Descrição de chapéu Copa Libertadores 2020

Trocas de comando no Santos se contrapõem à estabilidade de Renato no Grêmio

Equipes fazem o jogo de volta das quartas de final da Libertadores nesta quarta, na Vila Belmiro

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

São Paulo

Nos últimos quatro anos, o Grêmio viveu um raro período de estabilidade com o técnico Renato Gaúcho que levou o time à conquista de seis títulos.

Durante esse mesmo tempo, seis treinadores diferentes passaram pelo comando do Santos, que não levanta um troféu desde o Paulista de 2016.

Nesta quarta-feira (16), as duas equipes voltam a se enfrentar pelas quartas de final da Libertadores, às 19h15, na Vila Belmiro (Fox Sports e Conmebol TV transmitem).

Além de decidir a vaga nas semifinais em casa, o time paulista têm ligeira vantagem. Em Porto Alegre, houve empate no jogo de ida, por 1 a 1. O resultado permite ao clube segurar uma nova igualdade, mas por 0 a 0, para ficar com a classificação pelo critério do gol marcado como visitante.

Faz oito anos desde a última vez em que o Santos chegou às semis da competição continental. Na ocasião, perdeu para o Corinthians. Foi em 2012, um ano após ter conquistado o título do torneio.

Aquele foi um período marcado pela estabilidade de Muricy Ramalho na Vila Belmiro. O ex-treinador comandou a equipe alvinegra de 2011 a 2013, anos em que o clube conquistou quatro títulos: os Paulistas de 2011 e 2012, a Libertadores de 2011 e a Recopa Sul-Americana de 2012.

Após a saída de Muricy, dez técnicos diferentes passaram pelo Santos, além de três interinos. Apenas dois ganharam títulos: Marcelo Fernandes e Dorival Júnior, campeões do Paulista, respectivamente, em 2015 e 2016.

Na Libertadores, nenhum técnico conseguiu levar o time além das quartas de final após, fase em que foi eliminado em 2017. Na temporada seguinte, a queda ocorreu nas oitavas.

O ano da última conquista santista, no Paulista de 2016, foi justamente o da contratação de Renato Gaúcho pelo Grêmio, em setembro.

Ídolo do clube como jogador, grande astro dos títulos da Libertadores e do Mundial de 1983, ele iniciava a terceira passagem como treinador do time, no qual já havia trabalhado de 2010 a 2011 e em 2013, quando foi vice-campeão brasileiro.

O primeiro título veio pouco tempo depois do início do atual trabalho, ao vencer a Copa do Brasil. No ano seguinte, chegou ao auge ao ganhar a Libertadores e ficar com o vice-mundial. Ainda seria campeão da Recopa, em 2018, e gaúcho em 2018, 2019 e 2020.

O período vitorioso (com direito a três semis de Libertadores) deu sustentação a Renato para que ele pudesse resistir aos dois anos sem nenhum troféu de expressão nacional ou continental, em meio a campanhas irregulares no Campeonato Brasileiro. Sobretudo neste ano, quando o clube chegou a rondar a zona de rebaixamento.

Invicto há dez rodadas, conseguiu se recuperar e aparece na sexta colocação. "Eu sabia que esse grupo ia se reencontrar", afirmou o treinador em entrevista recente à Folha. Em fevereiro, com o término da temporada, ele pretende conversar com a diretoria sobre seu futuro no clube.

Técnico Renato Gaúcho durante partida entre Grêmio e Santos pela Libertadores, em Porto Alegre
Técnico Renato Gaúcho durante partida entre Grêmio e Santos pela Libertadores, em Porto Alegre - Diego Vara - 9.dez.20/AFP

Até lá, a conquista da Libertadores é o maior objetivo do comandante. Para vencer o Santos nesta quarta e avançar à semifinal, ele vai contar com um carrasco dos santistas na competição, o atacante Diego Souza.

Há 13 anos, o jogador tirou o Santos da Libertadores nas semifinais com um gol na Vila Belmiro, justamente com a camisa do Grêmio. Ele tinha 22 anos na época e atuava pelo time gaúcho emprestado pelo Benfica (POR).

Depois de passar pelo time alvinegro, a equipe gremista acabou derrotada na decisão pelo Boca Juniors. A competição ainda reservaria outro momento frustrante para o jogador, em 2012, com a camisa do Vasco.

Na segunda partida pelas quartas de final diante do Corinthians, Diego Souza perdeu um gol totalmente livre de marcação, cara a cara com o goleiro Cássio, que fez uma defesa apontada por ele mesmo como a maior de sua carreira.

Na última quarta-feira (9), foi dele o gol de empate do Grêmio, em cobrança de pênalti, no último minuto da partida contra o Santos, em Porto Alegre.

Foi um duelo tenso, no qual os santistas tiveram menos posse de bola, mas foram mais objetivos e perigosos nas oportunidades de gol que criaram. O atacante Kaio Jorge foi quem marcou o gol, na etapa inicial.

Para este segundo confronto, o técnico Cuca tem dúvidas no time. O lateral direito Pará e o meia Jobson, ambos com dores musculares, ainda não sabem se poderão jogar. Caso fiquem fora, Madson e Jean Mota devem ser mantidos na equipe.

Diego Pituca e Luiz Felipe, suspensos, Soteldo e Vinicius Balieiro, com Covid-19, e Vladimir, Sánchez e Raniel, lesionados, são desfalques certos.

Do lado gremista, Pinares deve ser mantido no time mesmo com a recuperação do meia Jean Pyerre, que sofria com dores musculares.

Santos e Grêmio são os times brasileiros com mais títulos da Libertadores, ao lado do São Paulo, cada um com três conquistas.

Quem avançar do duelo vai encarar o vencedor do confronto entre Racing e Boca Juniors —nesta quarta, as equipes argentinas fazem a partida de ida, às 21h30, no estádio Presidente Perón. A volta será no dia 23, em La Bombonera.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.