Casos de Covid deixam 72 tenistas em quarentena antes do Australian Open

Passageiros infectados em voos que levaram atletas à Austrália forçaram a medida

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São Paulo

Chegou a 72 o número de tenistas que estão em quarentena dentro de hotel em Melbourne, na Austrália, depois de pegarem voos que transportaram pessoas infectadas pelo novo coronavírus.

Os voos fretados levaram os atletas e suas equipes para a disputa do Australian Open, primeiro Grand Slam do ano, marcado para começar em 8 de fevereiro.

Victoria Azarenka, bicampeã do Grand Slam australiano, e Sloane Stephens, campeã do US Open, estão entre os tenistas afetados.

Mais de 20 atletas que partiram de Los Angeles foram colocados em quarentena no sábado (16), depois que dois passageiros do voo receberam resultado positivo em exames de Covid-19.

Tenista com raquete na mão atrás de vidro
O australiano Bernard Tomic dentro de seu quarto de hotel em Melbourne - William West/AFP

Mais tarde, outro passageiro de um voo que decolou de Abu Dhabi também foi diagnosticado com o vírus, o que levou os organizadores a isolar mais 23 atletas no hotel. O número passou a 72 neste domingo (17), já que a mesma situação ocorreu com um voo que partiu de Doha, no Qatar.

Em um comunicado, os organizadores do torneio afirmaram que os jogadores deverão ficar em seus quartos por 14 dias e só serão liberados com autorização médica.

A decisão se traduzirá em uma preparação desigual entre os tenistas. Os outros atletas estão liberados para praticar durante cinco horas por dia em Melbourne. Já um pequeno grupo com os principais nomes do circuito, como Rafael Nadal, Novak Djokovic, Serena Williams e Naomi Osaka, foram alojados em Adelaide, com menos restrições e condições melhores.

“De ter cinco horas de treinamento em uma bolha para isso... (quarentena estrita por 15 dias). Vou mostrar a vocês meus treinos (dentro do quarto)”, escreveu o uruguaio Pablo Cuevas no Twitter. Vários atletas estão fazendo o mesmo.

Há muitas reclamações sobre as restrições do confinamento (policiais vigiam o hotel, sob ameaça de multa em caso de descumprimento) e a comida oferecida no local. A tenista cazaque Yulia Putintseva postou um vídeo de um rato em seu quarto.

Relatos divergem entre atletas que disseram saber das regras com antecedência e outros que afirmam terem sido surpreendidos ao chegarem a Melbourne.

A Austrália, um dos países com medidas mais duras no combate à pandemia, aceitou receber cerca de 1.200 jogadores, dirigentes e funcionários para o torneio —sob embates políticos, já que muitos cidadãos do país não conseguem voltar do exterior atualmente. Para isso, preparou 18 voos fretados, que no entanto não impediram que as contaminações se tornassem um problema.

“Sempre soubemos que havia riscos significativos, até porque com essa pandemia nunca se sabe. Todos que viajaram para a Austrália tiveram que apresentar um teste negativo 72 horas antes de partir. Sabíamos que havia uma possibilidade de acontecer o que acabou acontecendo”, disse o diretor do torneio, Craig Tiley.

“Vamos deixar material para todos os jogadores para que eles possam se exercitar corretamente em seus quartos", completou.

O escocês ex-número um do mundo Andy Murray revelou que foi diagnosticado com Covid-19 na última semana, mas disse que estava com boa saúde e ainda esperava competir. A americana Madison Keys desistiu de participar do torneio na semana passada depois de receber resultado positivo para o coronavírus.

Com Reuters

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