Descrição de chapéu
Dani Braga

Depoimento: Para torcer pelo tetra do Santos, até a roupa do bebê importa

Um bebê nascido em ano de pandemia e que usa roupa de peixinhos merece essa taça, Santos

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São Paulo

Sou daquelas que dizem que os filhos devem fazer suas escolhas quando tiverem discernimento para isso, mas, enfim, a hipocrisia: antes de o meu nascer a gaveta da cômoda já contava com macacão, bodies de manga curta, regata e de manga comprida do Santos. Dois sapatinhos, um boné e um saco de dormir do time completavam as opções 'fubebofashion' do bebê.

Ser santista é tradição de família. Ian tem mãe, pai, avôs, tia, tios e primos torcedores da equipe de Marinho, Soteldo e companhia.

A ideia era desfilar o uniforme na primeira oportunidade: a saída da maternidade. Por causa de uma intercorrência, não foi possível. Tudo bem, a roupinha ainda serviria para levar o recém-nascido para conhecer a Vila Belmiro dois meses depois. Antes que ele completasse um mês, porém, o coronavírus ganhou status de pandemia. Nada feito.

Em casa, mesmo, as roupinhas foram muito usadas e depois doadas sem que houvesse um motivo relevante para celebrar.

O Campeonato Paulista não serviu para animar. A equipe foi eliminada pela Ponte Preta nas quartas de final. No Brasileiro, também não empolgou.

A desculpa para fotografar o bebê com uma camiseta estampada com a democrática frase “O meu time quem escolhe sou eu! Santos” foi a reprise da final da Libertadores 2011 na TV.

Ian Braga, quando ainda tinha peças peças de roupa santistas
Ian Braga, quando ainda tinha peças de roupa santistas para torcer pelo time com a família - Arquivo pessoal

Mergulhado em uma crise que culminou no impeachment do então presidente José Carlos Peres, em novembro, o Santos não me inspirava tanta confiança, afinal, é esperado que as turbulências externas invadam o campo. Curiosamente não foi o que aconteceu.

Cuca e seus blindados foram vencendo partidas e ganhando espaço na Libertadores 2020 na mesma velocidade em que Ian foi ganhando peso e altura e perdendo peças de roupa.

Dizem que o torcedor santista é tão crítico que muitas vezes parece não apoiar o clube incondicionalmente. Esse espírito, digamos, ranzinza, aliado à correria da maternidade pandêmica talvez tenha me feito esquecer de renovar o guarda-roupa temático do meu filho.

Agora, com chances reais de ver o time ser tetracampeão da Libertadores, neste sábado (30), no Maracanã, visito as gavetas em busca de algo, mas não há mais nada. E também não dará tempo de chegar algo novo até o jogo.

Para não queimar a largada, propus comprar uniforme completo para usar no Mundial (sim, também trabalhamos com otimismo). No entanto, no intuito de compor ao menos um “lookinho” alvinegro, dei de cara com um body estampado com porquinhos. Rapaz... Aqui, não! Diante da afronta, o menino criado o ano todo em um apartamento vai usar uma fralda de praia cheia de PEIXINHOS.​

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