, a TV NSports também possui contrato com sete confederações olímpicas: atletismo, basquete, desportos aquáticos, handebol, ginástica, tênis de mesa e voleibol.

Além de exibir competições desses esportes, em sua maioria gratuitas, a plataforma tem como principais produtos eventos em pay-per-view da Superliga de Vôlei, Liga Nacional de Futsal e do Campeonato Catarinense de futebol.

Por contrato, o COB garantirá a cada uma das 35 confederações olímpicas, que assim quiserem, a transmissão de ao menos um evento por ano.

Assim, poderão ter espaço torneios de pentatlo moderno, badminton, tiro com arco e outros esportes que hoje tem pouco ou nenhum alcance na TV fechada. Mesmo grandes campeonatos nacionais de natação, atletismo e ginástica, por exemplo, perderam lugar na televisão nos últimos anos e em parte já haviam migrado para o streaming.

Paulo André, Rodrigo Nascimento e Felipe Santos na prova dos 100 m do GP Brasil de atletismo, no último fim de semana; evento teve transmissão no canal da CBAt na TV NSports
Paulo André, Rodrigo Nascimento e Felipe Santos na prova dos 100 m do GP Brasil de atletismo, no último fim de semana; evento teve transmissão no canal da CBAt na TV NSports - Wagner Carmo - 6.dez.20/CBAt

Além de não pagarem pelas transmissões, a ideia é que as confederações, muitas às voltas com graves dificuldades financeiras e totalmente dependentes do COB, possam ganhar dinheiro com elas por meio de venda de publicidade em exibições específicas. O COB e a TV NSports também buscam anunciantes para o projeto.

O acesso do espectador será gratuito, mediante cadastro, ao menos a princípio. Futuramente, segundo o diretor executivo da TV NSports, Guilherme Figueiredo, a ideia é ter pacotes de pay-per-view para determinados eventos, bem como a aquisição de direitos de transmissão de competições internacionais com a participação de atletas brasileiros.

Figueiredo projeta que a reunião de esportes na plataforma possa reproduzir o comportamento do espectador dos Jogos Olímpicos.

“Hoje já vemos um pouco disso. O público trazido pelo atletismo acaba descobrindo que tem o evento de natação. Nos Jogos você não se planeja para assistir à esgrima, mas está passando e você acaba assistindo naquele momento. O fato de todos os esportes estarem no mesmo guarda-chuva facilita para o usuário”, afirma.

“A ideia é ser igual à Olimpíada, em que a gente começa a ver o que gosta de manhã e vai até a noite”, diz Manoela Penna.

Segundo os dados da TV NSports, hoje cada usuário permanece em média 35 minutos nos eventos da plataforma. “Tem a bolha, um público nichado que nao é enorme, mas muito significativo qualitativamente. Dificilmente o tempo médio fica abaixo de 22, 25 minutos. É um público que está lá para aquilo.”

Seus cálculos iniciais projetam cerca de cem dias com eventos ao vivo no Canal Olímpico do Brasil em 2021. “Vai depender do apelo comercial. A ideia é menos vender audiência e mais vender o conceito de vamos construir a audiência juntos.”

Outra aposta de faturamento são as transmissões interativas, como passou a ocorrer no canal Vôlei Brasil, um dos operados pela TV NSports, no último fim de semana, em parceria com a empresa de inteligência artificial edisn.ai.

Com essa tecnologia, na mesma tela do jogo o espectador consegue acessar dados dos atletas, estatísticas e links para compras de produtos esportivos e sites de apostas, entre outras funcionalidades.

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