Da estreia como jogador profissional do São Paulo, em 1993, até a aposentadoria, em 2015, Rogério Ceni atuou em 14 finais. Como treinador, já são quatro decisões, todas elas à frente do Fortaleza. Nenhum desses 18 jogos pelo título foi disputado contra o Palmeiras.
Hoje técnico do Flamengo, o paranaense de 48 anos vai finalmente encarar em um duelo pela taça aquele que foi um de seus principais rivais nos tempos de goleiro. A formação rubro-negra disputará com a alviverde a Supercopa do Brasil, às 11h deste domingo, em Brasília. Globo e SporTV transmitem.
O confronto entre o vencedor do Campeonato Brasileiro e o campeão da Copa do Brasil dará a Ceni uma oportunidade que acabou nunca se concretizando em mais de duas décadas no São Paulo. Houve embates importantes e marcantes, mas as finais foram contra outros adversários.
O mais recorrente foi o Corinthians, enfrentado cinco vezes. Rogério se deu bem no Campeonato de Paulista de 1998, com enorme ajuda de Raí, contratado e inscrito às vésperas das partidas decisivas. Nos demais encontros, porém, quem levou a melhor foram os alvinegros.
Um deles ocorreu no ano anterior, no Estadual de 1997. Não era propriamente uma decisão no formato eliminatório, mas o Majestoso na última rodada valia o troféu, com vantagem do empate para a equipe do Parque São Jorge, campeã com o 1 a 1 no estádio do Morumbi.
Vingado na temporada seguinte, Ceni jamais voltou a derrotar o arquirrival em uma final. Teve mais três chances, porém o São Paulo acabou sendo superado no Torneio Rio-São Paulo de 2002, no Paulista de 2003 e na Recopa Sul-Americana de 2013.
Diante de seu outro tradicional adversário regional, o goleiro teve apenas uma decisão e fez muito mais do que trabalhar na pequena área. Ele marcou um gol de falta no empate por 2 a 2 com o Santos que definiu o campeão paulista de 2000, após vitória tricolor por 1 a 0 no jogo de ida.
Cinco vezes campeão em torneios que não tiveram decisão (Mato-Grossense 1990, Paulista 2005, Brasileiro 2006, Brasileiro 2007 e Brasileiro 2008), Rogério viveu suas finais mais marcantes em 2005. Foi campeão da Copa Libertadores contra o Athletico e do Mundial diante do Liverpool.
Ele ainda colecionou títulos obtidos em triunfos sobre Peñarol (Copa Conmebol 1994) e Tigre (Copa Sul-Americana 2012). E perdeu taças para Botafogo (Rio-São Paulo 1998), Cruzeiro (Copa do Brasil 2000), Internacional (Libertadores 2006) e Boca Juniors (Recopa Sul-Americana 2006).
Como treinador, Ceni tem mais vitórias do que derrotas. Superado pelo Ceará no Cearense de 2018, deu o troco levando o Fortaleza ao título estadual diante dos alvinegros em 2019 e 2020. Em 2019, celebrou a conquista da Copa do Nordeste derrubando o Botafogo-PB.
Contratado pelo Flamengo por causa do sucesso no Fortaleza –e apesar dos fracassos à frente de São Paulo e Cruzeiro–, o ex-goleiro conquistou o Brasileiro de 2020, disputado em pontos corridos. Credenciou-se, assim, a disputar a Supercopa do Brasil contra o vencedor da Copa do Brasil.
Enfim, quase 28 anos após a estreia na equipe profissional do São Paulo e mais de 30 após o breve período como o jovem arqueiro do Sinop, em Mato Grosso, Rogério Ceni terá sua primeira final contra o Palmeiras. Um adversário com o qual já teve batalhas importantes.
Em 1998, além de fazer boas defesas durante o jogo, foi bem na disputa de pênaltis que levou o time do Morumbi à final do Rio-São Paulo. Em 2005 e 2006, em mata-matas de Libertadores, cumpriu com louvor o seu papel para derrubar a formação alviverde.
Houve também derrotas duras. No caminho para o título paulista de 2008, por exemplo, o Palmeiras goleou o São Paulo na fase de classificação, com a emblemática comemoração de Valdivia ironizando o “chororô” do adversário, e triunfou também nas semifinais.
Muitos outros duelos foram disputados, cercados de rivalidade. A querela com Valdivia foi estendida por anos. Já com o goleiro Marcos, de quem foi reserva na Copa do Mundo de 2002, a relação foi construída com cordialidade apesar dos recorrentes confrontos em campo.
A história de Ceni é rica, e não faltam nela episódios envolvendo o Palmeiras. Mas faltava uma final. Ela ocorrerá neste fim de semana.
Todas as finais da carreira de Rogério Ceni
Como jogador
- 1994 – Copa Conmebol – campeão
São Paulo 6 x 1 Peñarol
Peñarol 3 x 0 São Paulo
- 1997 – Campeonato Paulista – vice-campeão
São Paulo 1 x 1 Corinthians*
*Última rodada do quadrangular final
- 1998 – Torneio Rio-São Paulo – vice-campeão
São Paulo 2 x 3 Botafogo
Botafogo 2 x 2 São Paulo
- 1998 – Campeonato Paulista – campeão
Corinthians 2 x 1 São Paulo
São Paulo 3 x 1 Corinthians
- 2000 – Campeonato Paulista – campeão
Santos 0 x 1 São Paulo
São Paulo 2 x 2 Santos
- 2000 – Copa do Brasil – vice-campeão
São Paulo 0 x 0 Cruzeiro
Cruzeiro 2 x 1 São Paulo
- 2002 – Torneio Rio-São Paulo – vice-campeão
São Paulo 2 x 3 Corinthians
Corinthians 1 x 1 São Paulo
- 2003 – Campeonato Paulista – vice-campeão
Corinthians 3 x 2 São Paulo
São Paulo 2 x 3 Corinthians
- 2005 – Copa Libertadores – campeão
Atlético-PR 1 x 1 São Paulo
São Paulo 4 x 0 Atlético-PR
- 2005 – Mundial de Clubes – campeão
São Paulo 1 x 0 Liverpool
- 2006 – Copa Libertadores – vice-campeão
São Paulo 1 x 2 Internacional
Internacional 2 x 2 São Paulo
- 2006 – Recopa Sul-Americana – vice-campeão
Boca Juniors 2 x 1 São Paulo
São Paulo 2 x 2 Boca Juniors
- 2012 – Copa Sul-Americana – campeão
Tigre 0 x 0 São Paulo
São Paulo 2 x 0 Tigre*
*Time argentino abandonou jogo no intervalo, apontando ameaças da PM paulista
- 2013 – Recopa Sul-Americana – vice-campeão
São Paulo 1 x 2 Corinthians
Corinthians 2 x 0 São Paulo
Como técnico
- 2018 – Campeonato Cearense – vice-campeão
Ceará 2 x 1 Fortaleza
Fortaleza 1 x 2 Ceará
- 2019 – Campeonato Cearense – campeão
Fortaleza 2 x 0 Ceará
Ceará 0 x 1 Fortaleza
- 2019 – Copa do Nordeste – campeão
Fortaleza 1 x 0 Botafogo-PB
Botafogo-PB 0 x 1 Fortaleza
- 2020 – Campeonato Cearense – campeão
Ceará 1 x 2 Fortaleza
Fortaleza 1 x 0 Ceará
- 2021 – Supercopa do Brasil – ?
Flamengo x Palmeiras
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