Descrição de chapéu Tóquio 2020

Frases marcantes e contraditórias ilustram vaivém dos Jogos de Tóquio

Realização da Olimpíada toma rumos confusos na pandemia, e atores políticos batem cabeça

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Toyohashi (Japão) e São Paulo

Rumo a Tóquio, a tocha olímpica cruzará as 47 províncias japonesas ao longo de 121 dias a partir de 25 de março, se –e esse é um importante “se”– o calendário oficial for mantido apesar da pandemia de Covid-19.

A menos de 50 dias do revezamento da chama, que marca a contagem regressiva para a abertura da Olimpíada, prevista para 23 de julho, a incerteza ainda ronda a realização dos Jogos.

Símbolo olímpico, a tocha também representaria uma “luz no fim do túnel” no mundo pós-pandemia. A chama está abrigada no território japonês desde março de 2020 (o mês de declaração de pandemia pela OMS, que marcou a transferência de Tóquio-2020 para 2021).

Desde então, autoridades japonesas e organizadores olímpicos vêm se dividindo em declarações contraditórias, aventando inclusive a possibilidade de cancelar ou adiar os jogos para 2032 (depois de Paris-2024, e Los Angeles-2028), conforme reportou recentemente o jornal britânico The Times.

Oficialmente, essa hipótese foi veementemente descartada tanto pelo COI (Comitê Olímpico Internacional) quanto por órgãos japoneses.

Apesar da insistência no discurso de que não há plano B e de que os Jogos ocorrerão na data prevista ("não se discute se vão ocorrer, mas como", é o mantra repetido), março será um mês decisivo para as definições dos Jogos —no ano passado, o adiamento se arrastou e só foi oficialmente anunciado no dia 24 desse mês.

O primeiro-ministro japonês, Yoshihide Suga, e o presidente do COI, Thomas Bach, se cumprimentam
O primeiro-ministro japonês, Yoshihide Suga, e o presidente do COI, Thomas Bach, se cumprimentam - Kazuhiro Nogi - 16.nov.20/Reuters

Desta vez, as pressões são maiores: além dos custos econômicos (que aumentaram na casa dos bilhões de dólares com o adiamento) e políticos, a pandemia não acabou, a imunização nem sequer começou no arquipélago anfitrião —está prevista para meados de fevereiro— e, segundo enquetes realizadas recentemente pela rede NHK, cerca de 80% dos japoneses defendem adiar ou cancelar a edição do evento de vez.

Na quarta-feira (3), os organizadores divulgaram o primeiro guia de recomendações sanitárias para os participantes, voltado para as federações internacionais.

Só entre atletas são esperados cerca de 11 mil. Ao que tudo indica, não haverá obrigatoriedade de vacinação ou de quarentena na chegada ao país, mas a expectativa é que o manual ainda receba atualizações.

A Folha reconstitui e contextualiza a cronologia das principais declarações e apostas acerca da Olimpíada. Enquanto integrantes do COI vêm apostando em um discurso mais otimista e muitas vezes incisivo, autoridades japonesas patinam em frases mais abertas, deixando transparecer certa insegurança.

Desde o início da pandemia, o Japão teve cerca de 397 mil casos e pouco mais de 6.000 mortes por Covid-19.

Erramos: o texto foi alterado

Versão inicial do infográfico apontava 22 de junho como data da cerimônia de encerramento da Rio-2016. A informação foi corrigida.

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