Morreu nesta terça-feira (15) o comentarista esportivo Orlando Duarte, aos 88 anos. Ele estava internado havia três semanas, após contrair a Covid-19.
Por décadas, Orlando Duarte foi considerado um dos maiores críticos da imprensa esportiva. Atuou, ainda, como repórter, locutor, cronista, escritor e executivo de emissoras de TV.
Natural de Rancharia, no interior de São Paulo, é autor de 34 livros sobre o esporte brasileiro e mundial, sendo um dos mais produtivos escritores da crônica esportiva do país. Foi apelidado de "o Eclético" e também era conhecido como "pai da memória esportiva do Brasil".
Orlando Duarte escreveu enciclopédias sobre Copas do Mundo e Jogos Olímpicos, eventos que cobriu às dezenas, além de livros sobre grandes clubes, como o São Paulo, e a biografia "Pelé: o Supercampeão".
O jornalista cultivou por anos uma forte amizade com o Rei do Futebol, de quem ele se aproximou quando cobria jogos do Santos.
Foi também diretor de esportes da TV Cultura a partir de 1960, ano em que a emissora foi inaugurada, e passou por Bandeirantes, Record, SBT e Globo.
Atuou, ainda, pelas rádios Bandeirantes, Jovem Pan, Gazeta e Trianon, além das redações dos jornais O Tempo, Gazeta Esportiva, A Gazeta, Mundo Esportivo, A Gazeta Esportiva Ilustrada, Última Hora e Diário da Noite.
Como torcedor, foi apaixonado pela Portuguesa de Desportos e pelo Vasco da Gama.
O comentarista se afastou do jornalismo esportivo em 2012. Em 2018, recebeu diagnóstico de Alzheimer.
Em 2019, a mulher dele, Conceição Duarte, relatou em entrevista ao UOL a luta do marido contra a doença.
"Às vezes ele pensa estar dentro da TV ou da redação, diz que trabalhou muito, que fez tal jogo, acorda assustado dizendo que vai pra Pan [a rádio Jovem Pan]", contou Conceição. "Ele faz grandes narrações durante a noite também. Eu estou digerindo, mas ele segue muito divertido, tira sarro, é irônico, essas coisas que sempre existirão nele."
Orlando deixa a mulher, seis filhos e seis netos.
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