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Djokovic domina Medvedev e vence Australian Open pela 9ª vez

Sérvio chega à 18ª conquista de Grand Slam da carreira e fica a duas de Federer e Nadal

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São Paulo

Em um Australian Open marcado por tantos eventos atípicos, a trajetória de Novak Djokovic também não foi linear, mas terminou da forma esperada: com o nono título do tenista sérvio de 33 anos em nove finais no torneio de Melbourne, o terceiro de forma consecutiva.

O número 1 do mundo derrotou o russo Daniil Medvedev, 25, neste domingo (21) por 3 sets a 0 (7/5, 6/2, 6/2), em 1 hora e 53 minutos de partida.

Após um primeiro set equilibrado e de alto nível, em que o sérvio elevou o seu para quebrar o saque do rival no último game da parcial, o restante da partida foi de apenas um jogador.

Enquanto Medvedev, que vinha de 20 jogos de invencibilidade (12 deles contra tenistas do top 10) e três títulos desde novembro do ano passado, definhava tecnicamente e emocionalmente em quadra, Djokovic administrava o confronto com a superioridade de quem agora soma 18 títulos de Grand Slam —Roger Federer e Rafael Nadal lideram entre os homens, com 20 cada um.

A expectativa para a final era de um duelo mais equilibrado, justamente por opor o maior vencedor do Slam australiano (ele superou os oito títulos de Federer em Wimbledon e fica atrás dos 13 de Nadal em Roland Garros) a um tenista que vinha embalado pela sequência positiva e o padrão apresentado nos últimos meses.

Daniil Medvedev encontrou muitas dificuldades em sua segunda final de Grand Slam
Daniil Medvedev encontrou muitas dificuldades em sua segunda final de Grand Slam - Jaimi Joy/Reuters

Medvedev já havia disputado uma final de Slam, quando foi derrotado por 3 sets a 2 para Nadal no US Open de 2019. Na ocasião, viu o adversário abrir 2 a 0, buscou o empate e acabou derrotado na última parcial.

Dessa vez, porém, ele se perdeu e não conseguiu sair das cordas em que o sérvio o deixou. Cometeu 30 erros não forçados, contra 17 do campeão. Fica como consolo assumir a terceira posição do ranking, melhor da sua carreira.

A conquista de Djokovic, que já tinha garantido a permanência como número 1 do mundo e ultrapassará em 8 de março o recorde de Federer, de 310 semanas totais na liderança do ranking, faz com que o sérvio volte a ter um momento de glória inquestionável no esporte mais de um ano depois de conquistar o Australian Open de 2020 —com bem mais dificuldade na ocasião, em batalha de cinco sets contra Dominic Thiem.

"Todo mundo fala sobre a nova geração chegando e nos superando, mas realisticamente isso não está acontecendo ainda", disse Djokovic ao canal Eurosport. "Com todo o respeito pelos outros caras, eles ainda têm muito trabalho a fazer. Não vou ficar aqui e entregar isso a eles. Vou fazê-los trabalhar duro por isso."

Ele também afirmou que Medvedev é um dos jogadores mais difíceis que já enfrentou na vida e que é apenas questão de tempo para o russo ganhar um Slam. “Se você puder esperar mais alguns anos, eu agradeceria”, brincou.

Em 2020, uma série de acontecimentos dentro e fora de quadra havia gerado muito mais impactos negativos do que positivos na carreira e na imagem do sérvio.

Entre eles, Djokovic organizou, em junho passado, torneios com pouco respeito às medidas sanitárias recomendadas pelas autoridades durante a pandemia de Covid-19, que terminaram com ele mesmo e outros participantes infectados pelo coronavírus; no US Open, em que era o grande favorito ao título, foi eliminado da competição após acertar uma bolada não intencional em uma juíza de linha durante um ataque de fúria; na final de Roland Garros, acabou arrasado por Nadal em 3 sets a 0, com direito a um 6/0 aplicado pelo espanhol.

Mas veio o Australian Open, onde Djokovic mais uma vez se sentiu em casa, como o grande proprietário que é do torneio, para voltar a ser reverenciado pela qualidade do seu tênis.

Para isso, teve que se recuperar de uma lesão abdominal ao longo das duas semanas de competição, que o fez precisar de cinco sets na terceira rodada contra o americano Taylor Fritz. Ele perdeu parciais em 4 dos seus 7 jogos na caminhada ao troféu.

Novak Djokovic vibra durante final na Austrália
Novak Djokovic vibra durante final na Austrália - Asanka Brendon Ratnayake/Reuters

Além de Djokovic, a organização do Australian Open também pôde comemorar neste domingo um trabalho bem sucedido. Para entregar um dos principais eventos esportivos do mundo em um dos países mais rígidos nas medidas de controle da pandemia, foi necessário atuar junto ao governo em várias medidas. A Austrália registra ao todo 28.920 casos de Covid-19 e 909 mortes.

Centenas de tenistas foram ao país em voos fretados com três semanas de antecedência para o Slam e passaram duas delas em quarentena —motivo de polêmicas e reclamações no início, tanto de tenistas insatisfeitos com as limitações quanto de australianos que os viam como privilegiados.

Rod Laver Arena recebeu cerca de 7.500 espectadores neste domingo
Rod Laver Arena recebeu cerca de 7.500 espectadores neste domingo - Brandon Malone/AFP

A presença de público foi admitida em até 50% da capacidade normal do complexo e com restrições de movimentação nas fases iniciais, mas acabou totalmente cortada após o quinto dia de competição, quando Melbourne entrou em lockdown de cinco dias motivado por um pequeno surto de casos em um hotel, não relacionado ao torneio.

Com o afrouxamento das medidas, os espectadores puderam voltar para os últimos quatro dias de evento e totalizaram um público de 130.374 pessoas ao longo das duas semanas de disputa. Parte das cerca de 7.500 que ganharam a chance de estar na Rod Laver Arena neste domingo, porém, optou por vaiar quando na cerimônia de premiação foram citadas os esforços adotados pelos governos e pela organização.

TENISTAS COM MAIS TÍTULOS DE GRAND SLAM ENTRE OS HOMENS

1º Roger Federer 20
1º Rafael Nadal 20
3º Novak Djokovic 18
4º Pete Sampras 14
5º Roy Emerson 12
6º Rod Laver 11
6º Björn Borg 11
8º Bill Tilden 10

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